Page 194 - Revista da Armada
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rins e maJabares. Depois de ter feito aguada à ilha de Camarão, Iimitando-se navios portugueses começaram a ser
aguada em Socotará, Lopo Soares de a mandar duas caravelas ver se os rumes alvejados por alguns canhões de grosso
Albergaria dirigiu-se a Adém na espe- lá estavam. Regressaram estas, poucos calibre nele instalados. Um pelouro que
rança de que a annada do sultão estivesse dias depois, com a informação de não ter caiu na nossa capitânia pesava cerca de
naquela cidade, o que nào se veio a encontrado a armada inimiga mas setenta arráteis (32 Kg)!
verificar. somente uma fortaleza quase concluída Logo depois de fundear, Lopo Soares
Aconteceu então o insólito. O xeque e abandonada. Já relativamente próximo de Albergaria ordenou a duas galés que
de Adém, atemorizado pelo tamanho da de Judá, foi encontrada uma pequena fossem sondar O canal de acesso ao porto
nossa frota e ainda muito enfraquecido embarcação em que vinham dezoito cris- interior. Em resultado desse trabalho,
pela guerra que havia pouco tinha tra- tãos fugidos daquela cidade que infonna- pôde concluir que o referido canal era
vado com Soleimão Reis e Mir-Hocem, ram Lopo Soares de que as galés turcas muito estreito e pouco profundo, o que
apressou-se a declarar-se vassalo do rei estavam varadas em terra, sem guarni- implicava que o ataque tivesse de ser
de Portugal e a mandar entregar as cha- ções, e que Judá estava fracamente levado a cabo exclusivamente pelas galés
ves da cidade a Lopo Soares! A verdade defendida, o que não era inteiramente e pelos batéis. Por outro lado, como o
é que a única coisa que a nova armada correcto, porque Soleimão Reis, logo último ramo do canal corria paralela-
do sultão tinha conseguido fazer até que soubera da aproximação da armada mente ao baluarte onde estava instalada
àquela altura fora ... ajudar os Portugue- portuguesa, tinha convocado a gente dos a artilharia inimiga, os nossos navios,
ses a tomarem-se senhores de Adém! arredores para a sua defesa e tinha cons- antes de chegar a terra, teriam de supor-
Mas Lopo Soares de Albergaria não truído um forte baluarte dominando o tar o seu fogo devastador sem, ao menos,
aceitou a entrega da cidade. Não que- canal de acesso ao porto interior, onde poderem ripostar, uma vez que os
rendo perder tempo nem desfalcar a sua colocara muita artilharia. canhões das galés s6 podiam fazer fogo
annada deixando uma guarnição e parte Já prestes a chegar a Judá, foi a nossa para vante. Por tudo isto ficou o gover-
da artilharia em Adém, limitou-se a armada assaltada por novo e violemo nador apreensivo e hesitante durante um
embarcar alguns mantimentos e a pros- temporal que a obrigou a pairar durante ou dois dias.
seguir a viagem para o Mar Vermelho, duas semanas e em consequência do qual Parecendo-lhe que naquelas condi-
onde entrou poucos dias depois. se afundou uma nau e se desgarrou uma ções seria uma loucura tentar forçar a
A 9 de Março sobreveio um violento outra. Finalmente, ta1vez por meados de passagem para o porto interior, conce-
temporal que fez naufragar uma das Abril, a annada portuguesa, de bandei- beu o plano de, durante a noite, mandar
galés, que ia excessivamente carregada ras desfraldadas e tocando trombetas, alguns batéis queimar as duas naus e o
com o produto do saque duma «nau de fundeou no porto exterior de Judá, a galeão que nele estavam fundeados, na
Meca,. que pouco antes capturara, e fez cerca de uma légua (5921 m) da terra, esperança de que, em resultado da con-
desgarrar o junco. Preocupado em che- do lado de fora dos recifes de coral que fusão resultante do ataque, os turcos
gar o mais depressa possível a Judá, separam aquela do porto interior. abandonassem temporariamente o
Lopo Soares de Albergaria, contra a opi- Apesar da distância considerável a baluarte da artilharia e esta pudesse ser
nião de alguns capitães, não foi fazer que se encontravam do baluarte, os encravada por dois dos cristãos que
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