Page 51 - Revista da Armada
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3. FASE
1. Dovar
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entrar na galé, uma flecha acertou·lhe portuguesas, o bergantim, o parau e os armas. A 25, dia de Santa Catarina, os
num joelho produzindo-Ihe um ferimemo outros batéis tinham continuado a bom- portugueses assaltaram a cidade. por
grave que o fez cair desamparado para bardear os paraus inimigos, já todos vários lados ao mesmo tempo, e
denlro do baleI. Preocupada apenas em encalhados, causando-lhes novas avarias reconquistaram-na.
salvar D. António, a guarnição deste e obrigando as suas guarnições a fugir A partir de então, Goa transformou-
aFastou-se. deixando os cinco cavaleiros para terra. -se no centro do poder militar português
isolados dentro da galé. a contas com Ao fim da tarde, foi feito sinal de no Oriente já que foi no seu arsenal que
cenlenas de inimigos que os assaltavam recolher e a nossa flotilha voltou para se passaram a construir, reparar e equi-
por todos os lados. Travou-se então um junto da armada. Durante o combate par os navios das armadas da fndia. No
combate homérico em que aqueles cinco propriamente dito, não morreu nenhum COlamo, durante muitos anos, as naus de
obraram maravilhas com os seus mon- português e poucos ficaram feridos. Mas lorna-viagem continuaram a largar de
tantes não consentindo que os soldados o ferimento de D. António era mortal e, Cochim por estar melhor situada em
do ldalcão voltassem a entrar na galé. Do em consequência dele, veio a falecer três relação à região da pimenta. Daf que os
alto da muralha, aquele assistia pasmado a quatro dias depois. Com intervalo de governadores que se seguiram a Afon~
à fonna como os nossos se batiam e não poucos meses, a fndia roubara a Afonso de Albuquerque passassem, normal-
se cansava de lhes tecer elogios. de Albuquerque dois sobrinhos que mente. uma parte do ano em Goa e outra
Alguns batéis tentaram ir em socorro estimava como filhos. em Cochim.
dos cinco abandonados mas não o pude- Depois da vitória alcançada pelos
ram fazer porque a altura de água não portugueses no combate do Mandovi, o Bibliografia: ~ mstIJria do D~srobrim~mo ~
dava para isso. Foi então que o mestre Idalcâo que, de resto, já eslava nova- Conquisto dn {ndia pelos Ponugu~us. d~ F~mllo
duma nau que ia num dos batéis teve a mente em guerra com o rei de Narsinga, Lopts d~ CQStanh~da: .Oleadas,. d~ lobo d~ Bar-
presença de espírito de mandar passar esforçou-se por fazer a paz com Albu- ros: «undns da {ndia,. d~ GasfNlr Corr~iQ; .Cro-
nica da F~licfssimo R~i D. Manu~I. d~ Damú:)a dI'
toda a guarnição, à excepção de seis querque, oferecendo-lhe condições
G6is.
remadores. para os outros batéis, a fim vantajosas, desde que ele desistisse da
de aliviar o seu. E assim pôde ir atracar cidade. Mas aquele a nada cedeu. deter-
à popa da galé e recolher os cavaleiros minado como estava a reaver Goa. CALICUT (Prindpios de ISIJ)
que nela eStavam, salvo um deles, de A 4 de Agosto, ainda antes de ter
nome João de Eiras, que para cobrir a terminado a .. monçâo» mas já com o mar Após a conquista de Goa, ao mesmo
retirada dos companheiros se atirou para menos alteroso, Afonso de Albuquerque tempo que empreendia a sua fortificação.
O meio dos inimigos e lá ficou. retirou para Angediva, depois para o seu repovoamento e a reorganízação
Ames de deixar a galé. os nossos Cananor e, mais tarde. para Cochim. Aí da sua administrção, Afonso de Albu-
marinheiros ainda lhe passaram um cabo reformou a sua armada e, em Novem- querque enviou uma esquadra de três
para a tentar rebocar mas nada consegui- bro desse mesmo ano, voltou a Goa com naus para o Norte e outra de duas para
ram por estar quase toda em seco. trinta navios onde iam embarcados para o Sul. A primeira, capitaneada por Fer-
Enquanto isto se passava, as galés cima de mil e duzentos homens de não Peres, tinha por missão obrigar todas
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