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 SUMÁRIO



 02  700 Anos da Marinha – Cerimónia de Encerramento  OS VALORES E MÉRITOS
 DOS FUZILEIROS 04
 07   NRP Viana do Castelo. Frontex – Missão Lampedusa

 09   Lusitano 17  Esquadras dE NavEgação

 18  Cerimónia Militar

 22  Direito do Mar e Direito Marítimo (13)  TErrEsTrE

 24  Academia de Marinha

 25  Notícias
 28  Novas Histórias da Botica (66)  11  BALANÇO DAS

 29  Estórias (37)  ATIVIDADES 2017 – MARINHA  prezado  leitor  não  se  equivocou;  de  facto,  leu  correcta-
         O mente: Esquadras de Navegação Terrestre! Que estória é
 30  Vigia da História (97)  esta? É o que sucintamente se irá explanar. Resta ao autor deste
          texto esclarecer o incauto leitor que o mérito não lhe compete
 31  Desporto  mas sim ao jornalista madeirense César Pestana, que preservou
          uma realidade hoje praticamente desconhecida da maioria dos
 32  Saúde para Todos (51)  seus conterrâneos, pois de uma coisa da Madeira se trata.
           Corria  o  ano  de  1998,  quando  em  missão  de  Classificação  e
 33  Quarto de Folga  Selecção no Funchal (todos os anos, elementos dos três Ramos
          eram destacados para o Centro Temporário daquele Arquipélago,
 34  Notícias Pessoais / Convívios  para inspecionar e classificar os mancebos), como Chefe do Gabi-
          nete Médico, o narrador teve oportunidade de conhecer e con-
 CC  Símbolos Heráldicos  viver com o Sr. Coronel Fonseca Alferes, Chefe do DRM (Distrito   Estado-Maior  da  E.S.N.T.  –  Da  esquerda  para  a  direita:  Dr.  Barreto  Gonçalves,
                                                              Capitão-Médico;  Diogo  Sarsfield,  1º-Tenente;  Eduardo  Sarsfield,  Almirante;
 ATIVIDADES 2017 – AMN 20                                     Dr. Frederico Martins, Capitão-Tenente; João Godinho, Capitão-de-Fragata; José
          de  Recrutamento  Militar)  do  Funchal.  Não  sendo  madeirense,
 BALANÇO DAS
                                                              Cândido de Abreu Henriques, José Paulo dos Santos e Augusto Ferraz, Capitães-de-
          muito estimava a ilha,  que considerava sua terra adoptiva. Dele
          ouviu esta curiosa estória, e dele recebeu (por grande gentileza   -Mar-e-Guerra; Pe. Justino Henriques, Capelão
          e generosidade) uma última edição(?) da obra de César Pestana.
           Passemos aos factos:                               preparatória,  ministrada  por  especializados,  dedicavam-se  ao
                                                              pedestrianismo – com as suas longas marchas militares  pelos
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            A Ilha da Madeira era, no último quartel do século XIX, não
          obstante ser local de escala, entreposto comercial (na época, no   subúrbios da cidade – aos exercícios náuticos – para os quais a
                                                              baía do Funchal e a costa leste se prestavam admiràvelmente ,
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          Ciclo, já em decadência, do Vinho da Madeira) e local procurado   — e à prática elementar da navegação de guerra – com os seus
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          por distintos doentes da tísica  das mais variadas nacionalida-  dissimulados embarques e desembarques, transmissão de sinais
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          des , um local relativamente isolado . Havia, naturalmente, para   com bandeiras e o manejo discreto de armas de fogo.
          alguns  privilegiados  e  elementos  da  sociedade  estrangeira,  as   Estas  agremiações  tinham  constituição  orgânica  com  carác-
