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CENTENÁRIO DA MARINHA
NO ALFEITE
Marinha celebra os 100 anos da entrega das “Sete Quintas” Bacalhau à Brás, prato tradicional nas cerimónias navais, servido
para a construção da Base Naval de Lisboa pelo pessoal da BNL, com um acompanhamento musical do Sar-
Em cerimónia militar realizada no dia 25 de junho de 2018, na gento Músico Nuno Silva Riso ao saxofone.
Base Naval de Lisboa (BNL), no Alfeite, presidida pelo Secretário
de Estado da Defesa Nacional, Dr. Marcos Perestrello, presen- CTT lança postal comemorativo
ciada pelo Almirantado, pelo Embaixador da Alemanha em Por- A data foi também assinalada com a emissão do Inteiro Postal
tugal, por representantes das autarquias vizinhas de Almada e pelos CTT, cuja cerimónia de entrada em circulação se realizou
Seixal, da Comissão de Defesa Nacional da AR, dos outros Ramos no Salão Nobre do palácio, na presença do Presidente do Conse-
das FA, e das unidades implantadas no Alfeite, a Marinha cele- lho de Administração dos CTT, Professor Doutor António Gomes
brou o Decreto de 8 de junho de 1918 em que lhe foram entre- Mota, também ele com importantes laços familiares à Marinha.
gues o Palácio Real do Alfeite e terrenos anexos, para a constru- A BNL garante a segurança e o apoio logístico das Unidades
ção do novo Arsenal da Marinha que seria transferido da Ribeira Navais atracadas e das Unidades e Organismos sediados no
das Naus e que daria posteriormente lugar à BNL. perímetro do Alfeite.
Às honras militares prestadas pelas forças em parada, com sal- Neste âmbito, assegura as operações portuárias, a manuten-
vas de artilharia disparadas pelo NRP Viana do Castelo que se ção de infraestruturas, a gestão do parque arbóreo e dos espaços
encontrava fundeado na bacia do Alfeite, seguiu-se uma cerimó- verdes, o fornecimento de combustíveis, água e eletricidade, a
nia de imposição de condecorações, discursos do Almirante receção e o tratamento de resíduos, o apoio a emergências, o
Chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacio- controlo de acessos, a gestão do trânsito e parqueamento de via-
nal e do Secretário de Estado da Defesa e um desfile militar abri- turas, a oferta de alojamento e alimentação, e um sem número
lhantado pela Banda da Armada. de ações que facilitam a atividade diária das unidades localizadas
O palácio, construído em 1758 e recuperado em 1859 por ini- no seu perímetro.
ciativa do Rei D. Pedro V, foi residência de veraneio e lazer da A BNL tem-se adaptado ao longo das décadas às necessidades
Família Real até à implantação da República. Foi, aliás, muito fre- evolutivas dos seus utentes, constituindo-se como o verdadeiro
quentado por D. Carlos, de que se dizia que estava “nas suas sete porto seguro das unidades operacionais da Marinha – sejam uni-
quintas” (eram sete as quintas do Real Sítio do Alfeite), quando dades navais, de fuzileiros ou de mergulhadores –, albergando
para ali ia à caça. Era no jardim que, por vezes, se efetuavam também as escolas, o estaleiro, as direções técnicas e de abaste-
pequenos piqueniques para convidados restritos, que desembar- cimento, entre outras. A divisa inscrita no brasão, “CARPENT TUA
cavam numa ponte-cais existente em frente ao palácio. POMA NAVES” (“os navios colherão os teus frutos”), vem, desde
a sua criação, guiando a ação discreta, mas determinante, das
Para assinalar esta efeméride, a Marinha apresentou um jardim suas guarnições, fiéis à nobre missão de prestar apoio logístico
renovado em que presta homenagem a Dona Estefânia, mulher às unidades navais.
de Dom Pedro V. Os números falam por si: com uma área total de 400 hectares
O Palácio tem vindo a ser objeto de visita regular da Iniciativa e um perímetro murado de 8 quilómetros, a BNL faz fronteira
Lisboa-Düsseldorf, que congrega personalidades com o propósito com os concelhos de Almada, Seixal e Lisboa e alberga 26 unida-
de desenvolver temas de interesse comum e atividades culturais des em terra, da Marinha e da Autoridade Marítima Nacional, e
e empresariais entre as duas cidades. 4 organismos externos. Pelos seus portões passam diariamente
Dando-se a feliz coincidência de D. Estefânia ser muito estimada 8000 pessoas e 5000 viaturas, que utilizam os 12 quilómetros de
pelos habitantes de Düsseldorf, cidade onde passou a sua juven- estradas principais. A infraestrutura portuária – razão de ser da
tude e de onde partiu para casar com o Rei D. Pedro V, dois dos sua existência – possui 2 500 metros de frente de cais, dotados
promotores da Iniciativa encontraram na recuperação do jardim de defensas, pontões, pranchas, abastecimento de energia, água
do Palácio uma forma de homenagear a Princesa Stephanie von e combustível, e receção de esgotos, realizando cerca de 1000
Hohenzollern-Sigmaringen e Rainha Dona Estefânia de Portugal. manobras de navios por ano. As suas messes servem cerca de
Em reconhecimento por este gesto de filantropia e de grande 40 000 refeições por mês e oferecem 640 camas para militares.
empenhamento pessoal, que muito contribuiu para a recupera- Em resultado da sua natureza territorial, a BNL mantém rela-
ção deste relevante património histórico à guarda da Marinha, ções privilegiadas de proximidade com os municípios limítrofes
mas também para o brilho das celebrações do centenário da e com o seu tecido empresarial, constituindo-se como um motor
Marinha no Alfeite, foram condecorados com a medalha naval de desenvolvimento económico e de agregação de valor.
de Vasco da Gama o Dr. Carlos Quintas e o Engº Klaus Nagel.
A celebração terminou com uma visita ao jardim, onde foi
servido um almoço que teve como prato principal o tradicional Colaboração do COMANDO DA BASE NAVAL DE LISBOA
AGOSTO 2018 15