Page 192 - Revista da Armada
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Batalhas e combates




           da Marinha portuguesa (XXVI)








           JUDÁ (Abril? de  1517)
                                                  ME
                                                                     {)
                 pesar da sua annada ler sido des-
                  truída  na  batalha  de  Diu  (3
           AFEVI509),  o  sultão  do  Cairo
           não desisliu da ideia de expulsar os Por-                          JUDÁ-1517
           tugueses do Oceano Índico e tratou logo
           de  mandar construir uma nova  armada
           que veio a ficar pronta em princípios de
            1515.
              Paradoxalmente,  apesar  da  fraca
           figura que as galés turcas tinham feito,
           tantO em Chaúl como em Diu. o sultão,
           aconselhado  por  capitães  habituados  a
           combater no Mediterrâneo, decidiu que
                                                                                        M_
           a nova armada fosse constituída apenas
            por  navios  de  remo.  E  assim,  foram
           construídas  no  porto  de  Suez,  com
           madeira levada de Alexandria, seis galés
           reais, nove galés normais e doze fustas,   Nilo
           armadas com cento e dez bombardas de
           grosso ca1ibre e trezentas e vinte e cinco
                                                                                  "
            mais  pequenas,  todas  elas  de  bronze                              "  \ '
           como  as  nossas.                                                        "
                                                                                    "
               Em Lisboa, soube-se que o sultão do                                MAR"
                                                                                VERMELHO
            Cairo estava  reconstituindo a  sua frota
                                                                                        "
           do  Mar Vermelho e  a  destruição  desta                                    "  , ,
            tornou-se a  prioridade das  prioridades.                                   "  , ,
                                                                                          , ,
               Quando  Afonso  de  Albuquerque                                             \, ".
                                                                                           , ,
            assumiu o governo da Índia, a primeira                                 - ,      \"
            e  mais  insistente  recomendação  que                             Massu' ''.  cJ   ""
            recebeu de D. Manuel  foi  a de  ir quei-               (                'Jt ""~  "<L: ~
            mar as galés turcas que estavam sendo     I              \
            construfdas em Suez.  Não o pôde fazer
            no ano de 1510 porque, no caminho para    \               ~                           "  , ..
            o Mar Vermelho, foi distrafdo pela con-
            quista de Goa; nem no ano de  1511  por-  )                                             \~-'::""'~I  I  .... ... ....
            que, tendo encontrado ventos contrários,                                                  \  ,  I   #"   I  1   /
            optou pela conquista de Malaca; nem no   /                                                I,    \  I
                                                                                                            V
            ano  de  1512  porque se viu  obrigado a
            socorrer Goa.                          /
               Mas,  em  Março  de  1513,  largou   I
            desta cidade com uma grande armada de
            dezassete naus e  uma  caravela em que
            iam embarcados cerca de mil e setecen-
            toS portugueses e mil auxiliares canarins
            e malabares e dirigiu-se ao Mar Verme-  à  escalada  das  muralhas  de  Adém,  as   durante cerca  de dois  meses.  De qual-
            lho, disposto a conquistar Adém e a quei-  escadas partiram-se e a conquista desta   quer modo, a entrada da nossa armada,
            mar as galés do suhão.  Porém, desta vez,  cidade gorou-se; devido à falta de ventos   pela primeira vez, naquele mar, que era
            a sorte  foi-lhe adversa e não conseguiu  favoráveis no interior do Mar Vennelho,   considerado na Europa um lago islâmico,
            uma coisa nem outra. Devido à impetuo-  Albuquerque não conseguiu passar além   constituiu  uma  tremenda  humilhação
            sidade com que os  nossos  se lançaram  da ilha de Camarão, onde se conservou   para os Turcos. Além disso. sob o p:>nto

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