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Ainda no âmbito dos compromissos internacionais, o submarino Group 1 (SNMCMG1). Releva que nesta missão, o Senior
Tridente participou na Operação SEA GUARDIAN em apoio direto National Representative da equipa portuguesa desempenhou,
ao COMSUBNATO (NATO), e na Operação IRINI da União Europeia pela primeira vez, as funções de Group Diving Officer, na
(UE) em apoio associado, no período de junho a agosto. Quanto ao dependência direta do Comandante do SNMCMG1. Por sua
reforço da capacidade da Aliança, destaque para a participação dos vez o DMS1 integrou, com uma equipa, a FFZ que participou
NRP Álvares Cabral, NRP Sines e NRP Tridente no exercício aeronaval na NATO Assurance Measures, na Lituânia. No âmbito dos
STEADFAST DEFENDER 21, realizado ao largo da costa portuguesa, exercícios bilaterais, destaca-se a participação do DMS2 nos
contribuindo para a dissuasão e defesa da área euro-atlântica. exercícios promovidos pela Armada Espanhola, MARSEC 21,
No âmbito da cooperação multilateral, durante o exercício SALVAGE FERROL 21.1 e SALVAGE FERROL 21.2, reforçando a
CONTEX-PHIBEX 21, a Marinha contou com a participação, além cooperação, interoperabilidade e partilha de conhecimento
das unidades e forças navais nacionais, com unidades aliadas, com entre as unidades de mergulhadores de ambos os países.
destaque para as unidades de fuzileiros e de mergulhadores. Este Ainda no âmbito dos exercícios internacionais, salienta-se a
exercício teve como objetivo melhorar os padrões de prontidão participação do DMS1 no exercício EOD FERROL 21, na área da
e a interoperabilidade das forças e comandos participantes, para inativação de engenhos explosivos, e no exercício MUSHP PSE 21,
dar resposta a cenários de crise. em Cartagena, focado em ações de busca e reconhecimento de
No âmbito da European Union Naval Force (EUNAVFOR), a engenhos explosivos no âmbito da proteção portuária (Harbour
Marinha disponibilizou, a partir de dezembro de 2021, um Protection). O DMS3 participou, a bordo de um navio caça-
oficial general (comodoro) e cinco oficiais no respetivo estado- minas da Armada Espanhola, no exercício SPANISH MINEX 21,
-maior para comandar a Operação ATALANTA. Os objetivos desta o qual visa a condução de operações de Mine Countermeasures
operação envolvem o reforço da segurança marítima, a proteção (MCM) com a utilização de veículos autónomos submarinos.
do tráfego marítimo que atravessa a região do Corno de África
e Oceano Índico Ocidental, o combate aos atos de pirataria e SEGURANÇA E AUTORIDADE DO ESTADO
tráfico de armas e droga na região.
No âmbito da cooperação bilateral entre Portugal e Marrocos, NO MAR
os NRP Corte-Real e NRP Hidra participaram no exercício
ALCANTARA 21, realizado em águas nacionais. No apoio à No exercício da Autoridade do Estado no Mar, realizaram-se 468
Agência FRONTEX, o NRP Mondego participou nas operações ações de fiscalização marítima, das quais 77 (16,5%) corresponderam
INDALO 21.1 e 21.2, no Mediterrâneo Ocidental, com a a situações de presumível infração. Em sede dos compromissos
finalidade de colaborar no esforço para controlar o fluxo de assumidos nas áreas de responsabilidade nacional de busca e
migração irregular nas fronteiras externas da União Europeia. salvamento marítimo (SAR), o Serviço de Busca e Salvamento
Quanto à inovação, à experimentação e ao desenvolvimento Marítimo coordenou 392 ações, tendo-se registado o salvamento de
de tecnologias e novos conceitos operacionais associados, 521 pessoas, correspondendo a uma taxa de sucesso de 98.5%. No
realce para a realização, em setembro, do exercício Robotic âmbito interagência, foram desenvolvidas operações em conjunto
Experimentation and Prototyping augmented by Maritime com forças e serviços de segurança no combate ao narcotráfico,
Unmanned Systems (REP(MUS)21). Este exercício, de migração irregular e outras ações ilícitas no mar, destacando-se quatro
experimentação e validação operacional na área de sistemas missões com a participação do DAE que resultaram na apreensão
autónomos não tripulados, visa a sua aplicação nos domínios de elevadas quantidades de estupefacientes. No que respeita às
operacionais da segurança e defesa em ambiente marítimo. Para atividades de combate à imigração irregular e ao tráfico de seres
tal, contou com a participação de diversas entidades nacionais humanos, a Marinha manteve a sua colaboração com o Serviço de
e internacionais – a Faculdade de Engenharia da Universidade Estrangeiros e Fronteiras (SEF), tendo empenhado meios adicionais
do Porto (FEUP), a NATO Science and Technology Organization no reforço da vigilância e monitorização do espaço marítimo da costa
– CMRE e a NATO Maritime Unmanned System Iniciative (MUSI) sul de Portugal continental.
– bem como das seguintes unidades operacionais: NRP Álvares Através do CF, a Marinha colaborou ativamente com a ANEPC,
Cabral, NRP Sines, NRP Setúbal, NRP Tridente, NRP Cassiopeia, numa atuação diversificada, em dois períodos. No Inverno,
NRP Hidra, NRP D. Carlos I e as equipas de mergulhadores mantem, com uma prontidão elevada, vários meios atribuídos
dos Destacamentos de Mergulhadores Sapadores n.º 2 e n.º 3
(DMS2 e DMS3). ao Plano Arca (plano de prevenção de cheias das regiões
hidrográficas do rio Tejo, rio Douro, rio Mondego, rio Sado e rio
O Corpo de Fuzileiros (CF), na sua capacidade associada
à Proteção de Força, integrou 17 militares na Operação Guadiana) com um efetivo padrão de 86 militares. Já no período
CORYMBE, no GoG, embarcados no navio francês PHA Dixmude. do Verão, no âmbito do Plano Hefesto, foram acionados os meios
No âmbito da Projeção de Força, e no contexto das Medidas atribuídos ao Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais
de Tranquilização (Assurance Measures) da NATO, o CF projetou (DECIR), contribuindo com 135 militares. Em colaboração com
para a Lituânia, de 1 de junho a 5 de setembro, uma Força o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF),
de Fuzileiros (FFZ) composta por 145 militares. No que diz ao abrigo do Protocolo Faunos firmado entre o ICNF e o EMGFA,
respeito às Operações Especiais, o Destacamento de Ações foram empenhadas patrulhas do CF com militares de vários
Especiais (DAE), no âmbito dos Planos de Cooperação Bilateral, setores da Marinha na vigilância preventiva de fogos florestais em
participou nos exercícios: SWIMMEX, em Portugal (contando áreas sensíveis, contribuindo para a conservação do património
com a participação da unidade congénere lituana Kovinių Narų natural e florestal.
Tarnyba); GNEX, em Espanha; e Junction Strike 21, na Roménia. No âmbito do Projeto Praia Segura, durante a época balnear
Relativamente à atividade dos mergulhadores, destaca- 2021, em apoio à AMN – Direção Geral de Autoridade Marítima,
se a participação em Forças Nacionais Destacadas, através a Marinha contribuiu para reforçar as componentes de vigilância
do DMS3, com uma equipa embarcada no navio alemão FGS (motorizada e apeada) em território nacional, tendo no pico deste
Homburg, integrado no Standing NATO Mine Countermeasures apoio sido empenhados 126 militares, diariamente, em missão.
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