Page 17 - Revista da Armada
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REVISTA DA ARMADA | 525
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          SUMÁRIO
          (…). No seguimento dos acontecimentos no Congo Belga em finais
          da década de 1950 e por empenhamento do almirante Roboredo,
          em 1961 este corpo foi novamente reativado, com elementos da
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                                                                                         DOS FUZILEIROS 04
                   700 Anos da Marinha – Cerimónia de Encerramento
          Marinha enviados a treinar nas Marinhas Francesa e Britânica e          OS VALORES E MÉRITOS
          com a criação da Escola de Fuzileiros em Vale de Zebro. (…) Os
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                   NRP Viana do Castelo. Frontex – Missão Lampedusa
          fuzileiros foram submetidos a um dos mais longos e fisicamente
          exigentes treinos de infantaria do mundo, com uma duração de
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                   Lusitano 17
          quarenta e duas semanas, uma percentagem de 15% a 35% de
          sucesso e a obtenção da desejada boina azul”.
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                   Cerimónia Militar
           Portugal teve então que adaptar as suas “Forças Armadas ao
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          novo tipo de guerra e criou unidades especialmente vocaciona-
                   Direito do Mar e Direito Marítimo (13)
          das para esse desafio, adaptando-se à nova guerra ao invés de
          tentar combatê-la com forças inadequadas”, conforme indica o
           24 na  sua  “Introdução”,  onde  também  refere  que  “(…)  Um
          autor    Academia de Marinha
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          dos progressos mais notáveis foi o da criação e do uso de for-
                   Notícias
          ças especiais para combater os insurretos. Devido à vastidão e à
          variedade do terreno de batalha, foi necessário criar especializa-  riais  e humanos, a partir do  Senegal, atuando  no  Rio  Cacheu,
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                                                                               11
                                                                                      BALANÇO DAS
                   Novas Histórias da Botica (66)
          ções dentro das forças especiais. Os Fuzileiros foram empregues   seus afluentes, margens e áreas próximas, ao longo de meses, 24
                                                                                      ATIVIDADES 2017 – MARINHA
          no ambiente aquático e a nossa história começa precisamente   horas por dia, contribuindo, nomeadamente, para uma enorme
          com      Estórias (37)                              redução da atividade do PAIGC.
           29 a sua reativação para garantir a segurança ao longo dos
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          cursos de água. Num ambiente ribeirinho, a segurança tinha de   3 - A “Operação Mar Verde”, em Conakri, constituiu um sucesso
                   Vigia da História (97)
          ser estendida a terra, ao longo das margens, para controlar o uso   do ponto de vista militar, com a concretização dos objetivos da
          dos rios”.                                          libertação  dos  26  militares  portugueses  aí  presos  e  do  afun-
           31a descreve de facto, com invulgar rigor, sensibilidade e
           A obr   Desporto                                   damento das 7 lanchas rápidas lança mísseis e torpedos que a
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          isenção, o modo como os Fuzileiros da Marinha Portuguesa atua-  União Soviética tinha fornecido ao PAIGC e à Guiné Conakri. Estas
                   Saúde para Todos (51)
          ram “sobre a terra e sobre o mar” e igualmente nas vastas redes   poriam em causa o controlo português do mar e a consequente
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          fluviais dos três teatros de operações africanos. Também avalia,   continuidade do transporte seguro de bens e de pessoas – cente-
                   Quarto de Folga
          com saber e proximidade, a sua organização, as suas tão imagi-  nas de milhar, ao longo dos 13 anos de guerra.
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          nativas e variadas operações e a sua eficácia. Tudo isso ilustrado   O Capítulo IV, “O Niassa e o Oceano Índico”, para além de abor-
                   Notícias Pessoais / Convívios
          com muitas e interessantes fotografias reais, obtidas por Fuzilei-  dar as operações, desenvolve os temas “O Problema dos Rebel-
           CC
          ros nos locais de ação.                             des”, “O Empenhamento Naval”, as “Operações no Niassa” e as
                   Símbolos Heráldicos
           O Capítulo I, “Para África”, constitui um verdadeiro estudo de   “Operações no Oceano Índico”.
                                                                                  ATIVIDADES 2017 – AMN 20
                                                                                           BALANÇO DAS
          situação,  com  a  envolvente  externa  de  Portugal  até  ao  prin-  O Capítulo V, “O Leste de Angola”, aborda a extensão, a partir
          cípio dos anos 1960 e com a abordagem do “Planeamento da   de 1965, das operações da Marinha no leste de Angola. Os Fuzi-
          Guerra Naval”, bem marcado pela ação do Alm. Roboredo e Silva   leiros tentaram aí controlar os sistemas fluviais e o comércio que
          ao fazer renascer os Fuzileiros e ao dar início à adequação dos   fluía nos rios, tal como tinham feito no Zaire, assim como, “pro-
          meios navais às futuras necessidades em navios oceânicos, lan-  curaram antes conquistar as populações do litoral e influenciar
          chas de fiscalização, lanchas de desembarque grandes, médias e   positivamente o cenário económico e político, no combate à dou-
          pequenas e também botes pneumáticos, primeiro os Zodiac e,   trina rebelde”. O capítulo termina com referências a “Problemas
          depois, os Zebro, de fabrico nacional. Continua com uma descri-  dos Rebeldes” e às questões da “Ação e Reação”.
