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REVISTA DA ARMADA | 550
              D. AFONSO HENRIQUE





              DE BRAGANÇA




              100 ANOS SOBRE A DATA DO SEU FALECIMENTO




              O INFANTE D. AFONSO
                 fonso de Bragança, conhecido como Infante
              AD. Afonso, de seu nome completo Afonso Hen-
              rique Maria Luís Pedro de Alcântara Carlos Hum-
              berto Amadeu Fernando António Miguel Rafael
              Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João
              Augusto Júlio Valfando Inácio de Saxe Cobur-
              go-Gotha e Bragança, nasceu em Lisboa,
              Ajuda, a 31 de julho de 1865. Foi Duque
              do Porto e úlƟ mo Vice-Rei da Índia Por-
              tuguesa, sendo General de Divisão do
              Exército Português e Inspetor Geral
              da Arma de ArƟ lharia, assim como
              Comandante honorário da Real
              Associação de Bombeiros Voluntá-
              rios da Ajuda.
               Como Comandante da Real
              Associação de Bombeiros Volun-
              tários da Ajuda por si fundada,
              sempre que necessário, percor-
              ria as ruas de Lisboa num carro
              de Bombeiros – pago do próprio
              bolso – a alta velocidade e, não
              exisƟ ndo sirenes nesse tempo,
              ia alertando tudo e todos com
              o grito de “Arreda” para afastar
              quem circulasse na via pública.
              Esta situação valeu-lhe, numa
              sáƟ ra Republicana, o cognome
              de “O Arreda” .
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               Terminado o curto reinado
              de D. Manuel II, seu sobrinho,
              com a implantação da Repú-
              blica, D. Afonso parƟ u para o exí-
              lio em Itália acompanhando sua
              mãe, a Rainha D. Maria Pia, fi cando
              a residir em Nápoles. Em 1917, em
              Madrid, contraiu matrimónio com
              Nevada Stoody Hayes Chapman.
               Falecido em 21 de fevereiro de 1920
              em Nápoles com 54 anos de idade,
              num momento em que Portugal vivia
              um período de hesitações e discordâncias
              para que se consagrasse uma amnisƟ a  para
              alguns elementos monárquicos, surgiu um sinal
              de tolerância para com D. Afonso de Bragança,
              quando o Congresso da República decretou, através
              da Lei nº 974 de 25 de Maio de 1920, publicada pelo
              então Presidente da República António José de Almeida ,
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              a autorização ao Governo para consenƟ r a sua sepultura no
              Panteão Real dos Bragança, na Igreja de S. Vicente de Fora.

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                                                                                                         ABRIL 2020  11
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