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REVISTA DA ARMADA | 570


















          PARTICIPAÇÃO NO SNMG1 EM 2021



          NRP CORTE-REAL







                  No âmbito dos compromissos internacionais assumidos por Portugal nas organizações e alianças a que pertence, a fragata
                  Corte-Real foi designada para integrar o Standing Nato Maritime Group One (SNMG1). Pelo segundo ano consecutivo e
                  pela terceira vez nos últimos quatro anos, a atribuição deste navio a esta força naval de elevada prontidão de resposta
                  a crises, constituiu-se como o contributo ativo de Portugal para a paz e segurança no espaço marítimo euro-atlântico.
          A  missão  incluiu  uma  participação  no  quadro  das  medidas  de  tranquilização  da  Aliança  designadas  por  Assurance  Measures e
          destinadas a demonstrar a coesão da NATO e o seu compromisso com a defesa coletiva no flanco leste do continente europeu.

         INTRODUÇÃO                                           da  Noruega,  com  condições  meteorológicas  e  oceanográficas
                                                              extremamente adversas, inerentes à época do ano.
             navio largou da Base Naval de Lisboa no dia 19 de agosto, com   Após ter largado da Islândia, já integrado no SNMG1 e navegando
         O  um efetivo total de 181 militares (24 oficiais, 42 sargentos   na companhia do navio canadiano, iniciou-se o acompanhamento
         e 115 praças), integrando duas equipas de segurança do Corpo   da força naval russa, constituída por vários navios. Isso levou os
                                                                                                       o
         de Fuzileiros, com 11 militares, uma equipa de mergulhadores   navios da NATO a ultrapassar o Círculo Polar Ártico (66 33’ 44’’N),
         sapadores do  Destacamento de Mergulhadores Sapadores    momento inusitado para um navio da nossa Marinha e de grande
         N.º 2, constituída por dois militares, e ainda um oficial superior   significado  para  qualquer  marinheiro,  que  permitiu  ao  navio
         da Marinha do Brasil, no âmbito dos acordos bilaterais existentes   voltar uma vez mais a pintar a sua buzina de proa de azul.
         entre as duas Marinhas.                               Este  acompanhamento levou a força aliada  a navegar  até  à
           A integração  nesta força permanente da  NATO foi  precedida   remota região do mar de Barents, no extremo Norte da Europa,
         de um projeto de aprontamento do navio para a missão, bem   cruzando o Bear Gap, uma linha que une a ilha norueguesa de
         conseguido,  que se  iniciou  por um período  de manutenção   Svalbard e Nordkapp. O acompanhamento cessou quando a força
         corretiva nos primeiros meses de 2021, seguido de um processo   russa entrou em águas nacionais daquele país, perto da Península
         de certificação dos sistemas de armas e de treino operacional   de Kola e junto da Base Naval Russa de Murmansk. Após esta
         para a guarnição, que garantiu a necessária preparação para o   tarefa, os navios da força atracaram no Porto de Tromso, no norte
         exigente ambiente operacional que caracteriza uma força naval   da Noruega, para um curto período de descanso da guarnição e
         de alta prontidão como o SNMG1.                      manutenção preventiva, após um longo intervalo de navegação.
           Durante o trânsito até à área de operações, o navio foi destacado
         para a região da Islândia, onde integrou o SNMG1 e se juntou ao  TREINO DA INTEROPERABILIDADE DA FORÇA
         navio navio-chefe canadiano HMCS Fredericton. Após uma curta
         paragem para reabastecimento em Reiquejavique, que permitiu   Após  Tromso,  efetuou-se  uma  patrulha  ao  longo  da  costa
         estabelecer o primeiro contacto com o Comandante e o estado-   norueguesa,  rumo ao Mar  do Norte,  durante  a qual  foi  ainda
         -maior do SNMG1.                                     cumprido o Operational Training Programme (OTP), um programa
           Na sua integração, o NRP Corte-Real foi nomeado Anti-surface   de treino desenhado pelo estado-maior do SNMG1 com o objetivo
         Warfare  Commander (ASUWC)  do  SNMG1,  mantendo  estas   de maximizar a integração e a interoperabilidade entre os navios
         funções em permanência até desintegrar a força.      que, entretanto, se juntaram ao SNMG1 – a fragata holandesa
                                                              HNLMS Van Amstel e o reabastecedor norueguês HNOMS Maud.
         NO ÁRTICO                                             O OTP compreendeu um vasto leque de exercícios  das
                                                              tradicionais disciplinas da guerra no mar – anti-submarina (ASW),
           Ao longo de quatro meses  a  Corte-Real cumpriu  um intenso   anti-superfície (ASUW) e anti-aérea (AAW) – a prática de tiro de
         programa operacional  em  companhia  com os restantes  navios   artilharia com as peças principais, CIWS (Close-In Weapon System)
         do  SNMG1,  que  incluiu  a  participação  nos  exercícios  Dynamic   e  armamento ligeiro,  e  ainda,  ações de treino  de interdição
         Mariner 2021/Joint Warrior 21-2 (DYMR21/JW212) e Flotex Silver   marítima, interceção e abordagem (boarding), tendo já em vista
         2021, e uma longa permanência ao longo da costa e nos fiordes   a participação do SNMG1 nos exercícios NATO atrás elencados.


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