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REVISTA DA ARMADA | 528


          de perdermos a capacidade expedicionária autónoma, crucial para   O segundo objeƟ vo está orientado para aperfeiçoar a efi ciência nos
          um país como o nosso que tem uma vasta diáspora espalhada pelos   processos e na gestão de recursos. No quadro deste objeƟ vo, pretendo
          quatro cantos do mundo.                             promover a evolução e o desenvolvimento de sistemas de informação
           Ainda no plano dos programas de maior vulto, há que prosseguir a   críƟ cos para a aƟ vidade da Marinha e da Autoridade MaríƟ ma e a
          modernização das fragatas e assegurar o próximo ciclo operacional   desmaterialização de processos, com recurso às Tecnologias de Infor-
          dos submarinos, de forma a conƟ nuarmos a dar um contributo cre-  mação, tendo em vista a efi ciência organizacional e a oƟ mização pro-
          dível para a dissuasão militar e a acrescentar valor tangível às opera-  cessual. Com esse mesmo propósito, pretendo, ainda, consolidar as
          ções das organizações e alianças a que pertencemos.   virtudes da nossa aƟ vidade inspeƟ va, atribuindo parƟ cular relevância
           Para além destes programas de maior expressão fi nanceira, não   aos domínios da segurança militar e da Segurança, Saúde no Trabalho
          podemos descurar o reequipamento dos Fuzileiros, para potenciar   e Ambiente (SSTA).
          a reconhecida valia dos seus níveis de desempenho, alicerçada no   O terceiro objeƟ vo pretende dinamizar a abertura da Marinha à
          rigor da formação e na exigência do treino, para o seu emprego em   sociedade e aos cidadãos, de forma a reforçar o presơ gio da Marinha
          teatros internacionais de maior exigência.          e o senƟ mento de uƟ lidade da insƟ tuição nos nossos concidadãos.
           Irei, também, empenhar-me no reequipamento dos Mergulha-  Finalmente, os objeƟ vos estratégicos na perspeƟ va  operacional
          dores, na modernização das capacidades hidro-oceanográfi cas, no   manter-se-ão focados na oƟ mização do emprego das capacidades da
          revigoramento dos meios da capacidade de “Apoio à Autoridade   Marinha ao serviço de Portugal e da segurança coleƟ va.
          MaríƟ ma Nacional” (aqui incluindo a construção de novos salva-  Assim, o primeiro objeƟ vo consiste em oƟ mizar a presença e o con-
          -vidas) e na modernização da Sagres e do Creoula, de forma a não   trolo nos espaços maríƟ mos sob soberania ou jurisdição nacional,
          fi carmos arredados das evoluções tecnológicas que vão ocorrendo,   designadamente em arƟ culação com a Autoridade MaríƟ ma e com
          num ambiente de crescente solicitação dos cidadãos face ao incre-  outros parceiros, incrementando a presença, a vigilância e a proteção
          mento do uso do mar.                                do vasto espaço maríƟ mo de jurisdição e responsabilidade nacional.
           Ainda no quadro deste objeƟ vo estratégico, pretendo que seja   Saliento, neste âmbito, a minha intenção de reforçar os disposiƟ vos
          implementado um plano de ação que permita reforçar a capacidade   nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, ciente do conơ nuo
          de ciberdefesa da Marinha, fortalecendo a sua integração na corres-  crescimento das aƟ vidades maríƟ mas naquelas regiões, bem como
          pondente capacidade nacional, designadamente em arƟ culação com   dos desafi os associados.
          o Centro de Ciberdefesa e com                                                   O segundo objeƟ vo  visa
          o Centro Nacional de Ciberse-                                                  aumentar a pronƟ dão das uni-
          gurança.                 LINHAS DE ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICAS                     dades operacionais e o seu
           Naturalmente, todos estes                                                     empenhamento no apoio à
          projetos merecerão o devido   •  Explorar todas as oportunidades para a valorização das   políƟ ca externa, no quadro
          enquadramento no âmbito da   capacidades da Marinha e da Autoridade Marítima;  das orientações ministeriais da
          revisão da Lei de Programação   •  Conduzir um processo de transformação permanente   defesa e das prioridades defi ni-
          Militar, que ocorrerá duran-  que assegure a relevância das duas instituições na sal-  das pelo Chefe do Estado-Maior
          te este ano. Por isso mesmo, é   vaguarda dos interesses de Portugal e na proteção dos   General das Forças Armadas.
