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REVISTA DA ARMADA | 565

          MARITIME EXERCISE                                   transporte de tropas e recursos de um lado para o outro do Atlân-
                                                              tico, por vias mantidas seguras maioritariamente pelos meios na-
           Fazendo parte do STDE 21, o MARITIME EXERCISE foi o maior   vais aliados, os meios aéreos do HMS Queen Elizabeth e os navios
          exercício aeronaval naval do ano; teve lugar, entre 20 e 30 de   do seu grupo de escolta tentaram “prejudicar” esse transporte
          maio, em águas sob jurisdição nacional, juntando mais de 9.000   através  de  ataques  simulados.  A  simulação  também  testou  a
          militares embarcados em mais de 20 navios pertencentes a 11   equipa que planeou o exercício, as estruturas que o comandaram
          países da Aliança Atlântica.                        e as equipas que controlaram a participação dos meios envolvi-
           Destaque para as participações estrangeiras dos:   dos; numa forma global, foi testada a unidade e cooperação en-
           – Porta-aviões HMS Queen Elizabeth  – e do respetivo grupo de   tre aliados americanos e europeus.
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          escolta (HMS Diamond, HMS Richmond, HMS Kent, USS The Sulli-  A participação das unidades navais portuguesas – NRP Álvares
          vans, HNLMS Evertsen, RFA Fort Victoria e RFA Tidespring – com as   Cabral, NRP Sines e NRP Tridente – permitiu reforçar a presença
          seguintes alas aéreas embarcadas: 36 x F-35B Lightning II e 14 heli-  nacional num exercício NATO de grande dimensão e visibilidade,
          cópteros Chinook, Merlin (HM 2 e/ou HC 4 e Crowsnest) e WildCat.  assim como aferir as capacidades conjuntas das unidades partici-
           – Navio de assalto anfíbio USS Iwo Jima – acompanhado do USS   pantes, possibilitando uma análise completa que não se fica pela
          San Antonio e do USS Carter Hall – com as seguintes alas aéreas   maximização das capacidades próprias de cada navio.
          embarcadas: 6 x AV-8B Harrier II, 12 x MV-22B Osprey, 4 x CH-53E   O exercício terminou no dia 30 de maio, tendo o NRP Álvares
          Super Stallion e 4 x AH-1W Super Cobra.             Cabral e o NRP Tridente atracado na BNL, no dia 31.
           –-  Navio  almirante  da  Sexta  Esquadra  norte-americana,  USS
          Mount Whitney.
           – SNMG1 – HMCS Halifax e HDMS Absalon.
           – SNMG2 – ESPS Mendez Nunez.                                    Colaboração do COMANDO DO NRP ÁLVARES CABRAL
           – FS Normandie, ITS Andea Doria e FGS Brandenburg.
           – Aeronaves de Patrulha Marítima – FRA Atlantique e US P-8.
           – Outras aeronaves - ESP-AF F/A 18 e EF-2000, e NATO E-3.
           Ao nível nacional há a mencionar a participação dos:  Notas
           –  NRP Álvares Cabral,  NRP  Sines  (embarcou  uma  equipa  do   1  O conjunto de meios reunidos à volta do porta-aviões tem a designação HMS Queen
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          NATO JEWCS ) e NRP Tridente; e                        Elizabeth Carrier Strike Group e jogou o papel de força opositora (OPFOR) no STDE 21.
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           –  Aeronaves  F-16AM  e  P-3C  CUP+  ORION  da  Força  Aérea   3   JEWCS – Joint Eletronic Warfare Core Staff.
                                                                 De âmbito defensivo, proporcional (embora de larga escala) e anunciado com
          Portuguesa.                                           meses de antecedência, de acordo com as obrigações de transparência elencadas
           Quis assim o destino que o trigésimo aniversário da Álvares Ca-  no Documento de Viena da OSCE.
          bral (ver caixa) fosse no ‘campo da glória’, enquanto participa-  4   Deter um potencial agressor e, se necessário, confrontá-lo e derrotá-lo.
          va na parte do exercício STDE 21 em que a missão e o objetivo
          eram o de assegurar a ligação transatlântica
          ‘América do NorteEuropa’ mantendo aber-
          tas as SLOC entre os dois continentes, tendo
          em vista a condução de operações de proje-
          ção de força e de reforço do teatro de ope-
          rações  europeu  na  eventualidade  de  um
          conflito de larga escala no continente euro-
          peu, no âmbito da Defesa Coletiva expressa
          no artigo 5.º do Tratado do Atlântico Norte.

          CONCLUSÃO

           O STDE 21 foi o primeiro de uma série de
          novos exercícios que a NATO tem planeados
          tendo em vista assegurar que as forças da
          Aliança estão treinadas, aptas a operar em
          conjunto e prontas a responder a qualquer
          ameaça, seja qual for a sua origem.
           A  prática  regular  de  exercícios  de  treino
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          conjunto  e  combinado permite  aferir  o
          que corre bem e no mais curto espaço de
          tempo e o que precisa de ser melhorado na
          resposta da NATO a uma qualquer ameaça.
          No caso do STDE 21, foi testada a capacida-
          de de projeção (e consequente retração) de
          um grande número de tropas, meios e abas-
          tecimentos através do Atlântico e da Europa
          – a afirmação da determinação da NATO na
          Defesa Coletiva  da área Euro-Atlântica, até
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          à região do Mar Negro.
           No  cenário  da  fase  MARITIME  EXERCI-
          SE, enquanto se continuava a desenrolar o


                                                                                                   AGOSTO 2021  7
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