Page 341 - Revista da Armada
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tos monos e feridos. com o que a gen-
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te que eslava neles começou a fugir S<xxMri . ~
para lerra. Apenas quatro zambucos
Golfo de Aden .r
ousaram enfrentar o nosso balei, dis- ;;"" -""<",",,, "",,",' ,,,,,,,,.,. •
parando nechas sobre ele. Mas foram
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logo abordados e tomados de assalto, ~ "
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sendo posteriormente rebocados
para junto da nau.
Depois deste curto combate, co-
meçou a juntar-se na praia o exército
de Zanzibar, num total de cerca de ÁFRICA I
quatro mil homens, sob o comando ORIENTAL /
do filho do sultão, a fim de impedir
que os portugueses desembarcassem .
• Embora não tivesse a intenção de o
fazer, Rodrigues Ravasco resolveu
aproveitar ii oportunidade para rcali- /
zilr uma demonstração de força .
Mandou armar com berços O baleI e
dois dos zambucos capturados e guar- /
necê-los com espingardeiros, além /
/
doutros soldados e marinheiros. en-
viando-os, de seguida, em direcção à
praia como que na intenção de tentar ROI' se,u;d~ pelas naus da caro
o desembarque. rtir. da fndi •• l.nlO na vi~",m
de ido OOmo nl de voU. (Segun-
Acorreram logo os inimigos, em
do Bol<tr)
grande número, ao ponto para onde
se dirigia a nossa notilha, preparados
para repelir o suposto desembarque,
Nesse instante, dispararam ao mes-
mo tempo todos os canhões, espin-
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gardas e bestas das nossas embarca- : O \
ções fazendo uma autêntica carnifici-
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na nos defensores da praia, dos quais ~
morreram mais de trinta, entre eles,
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conforme se veio a saber depois, o [i- \
lho do sult,io. Compreendendo este I
que nada podia fazer contra OIS armas ~ c.",.".,
de fogo dos portugueses, decidiu-se a lbo " I • C D.
pedir a paz, aceitando tornar-se vas- , I ,
,
salo do rei de Portugal mediante o pa- I
gamento anuál dum tributo de 100 )
miticais (moeda local) e JOcarneiros. MOÇlImboq~ , ~"
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Deixando Zanzibar, Rodrigues \ ." de: '1"
Ravasco dirigiu-se a Melinde cujo ~ \ ) .",. Sio Lourtnço
rei, fiel aliado dos Portugueses desde
a primeira viagem à índia, lhe pediu
que o ajudasse na guerra que tinha dum tributo anual de 500 milicais. A rei de Melinde e a regressar apressa-
com o rei de Mombassa. Acedeu ao razão disso é que vinha atrás deles damente à sua capital. E como sou-
• pedido o nosso capitão, rumando uma terceira nau ricamente carrega- besse este rei, pouco tempo depois,
imediatamente para esta cidade na da que pretendiam salvar. E de facto que a nau de António de Saldanha ti-
intenção de bloquear o seu porto. assim aconteceu. Quando Rodrigues nha chegado a Melinde, achou mais
No caminho. capturou duas naus, Ravasco, mais tarde, interceptou prudente fazer as pazes com o rei des-
acompanhadas de três zambucos, em essa nau, deixou-a seguir em paz por ta cidade, antes que os Portugueses
que vinham doze mouros que eram perlencer a uma cidade que reconhe- lhe arru inassem o seu reino.
gente grada Auma cidade. situada a cia o rei de Portugal como suserano! Deste modo, graças à simples pre-
norte de Melinde, chamada Brllva. Chegando a Mombassa, Rodri- sença das suas armadas, Portugal ia-
Esses mouros nâo só pagaram um gues Ravasco iniciou, desde logo, o -se tornando O poder dominante na
avultado resgate para poderem conti- bloqueio do porto, não permitindo costa oriental da África.
nuar a sua viagem como também ofe- que enlrasse ou saisse qualquer em- Resta dizer que , depois de se ter
receram espontaneamente a vassala- barcação, o que levou o rei da cidade reunido em Melinde com a nau de
gem de Brava mediante o pagamento a interromper as operações contra o Rodrigues Ravasco, António de Sal-
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