          ção genérica das “Operações” e com uma avaliação do “Inimigo”.   O sintético capítulo final, intitulado “O Preço”, refere os “cus-
          Completa o estudo de situação o artigo “Os Fuzileiros”, com a sua   tos” (humanos e materiais); é aí que aparece a tabela dos “Fuzi-
          história, a herança dos Royal Marines e a orgânica que adotaram   leiros mortos em África, 1962-1975”, porventura a componente
          na Metrópole e no Ultramar. Engloba ainda um conjunto de tabe-  mais custosa da estatística – “de 12.500 fuzileiros que combate-
          las de dados estatísticos das unidades de fuzileiros que atuaram   ram durante os 14 anos de guerra, 154 deixaram as suas vidas
          em Angola, na Guiné e em Moçambique, entre 1961 e 1974.   em África”; destes, mais de metade (86) morreram na Guiné.
           Os quatro capítulos seguintes analisam a atividade operacional   Mas também há referências e dados estatísticos muito elogio-
          nos vários teatros de operações e resultam de uma detalhada   sos para Portugal, para a Marinha e, particularmente, para os
                                                                                 Capa
          investigação do autor, baseada em documentos e em entrevistas   Fuzileiros: “Durante 13 anos, Portugal foi confrontado por uma
                                                                                 Pelotão de Fuzileiros desfilando com o uniforme
          de pessoas diretamente ligadas às operações dos Fuzileiros. Eis   comunidade internacional manifestamente hostil à sua presença
                                                                                 da Brigada Real da Marinha.
          alguns exemplos:                                    em  África  (…)  Essa  atitude  de  hostilidade  ignorava  os  séculos
                                                                                 Foto SMOR L Almeida de Carvalho
           1 - No Rio Zaire foi construída uma linha de postos de vigilância   de presença portuguesa nessas regiões africanas e os esforços
          pelo pessoal fuzileiro, que passou a operar em terra e no agreste   portugueses para promover aí avanços na educação e na saúde,
               Revista da
          rio e a funcionar, além de combatente, também como agricultor   bem como prosperidade económica”.
          ARMADA                                               Mais  adiante,  acrescenta  “Os  Fuzileiros  (…)  agiram  de  forma
          e pescador, por óbvias necessidades logísticas. A sua eficácia foi
          determinante para a contenção dessa frente de luta.  notável (…) e deixaram o continente africano de cabeça erguida.
                               Diretor
           Publicação Oficial da Marinha
           2 - Sobre a Guiné, para além do enquadramento operacional  Desenho Gráfico   E-mail da Revista da Armada
                                                              (…) Os Fuzileiros prosseguem hoje, orgulhosamente, a sua tradi-
           Periodicidade mensal
                               CALM EMQ João Leonardo Valente dos Santos
          geral, é realçada a multivalência dos Fuzileiros, atuando conjun- ASS TEC DES Aida Cristina M.P. Faria  revista.armada@marinha.pt
                                                              ção como força de (…) infantaria ligeira de elite e com capacidade
                                                                                       ra.sec@marinha.pt
           Nº 525 / Ano XLVII
                               Chefe de Redação
          tamente com navios, meios aéreos, forças terrestres; são salien- Administração, Redação e Publicidade   Paginação eletrónica e produção
           Janeiro 2017
                                                              de reação rápida”.
                               CMG Joaquim Manuel de S. Vaz Ferreira
                                                           Revista da Armada – Edifício das Instalações
          tadas,  com  algum  pormenor,  as  operações  “Tridente”  (1964),  Centrais da Marinha – Rua do Arsenal    Página Ímpar, Lda.
                               Redatora
          “Via Láctea” e “Grande Colheita” (1969), e “Mar Verde” (1970).  1149-001 Lisboa – Portugal    Estrada de Benfica, 317 - 1 Fte
                               1TEN TSN -COM Ana Alexandra G. de Brito
           Revista anotada na ERC
                                                                                       1500-074 Lisboa
          Nas operações de 1969 particulariza a ação da Marinha graças à  Telef: 21 159 32 54    Colaboração do ALM REF VIEIRA MATIAS
                               Secretário de Redação
           Depósito Legal nº 55737/92
                               SMOR L Mário Jorge Almeida de Carvalho
           ISSN 0870-9343
          sua grande eficácia na contenção da infiltração de meios mate-               Tiragem média mensal: 4000 exemplares
                                                                                                              3
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                                                                                                 FEVEREIRO 2019  17
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