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 SUMÁRIO



 02  700 Anos da Marinha – Cerimónia de Encerramento  OS VALORES E MÉRITOS
 DOS FUZILEIROS 04
 07   NRP Viana do Castelo. Frontex – Missão Lampedusa

 09   Lusitano 17

 18  Cerimónia Militar

 22  Direito do Mar e Direito Marítimo (13)

 24  Academia de Marinha

 25  Notícias
 28  Novas Histórias da Botica (66)  11  BALANÇO DAS    FORTE DE NOSSA SENHORA DAS NEVES

 29  Estórias (37)  ATIVIDADES 2017 – MARINHA CAPITANIA DO PORTO DE LEIXÕES

 30  Vigia da História (97)                                                                                        DR

 31  Desporto  toponímia  local  consagra  o  forte  de  Nossa  Senhora  das   A construção do forte arrastou-se por alguns anos e é de aceitar

 32  Saúde para Todos (51)  A  Neves,  em  Leça  da  Palmeira,  como  estrutura  castelar.  Os   que só tenha sido concluída em 1720, data que se encontra ins-
                                                              crita no arranque do arco inferior de entrada da pequena parada
          locais  denominam-no  “Castelo  de  Leça”,  embora  em  rigor  se
 33  Quarto de Folga  esteja apenas perante um dos fortes edificados no século XVII   central.
          com  o  objetivo  de  defender  a  costa  portuguesa.  Estes  fortes
                                                               Nas “Memórias Paroquiais” (1758), o reitor Dr. Manuel da Cruz
 34  Notícias Pessoais / Convívios  foram os baluartes defensivos e o garante da segurança e tran-  Ribeiro faz referência à existência de duas fortificações — uma
                                                              chamada de Nossa Senhora das Neves, quadrada, com um fosso
          quilidade das populações ribeirinhas contra os ataques e incur-
 CC  Símbolos Heráldicos  sões de inimigos e piratas.         exceto para o mar, que distava da barra “um tiro de mosquete”, e
 ATIVIDADES 2017 – AMN 20   O  forte  de  Nossa  Senhora  das  Neves  é  disso  exemplo  vivo,   outra fortificação, ou atalaia, também quadrada, moderna, com
 BALANÇO DAS
          erguendo-se imponente e gracioso em Leça da Palmeira. Forte
                                                              uma plataforma para o rio e mar, não acabada e sem armazéns
          marítimo de enquadramento urbano, na cota dos 8 metros acima   ou quartéis.
          do nível do mar, apresenta planta no formato trapezoidal com   No contexto da guerra civil Portuguesa (1828-1834), em 1832,
          meios-baluartes na face nordeste, e guaritas pentagonais com   o forte foi objeto de algumas benfeitorias, nomeadamente nos
          respetivas cúpulas exteriores. Na cortina que une os dois meios   armazéns, ponte levadiça, escadas do fosso e parapeitos, man-
          baluartes rasga-se a porta principal em arco de volta perfeita,   tendo, ainda, algumas canhoeiras ao nível da marginal. Com o
          encimada por pedra de armas. Na face voltada ao mar, exibe três   fim do conflito, o forte perdeu as suas funções militares com a
          redentes, um em cada extremo e um terceiro ao centro, seguida   extinção da sua guarnição.
          por uma plataforma mais baixa, de planta trapezoidal, que une   Em 1844, por ordem de D. Maria II, foi a fortificação entregue
          os redentes. Externamente é rodeado por fosso na face voltada   ao Ministério da Fazenda para nela ser instalada a Alfândega do
          a terra.                                            Porto.
           Não sendo certa a data da sua edificação, crê-se ter sido no ano   O forte assumiu-se em definitivo como uma estrutura passiva
          de 1639, no local de Santa Catarina, em Leça da Palmeira, que   quando, no seu interior, em dezembro de 1892, foi nele instalada
          por ordem do 1.º Conde de Penaguião, D. João Rodrigues de Sá   a Delegação Marítima da Capitania do Porto da Cidade do Porto
          Menezes, se procedeu à construção desta fortaleza, sob a assis-  (capitania  hoje  designada  por  Capitania  do  Porto  do  Douro),
          tência do capitão António Francisco Chorão.         sendo  realizadas  algumas  obras  de  adaptação,  e  montado  na
 Capa      As populações ribeirinhas viviam sob a ameaça das hostilida-  bateria alta o indispensável mastro de sinais. Na primeira década
 Pelotão de Fuzileiros desfilando com o uniforme
 da Brigada Real da Marinha.  des dos Castelhanos, pois Portugal havia-se libertado do poder   do século XX foi igualmente instalado o posto semafórico, para o
 Foto SMOR L Almeida de Carvalho  de Castela. Eram igualmente atemorizadas por piratas vindos do   qual foi necessária a construção de uma torre de sinais em tijolo,
          Mediterrâneo, da costa africana e de outras paragens do resto   de  configuração  semelhante  à  que  atualmente  se  ergue  nas
          da Europa, que cruzavam o novo mar. Temendo novas incursões,   dependências da Administração dos Portos de Douro, Leixões e
 Revista da
 ARMADA    foram estes receios comunicados ao monarca D. João VI que, em   Viana do Castelo.
          1642, dirigiu ao senado da Câmara do Porto uma honrosa carta
                                                               Durante o período da existência da torre semafórica, os pilotos
          recomendando com toda a brevidade a conclusão das obras do   mantiveram ali um posto de vigia que foi transferido a 8 de abril
 Publicação Oficial da Marinha   Diretor   Desenho Gráfico   E-mail da Revista da Armada
 Periodicidade mensal   CALM EMQ João Leonardo Valente dos Santos   ASS TEC DES Aida Cristina M.P. Faria  revista.armada@marinha.pt    forte, bem como o prover de artilharia e gente. Por carta régia   de 1965 para a atual estação de pilotos. Outrora, antes de existir
 Nº 525 / Ano XLVII   Chefe de Redação   ra.sec@marinha.pt   de 30 de setembro, era aprovada a determinação camarária de   a Estação de radar de Leixões, os pilotos do Douro e de Leixões
 Janeiro 2017    Administração, Redação e Publicidade   executar a obra à custa do cofre dos sobejos da Cidade.  eram informados da chegada às imediações das duas barras atra-
 CMG Joaquim Manuel de S. Vaz Ferreira   Revista da Armada – Edifício das Instalações   Paginação eletrónica e produção
 Redatora   Centrais da Marinha – Rua do Arsenal    Página Ímpar, Lda.  Por alvará de 1648 foi criada para esta fortaleza militar uma   vés da Estação Semafórica e telegráfica do Monte da Luz. Esta
 1149-001 Lisboa – Portugal
 Revista anotada na ERC   1TEN TSN -COM Ana Alexandra G. de Brito   Telef: 21 159 32 54    Estrada de Benfica, 317 - 1 Fte   guarnição de seis soldados pagos. Em 1701, estava o forte de   comunicava por telégrafo para a Estação Semafórica e telegráfica
 1500-074 Lisboa
 Depósito Legal nº 55737/92   Secretário de Redação   Nossa Senhora das Neves artilhado com quatro peças e guarne-  de Leça da Palmeira, mais identificada pelo 17, seu número de
 ISSN 0870-9343    SMOR L Mário Jorge Almeida de Carvalho    Tiragem média mensal: 4000 exemplares
          cido por oito soldados sob o comando de um tenente.  telefone, ou castiçal, dada a configuração da torre.
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 JANEIRO 2018  3  SETEMBRO/OUTUBRO 2018
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