Page 6 - Revista da Armada
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     REVISTA DA ARMADA | 545
              EXERCÍCIO REP (MUS) 19
              O Recognized Environmental Picture AtlanƟ c Exercise Augmented by MariƟ me Unmanned Systems – REP (MUS) 19 – realizou-se,
              entre os dias 11 e 27 de setembro de 2019, ao largo da costa de Sesimbra e da península de Troia. Este exercício de experimentação
              de sistemas maríƟ mos não tripulados é desde há dez anos organizado pela Marinha em parceria com o Laboratório de Sistemas e
              Tecnologia SubaquáƟ ca da Universidade do Porto e o Centre for MariƟ me Research and ExperimentaƟ on (CMRE, ex-NURC) da NATO .
              A edição deste ano integrou a IniciaƟ va MariƟ me Unmanned Systems, da NATO, e contou com a parƟ cipação de dezenas de empresas
              nacionais, internacionais e universidades, cujos protóƟ pos/equipamentos foram testados em contexto real no mar de Portugal.
              EXPERIMENTAÇÃO
                 exercício REP(MUS) trouxe a Portugal, com a                                                          Foto SAJ A Ferreira Dias
              O  ajuda da academia e das indústrias, conjun-
              tos inovadores de sistemas de controlo remoto,
              ou seja, meios com a capacidade acrescida, que
              foram operados e testados. Este avanço tecnoló-
              gico permite chegar mais longe com parcos recur-
              sos, ampliar capacidades não só no mar, mas tam-
              bém no meio aéreo e nas operações em terra e,
              assim, garanƟ r o compromisso que a Marinha tem
              para com o país, face a hipotéƟ cas ameaças.
               Foi criado um Centro de Experimentação no
              Ponto de Apoio Naval (PAN) de Troia e as diversas
              unidades navais receberam a bordo várias equipas
              que testaram e realizaram exercícios experimentais
              diários com os seus equipamentos. Toda a ação
              decorreu em planos de missão específi cos, delinea-
              dos pelo Comando Naval, em função dos requisitos de cada cenário
              operacional – preparado para integrar as várias agências, empresas
              e universidades, em conjunto com os meios e recursos navais.
               A Marinha parƟ cipou no exercício com a fragata Álvares Cabral,
              o navio patrulha Figueira da Foz, os navios hidrográfi cos Almi-
              rante Gago CouƟ nho e  D. Carlos I,  a lancha hidrográfi ca NRP
              Andrómeda,  as lanchas de  fi scalização  rápida  Pégaso e  Cas-
              siopeia, o submarino Tridente, um Destacamento de Mergulha-
              dores Sapadores vocacionado para a guerra de minas, uma Força
              de Fuzileiros e o Destacamento de Ações Especiais. Foram envol-
              vidos 850 militares e civis da Marinha portuguesa e de dez países   Ɵ lham interesse e paixão pela engenharia e tecnologia. A célula
              aliados e contabilizadas 1146 horas de navegação.   responde diretamente/é orientada pelas direƟ vas do COMNAV.
               No dia 20 de setembro, o NRP D. Carlos e o NRP Álvares Cabral   Esta célula, enquanto iniciaƟ va estratégica de transformação do
              receberam a bordo o Chefe do Estado-Maior da Armada, ALM   setor operacional da Marinha Portuguesa, acelera a adaptação a
              Mendes Calado, o grupo de Adidos Militares acreditados em Por-  um mundo em rápida mudança onde as ameaças são ilusórias,
              tugal e convidados nacionais e internacionais. Tiveram oportuni-  disseminadas, e assimétricas por natureza.
              dade de assisƟ r a uma demonstração das capacidades dos meios
              navais e dos veículos não tripulados ao serviço da Marinha,   O “DIA SEGUINTE”
              nomeadamente uma simulação de resgate apoiada pelo Desta-
              camento de Ações Especiais (DAE) do Corpo de Fuzileiros, com o   Por volta das 06h00 do dia 1 de outubro, um dos protóƟ pos
              apoio de lanchas e veículos aéreos não tripulados, coordenados   desenvolvidos pela CEOV foi colocado no rio Sado, junto ao PAN,
              e controlados a parƟ r do Centro de Operações no PAN Troia, e a   com o objeƟ vo de realizar a primeira travessia costeira de um
              resposta de diversas unidades navais às ameaças dos “drones” na   navio não tripulado militar autónomo movido inteiramente a
              zona operacional do exercício.                      energia renovável.
               O REP (MUS) 19 leva o nome da Marinha Portuguesa aos quatro   Em cerca de 12 horas o  drone maríƟ mo realizou a travessia
              cantos do mundo como “casa” de um importante exercício NATO.    planeada – sair de Troia, fazer a barra do Sado, dobrar o Cabo
                                                                  Espichel, rumar ao porto de Lisboa e subir o Tejo até ao Alfeite –
              CEOV                                                percorrendo 47 milhas náuƟ cas. O protóƟ po foi acompanhado/
                                                                  monitorizado pelo NRP Cassiopeia que garanƟ u a sua segurança
               Na sequência deste grande exercício da NATO com sistemas não   levando a bordo uma equipa técnica da CEOV.
              tripulados, a Marinha Portuguesa revelou a existência da Célula   A navegação totalmente autónoma deste drone assinala o pri-
              de Experimentação Operacional de Veículos Não Tripulados   meiro teste de uƟ lização de uma embarcação não tripulada da
              (CEOV), criada em outubro de 2017.                  Marinha, movida a energia solar.
               A CEOV compreende cerca de doze militares da Marinha, de
              vários postos e classes, com experiência variada e que compar-                 Colaboração do COMANDO NAVAL
              6    NOVEMBRO 2019





