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REVISTA DA ARMADA | 563
O PELOTÃO DE RECONHECIMENTO
Dentro do Corpo de Fuzileiros há equipas especializadas em determinadas ações táticas. Uma delas, o Pelotão de Abordagem, e a sua
atuação num teatro operacional, foram abordadas nas páginas da edição nº 561 (abril) da RA. Agora focamo-nos noutra equipa – o
Pelotão de Reconhecimento (PELREC).
PADRÕES DE PRONTIDÃO OPERACIONAIS superior; terminando com o briefing de missão ao grupo de
reconhecimento;
o PELREC compete recolher informação de • Inserção: pode ser feita por meios aéreos, navais ou terrestres;
Acariz tático sobre o terreno e o opositor. • Infiltração: levada a cabo com recurso a botes de assalto ou
Isto permite o esclarecimento do panorama por natação de superfície.
situacional para que o elemento de comando • Ação no objetivo: compreende o reconhecimento e marcação
detalhe com rigor o seu plano de ação. Este pe- da praia de desembarque, a observação e relato de alvos, e o
lotão deve estar preparado para ser projetado reconhecimento de itinerários e zonas de interesse.
de forma autónoma, conduzir ações de reco- • Tratamento e passagem de informação: há que compilar to-
nhecimento por longos períodos e reportar em dos os dados recolhidos e elaborando um produto tipo Target
tempo útil toda a informação recolhida através Intel Package, que apoie o processo de tomada de decisão do
de todos os meios de comunicação disponíveis. comando da unidade apoiada.
Para que uma força militar, qualquer que seja o escalão este- O treino de integração de força
ja sempre pronta a ser empregue quando e onde necessário, há Nesta última fase, quando as proficiências específicas do grupo
todo um processo de preparação a montante, compreendendo já se encontram verificadas, torna-se essencial integrar a nova
uma certa metodologia de treino e avaliação periódica, i.e., há capacidade no reforço de uma força tarefa, para que leve a cabo
que criar as condições para que esse grupo atinja e mantenha ações de reconhecimento e vigilância. Ou seja, pretende-se que
determinados padrões operacionais e uma elevada prontidão de o grupo de reconhecimento integre o processo de planeamento
resposta. tático e seja empregue no sentido de: clarificar os gaps de in-
Esse ciclo compreende três fases: formação da área de operações; eliminar alvos de oportunidade
O treino de base através de atiradores especiais; posicionar observadores avança-
Nesta fase são consolidadas as competências comuns a qual- dos para pedidos de apoio de fogos; e pesquisar, detetar e ou
quer fuzileiro, as quais se encontram presentes em todas as ações sinalizar eventuais engenhos explosivos.
militares. Destaca-se aqui: o treino de tiro de combate, com o ar- Todo este leque de capacidades faz com que o PELREC atue
mamento orgânico do pelotão; o treino de comunicações táticas, como um elemento altamente diferenciador e capaz de potenciar
com os sistemas rádio em uso no Corpo de Fuzileiros; e o treino o vetor de projeção de força do Corpo de Fuzileiros.
de socorrismo em combate.
O treino específico PASSADO E WAY AHEAD
Nesta fase, o PELREC treina as suas áreas especificas de atua-
ção, de forma seriada, a fim de fortalecer os procedimentos no No plano operacional de empenhamento, há a destacar a parti-
âmbito do amplo espectro do seu emprego tático. cipação do PELREC nas seguintes missões: Operação de Evacua-
Esta consolidação da preparação está mais focada nos seguintes ção de Não Combatentes (NEO) na Guiné-Bissau, em 1998; Ope-
processos: ração de Apoio à Paz em Timor Leste, entre 2000 e 2004; missão
• Planeamento: inicia-se com a análise de missão; segue-se militar da União Europeia na Republica Democrática do Congo,
a seleção de modalidades de ação e o backbrief ao escalão em 2006; Operação de Assistência militar à ilha da Madeira após
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