Page 17 - Revista da Armada
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                                                               – Proteção do navio; e
                                                               – Operações anfíbias, desenvolvidas com os meios de projeção
                                                              disponíveis no  Dixmude, tanto  no  exercício  XARITOO (Senegal)
                                                              como no exercício ELEPHANT (Costa do Marfim).
                                                                A missão foi extremamente condicionada pela pandemia CO-
                                                              VID-19 e pelas consequentes medidas de mitigação associadas,
                                                              condicionando o plano de navegação inicialmente estabelecido.



                                                                                                   Colaboração do CCF



                                                                PHA/BPC/LHD DIXMUDE







          Armadas Senegalesas para, essencialmente, treinarem o comba-
          te motorizado em savana.
           O exercício seguinte, o OBAMBA 2021 (treino de uma NEO em
          águas do Gabão), foi cancelado devido ao navio ter sido empe-
          nhado na operação de combate ao narcotráfico atrás referida.
           Depois da participação no exercício naval OBANGAME EXPRESS
          com a Marinha do Gana, foi na lagoa de Abidjan (à entrada deste
          porto da Costa do Marfim) que decorreram 10 dias de treino in-
          tenso – exercício ELEPHANT 2021 – aproveitando quer zonas den-
          samente arborizadas (para iniciação ao combate na selva), quer
          as facilidades da base de Lomo Nord para treino de tiro aberto
          evolutivo com todo o arsenal do Grupo Tático.          O FS  Dixmude é considerado  pelos  franceses  como um
                                                                Porte-hélicoptères Amphibie (PHA), como um Bâtiment de
          PROJEÇÃO E RETRAÇÃO                                   Projection et de Commandement (BPC), mas também como
                                                                um Landing Helicopter Dock (LHD), ou seja, um navio de
           Antes de ser dada como pronta, esta FFZ passou por uma fase   assalto anfíbio ambivalente – no deck e hangar/porão pode
          de aprontamento – cumprindo  um plano  de Treino  Orientado   levar até 16 helicópteros ligeiros/médios para assaltos aé-
          para a Missão – seguida da logística sanitária, devido ao pano-  reos focalizados e missões de vigilância (módulo aeronaval);
          rama pandémico de COVID-19 prevalecente. Nesta última fase,   em alternativa, poderá embarcar 60 viaturas blindadas e 13
          os militares realizaram um período de quarentena de 14 dias em   carros de combate médios, para além de até 4 barcaças de
          Portugal, e, menos de 72 horas antes da projeção, foram subme-  desembarque na doca à popa, inundável (módulo anfíbio).
          tidos a um teste PRC ao SARS-CoV-2.                   Desde há cerca de dois anos que está também certificado
           A FFZ foi projetada via C-130 da Força Aérea Portuguesa a 31 de   para operar drones S-100, que dispõem de uma vasta panó-
          janeiro, sendo inserida a bordo do Dixmude nesse mesmo dia, na   plia de sensores ISR; nesta missão embarcou dois S-100, os
          Base Naval de Toulon. Na retração seguiu-se o caminho inverso,   quais tiveram o seu primeiro emprego em operações anfí-
          utilizando idêntico meio aéreo a 24 de abril.         bias no decurso do exercício XARITOO 2021, mostrando a
           No âmbito do treino conjunto, destaca-se a excelente partilha   sua capacidade de transmissão em tempo real de dados em
          de conhecimentos, técnicas e táticas nas áreas de:    vídeo para o navio-mãe e dando ao comandante operacio-
           – Abordagem (exercício OBANGAME EXPRESS 21);         nal uma visão clara da evolução da situação tática costeira.
                                                                 O navio  pode  embarcar até 900 militares extra-guarni-
                                                                ção por períodos curtos, 400 por períodos prolongados, já
                                                                incluindo as equipas médicas e de comando inter-ramos/
                                                                estado-maior.
                                                                 O navio dispõe de instalações hospitalares com 2 blocos
                                                                operatórios, sala de tratamento de queimados e 69 camas.
                                                                 O Dixmude é o terceiro PHA da classe Mistral, tendo en-
                                                                trado ao serviço da Marinha Francesa em 2012. Estão aptos
                                                                para os seguintes tipos de missão: reconhecimento; anteci-
                                                                pação; prevenção: proteção; intervenção; e dissuasão.





                                                                Notas
                                                                1    Portugal participa na operação Corymbe desde 2016, com observadores milita-
                                                                res e Forças de Fuzileiros a bordo de navios da Marinha Francesa.



                                                                                                    JULHO 2021  17
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