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REVISTA DA ARMADA | 528


          DISCURSO DO CHEFE DO ESTADO-MAIOR DA

          ARMADA E AUTORIDADE MARÍTIMA NACIONAL



             s minhas primeiras palavras são para expressar publicamente o   tos, construirmos uma equipa competente e efi caz no cumprimento
          Aorgulho e o senƟ mento de privilégio, por ter merecido tão honro-  da nossa missão. Para que possamos almejar a recompensa maior
          sa disƟ nção para o desempenho do cargo de Chefe do Estado-Maior   que resulta do senƟ mento de dever cumprido ao serviço do Nosso País
          da Armada e, por inerência, Autoridade MaríƟ ma Nacional.  e dos Portugueses, honrando o exemplo que herdámos daqueles que
           Assumo esta responsabilidade com entusiasmo, senƟ do do dever e   nos antecederam e deixando às gerações vindouras, uma Marinha e
          espírito de missão, que consƟ tuem tónicos inesgotáveis de que me ser-  uma Autoridade MaríƟ ma modernas, nos meios e nos processos, e
          virei para corresponder à confi ança em mim depositada.  efi cazes na forma de atuação!
           A todos vós, que Ɵ veram a genƟ leza de me acompanhar nesta oca-  Uma Marinha e uma Autoridade MaríƟ ma consƟ tuídas por pessoas
          sião, manifesto a minha senƟ da graƟ dão. É um gesto que interpre-  competentes e moƟ vadas, conduzidas por líderes inspiradores e inclu-
          to como expressão de cortesia insƟ tucional para com a Marinha e os   sivos, capazes de, pelo exemplo, potenciar elevados níveis de desem-
          órgãos da Autoridade MaríƟ ma Nacional e uma manifestação pes-  penho e de saƟ sfação profi ssional, onde cada um possa encontrar o
          soal de solidariedade, de camaradagem e de amizade, testemunhos   seu espaço de afi rmação pessoal!
          da vontade, da disponibilidade e do empenho para cooperar e cola-  Este é o meu objeƟ vo principal, para cuja concreƟ zação vos convoco,
          borar na prossecução de objeƟ vos que melhor sirvam o Nosso País.   apelando às competências de cada um e ao trabalho intenso em equi-
           À minha família, uma palavra de carinho e de especial agradeci-  pa para que, com dedicação e entusiasmo, possamos parƟ lhar juntos,
          mento pela presença em mais este momento da nossa vida familiar,   com orgulho, o sucesso que todos desejamos.
          que nos habituámos a parƟ lhar com a Marinha. Muito obrigado pelo   A chave desse sucesso somos nós! E para isso é necessário assumir-
          vosso incondicional apoio, que garante a imprescindível tranquilidade   mos uma aƟ tude colaboraƟ va entre todos os setores e também com
          para me dedicar ao exercício das minhas funções!    as enƟ dades externas, num esforço sincronizado que tenha como prin-
           Ao meu antecessor no cargo, almirante Silva Ribeiro, camarada de   cipal referência a valorização das capacidades da Marinha e da Auto-
          curso com quem parƟ lhei uma carreira ao serviço da Marinha des-  ridade MaríƟ ma, mantendo-as como insƟ tuições de referência ao ser-
          de os primeiros dias de setembro de 1974, quando ambos entrámos   viço dos portugueses.
          na Escola Naval, expresso, neste momen-                                  Temos um rumo claro, defi nido durante
          to de passagem do quarto, uma palavra                                  o processo de aprovação da DireƟ va de
          de admiração e respeito pela forma como   VISÃO                        Planeamento da Marinha e da DireƟ va
          comandou a Marinha e a Autoridade                                      de Planeamento da Autoridade MaríƟ ma
          MaríƟ ma Nacional, e pela visão estratégi-  Uma Marinha e uma Autoridade Marí-  Nacional, no início de 2017.
          ca do plano de navegação que traçou, no   tima prontas e prestigiadas, ao serviço   No ciclo de gestão que agora se inicia,
