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REVISTA DA ARMADA | 564
OPERAÇÃO CORYMBE – GOLFO DA GUINÉ
PARTICIPAÇÃO DE UMA FORÇA
DE FUZILEIROS Fotos Corentin Charles
No âmbito da cooperação bilateral com a França, uma Força de Fuzileiros (FFZ), composta por 17 militares da Polícia Naval e do Pelo-
tão de Abordagem, embarcou no navio FS Dixmude para participar na Operação Corymbe 156, no período de 2 de fevereiro a 23 de
abril de 2021.
MISSÕES CORYMBE CONVITE A PORTUGAL
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m termos da prontidão dos meios militares franceses para É recorrente o convite da Marinha Francesa para a participa-
Eocorrerem a uma emergência em qualquer parte do mun- ção numa iniciativa que concorre para os esforços internacionais
do, desde 1990 que a França tem, em permanência, um ou dois visando a promoção da segurança marítima na região do Golfo
navios de guerra em apoio do seu dispositivo militar na África da Guiné, assim como, a contribuição para o reforço do conheci-
Central e Ocidental – Operação Corymbe. Esses meios navais, mento mútuo e interoperabilidade nos domínios das operações,
na área do Golfo da Guiné, contribuem para a redução da inse- treino e formação dos fuzileiros. A participação nesta operação
mereceu parecer favorável do Conselho Superior de Defesa Na-
gurança marítima (nomeadamente anti-pirataria), em apoio das cional na sessão de 6 de outubro de 2020, constando, portanto
capacidades das Marinhas e dos centros de comando e decisão do plano de Forças Nacionais Destacadas para 2021.
dos estados ribeirinho, no âmbito do Processo de Yaoundé. Mas À semelhança da participação em edições anteriores, os obje-
também levam a cabo patrulhas de vigilância das pescas, comba- tivos deste empenhamento foram: o desenvolvimento de ações
tem o narcotráfico (seis toneladas de cocaína apreendidas nesta de parceria militar operacional em apoio aos países africanos; a
missão) e participam em treinos e exercícios inter-ramos com di- realização de treinos bilaterais com o destacamento congénere
ferentes parceiros europeus e ou africanos, de âmbito regional de Fusiliers Marins embarcado; e a integração em operações con-
ou internacional. juntas em zona sensível.
Os meios embarcados no Dixmude permitem não só reforçar A operacionalização deste empenhamento de fuzileiros foi fei-
as unidades militares francesas na região numa qualquer inter- ta ao abrigo dos tratados entre a República Portuguesa e a Re-
venção em caso de crise, mas também participar na proteção/ pública Francesa relativos: à cooperação no domínio da defesa,
de 30 de julho de 1999; à proteção das informações e matérias
evacuação (Noncombatant Evacuation Operation – NEO) de ci- classificadas, de 10 de janeiro de 2005; e ao Acordo Técnico entre
dadãos franceses e europeus de uma zona perigosa/politico-mi- o Ministro da Defesa Nacional da República Portuguesa e o Mi-
litarmente instável. nistro da Defesa da República Francesa, relativo à cooperação no
O Dixmude havia já participado na Corymbe 154, de outubro a domínio da segurança marítima, de 30 de abril 2010.
dezembro de 2020. A missão que teve os fuzileiros portugueses
embarcados este ano foi a Corymbe 156; nesta missão embarcou CORYMBE 156
também 250 militares franceses e da Legião Estrangeira, consti-
tuindo o Grupo Tático Dragão, uma equipa de saúde Role 2, dois Logo na segunda semana, o Dixmude participou no exercício
drones, um helicóptero Alouette III, as barcaças e os meios de XARITOO 2021 a sul de Dacar; os seus meios de desembarque pu-
uma força de desembarque (módulo anfíbio). seram em terra o Grupo Tático Dragão e duas seções das Forças
16 JULHO 2021