          essencial que façamos o “tra-  portugueses;                                    Como tal, pretendo promover
          balho de casa” para preparar-  •  Reforçar a credibilidade da Marinha e da Autoridade   a importância da estrutura de
          mos, atempadamente, os pro-  Marítima junto das entidades nacionais e internacionais.  treino, como elemento poten-
          jetos de renovação progressiva                                                 ciador da qualidade do apron-
          das capacidades da Marinha e                                                   tamento operacional. Preten-
          da Autoridade MaríƟ ma, garanƟ ndo a sua execução plena de acordo   do, igualmente, idenƟ fi car oportunidades de treino para manutenção
          com a calendarização estabelecida.                  de padrões de pronƟ dão, onde se incluem os exercícios nacionais e
           Finalmente, vou dar parƟ cular atenção ao estabelecimento de um   internacionais, de forma a potenciar a qualidade das parƟ cipações em
          modelo de relacionamento com o Arsenal do Alfeite, que permita   missões de apoio à políƟ ca externa do Estado.
          melhorar o alinhamento da matriz de interesses das duas organiza-  Este ano vamos ter uma aƟ vidade operacional de grande relevância,
          ções e a qualidade dos serviços prestados na manutenção da esqua-  com o empenhamento em missões internacionais de meios navais, de
          dra. A Marinha reconhece a importância decisiva para o cumprimento   fuzileiros e de mergulhadores. Estas missões, para além de afi  rma-
          da sua missão de um Arsenal do Alfeite perfeitamente sincronizado   rem Portugal como contribuinte líquido na promoção da estabilidade
          com as suas necessidades e prioridades de manutenção, garanƟ ndo o   e da paz, consƟ tuem também uma oportunidade de excelência para
          uso efi ciente dos recursos disponíveis e o cumprimento de prazos, com   dar a conhecer ao mundo a valia do nosso pessoal, cuja atuação é
          elevados padrões de qualidade.                      sempre alvo dos mais rasgados elogios, quer no desempenho, quer
           O terceiro objeƟ vo visa incrementar a captação de fontes de fi nan-  no relacionamento interpessoal. Além disso, essas parƟ cipações em
          ciamento supleƟ vas, de modo a idenƟ fi car alternaƟ vas que permitam   missões internacionais consƟ tuem um forte incenƟ vo ao recrutamen-
          complementar o orçamento anual. Esta foi uma área em que fi zemos   to e à retenção, o que acentua a sua importância estruturante. Por
          progressos signifi caƟ vos no passado recente. Pretendo dar-lhes con-  estes moƟ vos, pretendo pugnar por uma maior parƟ cipação em For-
          Ɵ nuidade, de modo a aproveitar as oportunidades dos programas   ças Nacionais Destacadas – âmbito em que os empenhamentos têm
          de fi nanciamento nacionais e da União Europeia, consolidando, para   fi cado aquém daquilo que ambiciono e que a Marinha pode fazer.
          esse efeito, a Estrutura de Acompanhamento dos Fundos Comunitá-  Finalmente, o úlƟ mo ObjeƟ vo Estratégico contribui para consolidar o
          rios, no âmbito do Estado-Maior da Armada.          conhecimento e a atuação no quadro das ciências do mar e da cultura
           Na perspeƟ va estrutural, preservaremos três ObjeƟ vos Estratégicos   maríƟ ma, duas áreas de atuação que pretendo ver reforçadas e colo-
          ligados à melhoria dos processos internos e externos.   cadas ao serviço do País.
           O primeiro visa fortalecer o apoio à Autoridade MaríƟ ma Nacional   Este objeƟ vo enquadra a melhoria do «Conhecimento do Mar»
          e a cooperação com parceiros nacionais e internacionais, designada-  numa perspeƟ va de desenvolvimento, potenciação e sustentação da
          mente das áreas da segurança e defesa, da proteção civil e dos assun-  invesƟ gação cienơ fi ca e tecnológica, Ɵ rando parƟ do da excelência do
          tos do mar.                                         InsƟ tuto Hidrográfi co e da Escola Naval para impulsionar o conheci-


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