          qual me revejo e que servirá de referência   de Portugal e da segurança coletiva.   o rumo base será o mesmo, sendo que o
          neste início do meu mandato.                                           nível de ambição, a velocidade de concre-
           A sua ação permiƟ u projetar uma ima-                                 Ɵ zação e eventuais ajustes na rota defi ni-
          gem de competência da Marinha e da Autoridade MaríƟ ma, que aju-  da serão ponderados na revisão daquelas direƟ vas de planeamento,
          dou a difundir um senƟ mento de uƟ lidade pública e de credibilidade   a realizar em breve, de modo a manter o rumo sempre alinhado com
          externa.                                            as circunstâncias.
           Assumiu ontem o cargo de Chefe do Estado-Maior General das For-  Neste senƟ do, estabeleci como Visão para o meu mandato: Uma
          ças Armadas, pelo que iremos conƟ nuar a colaborar, irmanados no   Marinha e uma Autoridade MaríƟ ma prontas e presƟ giadas, ao servi-
          objeƟ vo comum de contribuir para a defesa dos interesses nacionais.   ço de Portugal e da segurança coleƟ va.
                                                               A primeira parte desta Visão congrega dois atributos que pretendo
           Militares, militarizados e civis da Marinha e da Autoridade Marí-  valorizar: a pronƟ dão de resposta e o presơ gio das insƟ tuições, decor-
          Ɵ ma Nacional                                       rente de uma perceção clara da uƟ lidade da Marinha e da Autoridade
                                                              MaríƟ ma, tanto ao nível nacional, como internacional.
           Ao dirigir-me pela primeira vez a todos vós como Chefe do Estado-  A segunda parte da Visão pretende traduzir um enfoque no senƟ  -
          -Maior da Armada e Autoridade MaríƟ ma Nacional, quero parƟ lhar   do de serviço a Portugal e aos portugueses, de forma a permiƟ r um
          convosco aquilo que sinto neste momento tão especial:  exercício pleno da soberania, da jurisdição e da responsabilidade nos
           … um senƟ mento de enorme responsabilidade, acompanhado da   espaços maríƟ mos nacionais e a contribuir para a segurança coleƟ va,
          tranquilidade própria do Comandante que sobe à ponte do seu navio   nas suas múlƟ plas dimensões – nacional e internacional, humana e
          e manda apitar à faina, para largar para mais uma missão, exigente   ambiental – em quadros de atuação autónomos, no âmbito de acor-
          na tarefa, mas exaltante no propósito.              dos bilaterais e mulƟ laterais, bem como das alianças e das organiza-
           Faço-o com orgulho e confi ança em todos vós, para liderar uma ins-  ções internacionais a que Portugal pertence.
          Ɵ tuição de valores cimentados numa herança de bem servir a Nossa   É isto que aspiro para o futuro da Marinha e da Autoridade MaríƟ ma!
          Pátria, construída por muitas gerações de disƟ ntos e corajosos mari-  E para alcançarmos este porto de chegada, defi ni três linhas de
          nheiros.                                            orientação estratégicas, que devem presidir aos nossos comporta-
           Nesta nova missão, que agora se inicia, sinto uma guarnição pron-  mentos e à nossa ação:
          ta e, como vosso Comandante, assumo o compromisso de fazer da   •  Explorar todas as oportunidades para a valorização das capacidades
          coesão e da disciplina a nossa força para enfrentar, com vontade de   da Marinha e da Autoridade MaríƟ ma;
          vencer, os desafi os que seguramente nos serão colocados no caminho.   •  Conduzir um processo de transformação permanente que assegure
           De mim, esperem sempre um Comandante atento, determinado e   a relevância das duas insƟ tuições na salvaguarda dos interesses de
          que tudo fará para vos liderar pelo exemplo, com o objeƟ vo de, jun-  Portugal e na proteção dos portugueses;


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