          tertúlias locais, bailes e, raramente, alguns espectáculos de Tea-  ter tipicamente naval  e copiavam os regulamentos da Marinha
          tro (Funchal). Não existiam, na época, futebol, telégrafo, rádio e   de Guerra, sendo rigorosa a disciplina e obrigatório o uniforme
          muito menos televisão!!!!! Daí que alguns elementos da socie-  em  Serviço!  Os  uniformes  eram  similares  ou  idênticos  aos  da
          dade  madeirense  se  tivessem  arregimentado  numa  Esquadra   Armada Real e tinham espadas, pistolas, espingardas (obsoletas
          Submarina  de Navegação Terrestre (E.S.N.T.), pouco antes de   ou  emprestadas  dos  depósitos  da  Polícia  ou  Guarda  Fiscal!)  e
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 Capa     1880, cuja actividade consistia em paradas, marchas e ataques   até, pasme-se, pequenos canhões. Os oficiais de patente supe-
 Pelotão de Fuzileiros desfilando com o uniforme  devidamente planeados a diferentes Unidades Navais, na reali-  rior  eram  pessoas  gradas  da  comunidade  ou  bem  instaladas,
 da Brigada Real da Marinha.  dade casas e quintas de elementos mais abastados e categoriza-  chegando a haver mais Almirantes nas Esquadras de Navegação
 Foto SMOR L Almeida de Carvalho  dos (e consequentemente os mais graduados) , acabando, após   Terrestre que proporcionalmente na Marinha de Guerra. Tinham
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          bem sucedidas negociações de rendição,  em tainadas, comezai-  Banda,  Oficiais-Médicos  e  Capelães!!  Alguns  dos  oficiais  eram
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 Revista da
 ARMADA    nas , jogos de cartas, como a bisca e voltarete, ou xadrez. Pos-  verdadeiros Oficiais do Exército ou altos funcionários do Estado;
          teriormente,  como  é  expectável  na  natureza  humana,  houve
                                                              na generalidade, as Esquadras incluíam, ainda, novos e velhos
          discórdias  e  cisões,  formando-se  a  Esquadra  Torpedeira  de   burgueses, empregados superiores do comércio e desportistas
 Publicação Oficial da Marinha   Diretor   Desenho Gráfico   E-mail da Revista da Armada  Navegação Terrestre (E.T.N.T.), em 1903, dissidente da anterior,   endinheirados.  Dado  o  calibre  das  rações  de  combate  (acom-
 Periodicidade mensal   CALM EMQ João Leonardo Valente dos Santos   ASS TEC DES Aida Cristina M.P. Faria  revista.armada@marinha.pt    e Esquadra Independente de Navegação Terrestre (E.I.N.T.), em   panhadas por bebidas a condizer…) e dos ranchos servidos nos
 Nº 525 / Ano XLVII   Chefe de Redação   ra.sec@marinha.pt
 Janeiro 2017    Administração, Redação e Publicidade   1905, dissidente de ambas.  acampamentos, bem como o improvável risco de guerra real, os
 CMG Joaquim Manuel de S. Vaz Ferreira   Revista da Armada – Edifício das Instalações   Paginação eletrónica e produção   César Pestana refere-se a estas esquadras nestes termos: ape-  candidatos eram muitos… Por conseguinte, a incorporação era
 Redatora   Centrais da Marinha – Rua do Arsenal    Página Ímpar, Lda.  sar dos títulos de guerra e aparato militar e naval, eram agre-  alvo de uma selecção cuidadosa, sob proposta de elementos das
 1149-001 Lisboa – Portugal
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 Depósito Legal nº 55737/92   Secretário de Redação   miações  essencialmente  desportivas  –  campistas,  náuticas  e…  Esquadras (três por candidato). Os efectivos chegaram a cerca
 ISSN 0870-9343    SMOR L Mário Jorge Almeida de Carvalho    Tiragem média mensal: 4000 exemplares   gastronómicas. A par dos exercícios físicos e da instrução militar   de 150 na Submarina e de 200 na Esquadra Torpedeira! Como
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