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REVISTA DA ARMADA | 565

NRP ÁLVARES CABRAL

30 ANOS AO SERVIÇO DA MARINHA

Celebrou-se no passado dia 24 de maio, durante a participa- a uma restruturação da organização interna e do treino das
ção no exercício de alta visibilidade NATO STEADFAST DEFEN- unidades navais, elevando o padrão de operacionalidade e a
DER 21, o trigésimo aniversário do NRP Álvares Cabral, segun- modernização de toda a Marinha. Esta aquisição contribuiu
do navio da Classe Vasco da Gama. para a afirmação de Portugal junto dos aliados na segurança
A efeméride foi assinalada numa singela cerimónia a navegar, do Atlântico, permitindo assumir o comando de forças NATO
com uma alocução relativa ao navio e ao seu patrono, e uma e da União Europeia.
homenagem a todos os homens e mulheres que Nestes trinta anos ao serviço de Portugal, a fra-
fizeram parte da sua guarnição ao longo das três gata Álvares Cabral ‘lavrou’ mais de 506.000 mi-
décadas de vida do navio, tendo sido descerrada lhas náuticas, perfazendo o total de 23 voltas ao
uma placa alusiva à data. mundo, tendo participado em inúmeras missões
A fragata Álvares Cabral, pela qual se estima te- e operações, desempenhando diversas tarefas
rem passado mais de 2.000 militares da Marinha em defesa dos interesses nacionais em várias
Portuguesa, foi construída nos estaleiros navais partes do globo, designadamente nos Oceanos
da HDW em Kiel. As fragatas da classe Vasco da Atlântico e Índico, no Mar Mediterrâneo, no Mar
Gama, projeto desenvolvido ao longo da década do Norte, no Mar Adriático e no Mar Báltico.
de oitenta do século XX, entraram ao serviço da Destaque para participações e ou integrações:
Marinha Portuguesa em 1991, tendo a Bandeira nas Operações SHARP GUARD, ACTIVE ENDEA-
Nacional sido içada a bordo pela primeira vez no NRP Vasco da VOUR e THEMIS, todas no Mediterrâneo; nas Operações OCE-
Gama a 18 de janeiro e a 22 de novembro no NRP Corte-Real. AN SHIELD e ATALANTA, na região do Corno de África (Oceano
Estes navios foram construídos com base no projeto MEKO Índico); na Standing Naval Force Atlantic (STANAVFORLANT),
200 da Blohm&Voss, que também foi adotado pela Austrália, na Standing NATO Maritime Group One (SNMG1) e na Euro-
Nova Zelândia, Turquia e Grécia, sendo a variante portuguesa pean Maritime Force (EUROMARFOR); no périplo africano
conhecida como MEKO 200PN. Uma das principais vantagens (2007); e em diversas missões de apoio à cooperação no do-
deste projeto, é a sua construção modular, o que permitiu ins- mínio da defesa no âmbito da Iniciativa MAR ABERTO (con-
talar diferentes equipamentos oriundos de vários países, e fa- tributo de Portugal para o esforço de capacitação dos Países
cilita as atualizações ao longo da sua vida operacional. Africanos de Língua Oficial Portuguesa e de outros países na
A chegada dos navios da classe Vasco da Gama foi um mar- região do Golfo da Guiné em matéria de segurança marítima e
co importante na mudança e evolução da Marinha, levando combate às atividades ilícitas no mar).

8 AGOSTO 2021