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– Proteção do navio; e
– Operações anfíbias, desenvolvidas com os meios de projeção
disponíveis no Dixmude, tanto no exercício XARITOO (Senegal)
como no exercício ELEPHANT (Costa do Marfim).
A missão foi extremamente condicionada pela pandemia CO-
VID-19 e pelas consequentes medidas de mitigação associadas,
condicionando o plano de navegação inicialmente estabelecido.
Colaboração do CCF
PHA/BPC/LHD DIXMUDE
Armadas Senegalesas para, essencialmente, treinarem o comba-
te motorizado em savana.
O exercício seguinte, o OBAMBA 2021 (treino de uma NEO em
águas do Gabão), foi cancelado devido ao navio ter sido empe-
nhado na operação de combate ao narcotráfico atrás referida.
Depois da participação no exercício naval OBANGAME EXPRESS
com a Marinha do Gana, foi na lagoa de Abidjan (à entrada deste
porto da Costa do Marfim) que decorreram 10 dias de treino in-
tenso – exercício ELEPHANT 2021 – aproveitando quer zonas den-
samente arborizadas (para iniciação ao combate na selva), quer
as facilidades da base de Lomo Nord para treino de tiro aberto
evolutivo com todo o arsenal do Grupo Tático. O FS Dixmude é considerado pelos franceses como um
Porte-hélicoptères Amphibie (PHA), como um Bâtiment de
PROJEÇÃO E RETRAÇÃO Projection et de Commandement (BPC), mas também como
um Landing Helicopter Dock (LHD), ou seja, um navio de
Antes de ser dada como pronta, esta FFZ passou por uma fase assalto anfíbio ambivalente – no deck e hangar/porão pode
de aprontamento – cumprindo um plano de Treino Orientado levar até 16 helicópteros ligeiros/médios para assaltos aé-
para a Missão – seguida da logística sanitária, devido ao pano- reos focalizados e missões de vigilância (módulo aeronaval);
rama pandémico de COVID-19 prevalecente. Nesta última fase, em alternativa, poderá embarcar 60 viaturas blindadas e 13
os militares realizaram um período de quarentena de 14 dias em carros de combate médios, para além de até 4 barcaças de
Portugal, e, menos de 72 horas antes da projeção, foram subme- desembarque na doca à popa, inundável (módulo anfíbio).
tidos a um teste PRC ao SARS-CoV-2. Desde há cerca de dois anos que está também certificado
A FFZ foi projetada via C-130 da Força Aérea Portuguesa a 31 de para operar drones S-100, que dispõem de uma vasta panó-
janeiro, sendo inserida a bordo do Dixmude nesse mesmo dia, na plia de sensores ISR; nesta missão embarcou dois S-100, os
Base Naval de Toulon. Na retração seguiu-se o caminho inverso, quais tiveram o seu primeiro emprego em operações anfí-
utilizando idêntico meio aéreo a 24 de abril. bias no decurso do exercício XARITOO 2021, mostrando a
No âmbito do treino conjunto, destaca-se a excelente partilha sua capacidade de transmissão em tempo real de dados em
de conhecimentos, técnicas e táticas nas áreas de: vídeo para o navio-mãe e dando ao comandante operacio-
– Abordagem (exercício OBANGAME EXPRESS 21); nal uma visão clara da evolução da situação tática costeira.
O navio pode embarcar até 900 militares extra-guarni-
ção por períodos curtos, 400 por períodos prolongados, já
incluindo as equipas médicas e de comando inter-ramos/
estado-maior.
O navio dispõe de instalações hospitalares com 2 blocos
operatórios, sala de tratamento de queimados e 69 camas.
O Dixmude é o terceiro PHA da classe Mistral, tendo en-
trado ao serviço da Marinha Francesa em 2012. Estão aptos
para os seguintes tipos de missão: reconhecimento; anteci-
pação; prevenção: proteção; intervenção; e dissuasão.
Notas
1 Portugal participa na operação Corymbe desde 2016, com observadores milita-
res e Forças de Fuzileiros a bordo de navios da Marinha Francesa.
JULHO 2021 17