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REVISTA DA ARMADA | 526




















                100 m running
             (50m front; 50m right)  50 m swimming    To apply 5 insufl aƟ on   Rescue          The vicƟ m in safe zone
          Desenho de estudo.

          relaƟ vamente à aplicação de planos integrados, aos conteúdos do   Por outro lado, foram estudados os números de sessões de treino
          curso de NS e na elaboração de estratégias para ajudar a garanƟ r   no mar, durante o curso de NS, e os resultados mostraram que os
          que os NS mantenham boa preparação İ sica.          NS que, durante o curso inicial, Ɵ veram mais sessões de treino no
                                                              mar, tendem a mostrar melhor resgate ao nível do tempo total
                                                              (AM r = -0,255, p = 0,018; PM r = -0,297, p = 0,006).
          MATERIAL E MÉTODO
                                                               O número de indivíduos que aplicou venƟ lações foi de 96,5%
           A amostra é composta por 86 NS de ambos os sexos (68 rapazes,   (manhã) e 97,7 (tarde); também aqui não foram verifi cadas dife-
          18 raparigas) com idades compreendidas entre os 18 e os 38 anos.   renças signifi caƟ vas.
          Foram registados dados biométricos e antropométricos. Para além
          destes, parƟ ciparam 57 NS (37 rapazes, 20 raparigas) de forma   Temperatura média e desvio padrão das condições ambientais e
          voluntária para interpretar o papel de víƟ ma inconsciente. Todos os   do mar (temperatura medidas em °C).
          patamares do algoritmo de salvamento foram cumpridos e contro-  Weather temperature (ºC)  Water temperature  (ºC)
          lados. A distância defi nida para a víƟ ma foi 50 m da linha de costa,   AM  26,4 (4,5)  17,6 (3,3)
          visto exisƟ rem evidências que os afogamentos nas praias ocorrem
          entre os 50 e os 100 m. As condições ambientais, temperatura da   PM  26,9 (4,9)        17,7 (3,2)
          água, caracterísƟ cas das praias vigiadas, informação sobre as condi-  Associação da temperatura da água e temperatura ambiente
          ções dos banhos (cor das bandeiras), foram controladas. Estabele-  com o tempo de resgate.
          ceu-se como critérios de inclusão dos NS que, no dia da intervenção,
          o horário de trabalho geralmente esƟ pulado não poderia ser alte-   Weather temperature (°C)  Water temperature  (°C)
          rado. Cada NS realizou dois simulacros entre as 09h00 e as 18h00,   AM  Total   0,602**    0,342**
          um no período maƟ nal e o outro ao fi nal da tarde.    PM   rescue Ɵ me    0,630**          0,424**
           Foram registados os tempos parciais e totais do resgate em segun-  * p<0.05; **p<0,001
          dos. As fases do resgate foram consideradas da seguinte forma:
           •  Tempo A: ao primeiro sinal de advertência (primeiro apito para   P ode observar-se que a água fria e uma temperatura ambiente
            alertar) do NS até o primeiro pé tocar a água;    elevada implicam um maior tempo de intervenção. Esses resultados
           •  Tempo B - entrada na água até à víƟ ma e tocar na mesma;  mostram que as baixas temperaturas da água levaram o NS à fadiga,
           •  Tempo C - corresponde ao reboque efetuado pelo NS até obter   o que resultou em tempos mais lentos no resgate, provavelmente
            suporte fi xo;                                     relacionado com maior gasto de energia. O frio afeta a produção da
           •  Tempo D - corresponde ao tempo gasto para o transporte da   força, bem como a efi ciência do movimento, velocidade e potência.
            víƟ ma para o segundo NS dar “início” à ressuscitação cardiopul-
            monar (RCP);
           •  Tempo T - Corresponde ao somatório de toda a ação.  CONCLUSÃO
                                                               Os resultados concluíram que a maioria dos NS que parƟ ciparam
                                                              neste estudo são capazes de se aproximar da víƟ ma antes de 3,5
          RESULTADOS
                                                              minutos e realizar um resgate para uma zona segura para iniciar o
          Desempenho dos NS. Intervenções de resgate da manhã (AM)   RCP antes dos 6-10 minutos. Durante a práƟ ca simulada, os NS cum-
          e da tarde (PM).                                    priram o algoritmo de salvamento, não falhando nos pontos cruciais,
                 Time A   Time B   Time C   Time D  Total Ɵ me  como o pedido de segunda ajuda e a aplicação das 5 venƟ lações.
                 (m:ss)   (m:ss)   (m:ss)   (m:ss)    (m:ss)  Os NS que mostraram estar mais familiarizados com o mar e Ɵ ve-
           AM   0:22 (0:08)  1:17 (0:42)  1:48 (0:58)  1:12 (0:46)  4:42 (1:44)  ram acesso durante a sua formação a sessões de aprendizagem no
                                                              mar Ɵ veram melhor profi ciência de resgate. O desempenho dos NS
           PM   0:21 (0:08)  1:22 (0:47)  1:44 (0:42)  1:13 (1:13)  4:46 (1:44)
                                                              foi afetado negaƟ vamente pela temperatura da água (fria) e clima
           Não exisƟ ram diferenças signifi caƟ vas entre o resgate da manhã e o   (quente). No entanto, a baixa temperatura da água em relação ao
          resgate da tarde quanto à média do tempo total e ao tempo parcial.  tempo de resgate é mais favorável para a recuperação da víƟ ma.
           A soma dos tempos das fases A, B e C excede ligeiramente 3
          minutos. As fases B e C foram aquelas em que o NS gastou uma                                Olga Marques
          maior percentagem do tempo total de resgate em natação.                                    2TEN TSN-DESP


                                                                                                  FEVEREIRO 2018  23
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