Page 29 - Revista da Armada
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e manutenção da confiança são objetivos primários do GNS.
Mas, no encalço de ataques ainda frescos na nossa memória,
representados nos indicadores operacionais que demonstraram
os diferentes níveis de preparação das nossas empresas e
instituições, como é que se suscita essa confiança?
É aqui que entra a necessidade de políticas públicas, que em
Portugal assentam na Estratégia Nacional de Segurança do
Ciberespaço, bem como nos instrumentos de monitorização e
avaliação da sua implementação, e de transparência.
Importantes são, também, as diretivas europeias (e.g. Diretiva
SRI/NIS (2016)) e a legislação nacional (Lei n.º 46/2018), que
estabelece o regime jurídico da segurança do ciberespaço e os
seus elementos de governação.
Além destes pilares, que sustentam o aparelho nacional de
cibersegurança, o almirante Gameiro Marques apresentou,
ainda, outras iniciativas que visam a uma maior participação O Académico Engº Pires de Lima, Ex-oficial da Reserva Naval.
da sociedade nesta matéria, como a rede Computer Security
Incident Response Team (CSIRT), que reúne um conjunto de
organismos e empresas públicos e privados, com o intuito de
estabelecer laços de confiança entre elementos responsáveis e
criar os instrumentos necessários à prevenção e resposta rápida,
promovendo uma cultura de segurança.
Foram ainda apresentadas outras práticas e projetos, como
o selo de maturidade digital, sendo lançado o repto perante o
Almirante CEMA/AMN para que a Marinha se torne uma das
primeiras entidades a conseguir esta distinção.
Terminando, o CALM Gameiro Marques apresentou alguns dos
projetos futuros, promovidos pelo GNS, tendo em vista a promoção
da cibersegurança e a capacitação das pessoas, procurando
cimentar a confiança através do conhecimento e da prevenção.
Ao longo da sua apresentação, o Almirante Gameiro Marques
deixou bem claro que é necessário continuar a investir na CALM Gameiro Marques.
formação, na sensibilização e na capacitação das pessoas,
procurando humanizar a tecnologia, de forma a menorizar os
riscos. A segurança depende de todos nós, os utilizadores, em
especial das tecnologias da informação. Colaboração da ACADEMIA DE MARINHA
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