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REVISTA DA ARMADA | 577
ACADEMIA NAVAL ANGOLANA
COOPERAÇÃO NO DOMÍNIO DA DEFESA
CRIAÇÃO DA ACADEMIA NAVAL O esforço em assessorias atingiu um pico quando se entrou
na componente técnico-militar dos planos de estudos dos
ando corpo ao contemplado na Diretiva de 2007 (Reedificação primeiros cursos. Esse esforço vem sendo progressivamente
Ddas Forças Armadas de Angola (FAA)) do Comandante-em- reduzido por via da implementação de uma estratégia assente
chefe no tocante aos diferentes estabelecimentos de ensino na transferência, gradual e supervisionada, de responsabilidades
superior militar, a AcN foi inaugurada a 21 de julho de 2011 pelo letivas para a parte Angolana. A AcN caminha, assim, para
Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMG/ a almejada autonomia académica nos dois cursos por si
FAA), General do Exército Geraldo Sachipengo Nunda. O VALM ministrados.
João Maria Ferreira tornou-se o seu primeiro Comandante. Para trilhar o mesmo caminho e a mesma estratégia, espera-
Sob o mote “O Conhecimento Consagra Gerações”, a AcN se que as próximas assessorias sejam recentradas no apoio à
tem por missão formar “Oficiais dos quadros permanentes da edificação dos novos cursos e ao ensino continuado que se lhe
Marinha de Guerra Angolana, habilitando-os ao exercício das sucede, com enfoque no curso de Engenharia Naval – Armas
funções que estatutariamente lhes são cometidas, conferir e Eletrónica, dado o elevado grau de especialização requerido.
as competências adequadas ao cumprimento das missões
específicas da Marinha”. APOIO DA MP – II
Em 2011, a AcN começou por ministrar os cursos de Marinha e
de Engenharia Naval – Mecânica. Contudo, nas suas alocuções, ESTÁGIO DE LONGA DURAÇÃO
o seu primeiro Comandante já ressalvava a natureza provisória A assessoria à AcN é reconhecida como um projeto-bandeira
das instalações, na Base Naval de Luanda. Da deslocalização no domínio da cooperação militar. Os alunos finalistas da AcN
para novas infraestruturas em Benguela, até por razões de contam, ainda, com um importante complemento de formação
espaço físico, dependia a edificação dos cursos de Fuzileiros, – a frequência de um Estágio de Longa Duração em Portugal, à
Engenharia Naval – Armas e Eletrónica – e Administração Naval. semelhança do efetuado pelos alunos finalistas da EN, ancorado:
– Num estágio de embarque a bordo dos navios da esquadra; e
– Num conjunto de cursos de índole técnico-naval em
diferentes unidades, estabelecimentos e organismos da MP.
Por via de alguns requisitos da AcN, optou-se pela realização
separada do estágio dos Guardas-Marinhas Angolanos e do
estágio dos Aspirantes Portugueses. De realçar que a EN é
escolhida competindo com outras ofertas de formação no
estrangeiro; a nossa Escola Naval ocupa uma posição de
referência, sendo a sua capacitação académica:
– Um modelo que tem servido as necessidades circunstanciais
da MGA; e
– Garante da desenvoltura técnica e atitude militar dos oficiais
formados na AcN.
APOIO DA MP – I
ASSESSORIA LOCAL
Desde a sua criação, então no quadro da Cooperação Técnico-
-Militar (CTM) e agora da Cooperação no Domínio da Defesa
(CDD), a Marinha Portuguesa (MP) deu apoio à Marinha de
Guerra Angolana (MGA) na edificação dos cursos de Marinha
e de Engenharia Naval – Mecânica, e subsequente sustentação
continuada do ensino.
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