Page 49 - Revista da Armada
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Batalhas e combates





        da Marinha portuguesa (XXII)






        MANDOVI  (Junho de  1510)             Mas Albuquerque possuía uma von-  intenção  do  Idalcão  organizar  uma
                                           tade  férrea  que  nunca  desanimava,   grande armada para combater os Ponu-
               S primeiros tempos do governo   fossem quais fossem as contrariedades.   gueses.  Acrescemou  ainda  que,  nessa
               de A fonso de Albuquerque não   Aproveitando os navios e a geme que o   altura,  aquele  andava  fora,  em  guerra
         O foram fáceis.  Tendo chegado a   marechal  levara,  organizou  uma  pode-  com  o  rei  de  Narsinga,  que  a  cidade
        CaRanor a 6 de Dezembro de  1508, com   rosa  armada  de  dezassete  naus,  duas   estava  fracamente guarnecida e que,  se
        uma carta-patente do rei que o nomeava   caravelas, três galés e um bergantim com   Albuquerque quisesse, a poderia tomar
        governador na sucessão de D.  Francisco   a qual largou de  Cochim  na disposição   facilmente.  Posto o assunto em conselho,
        de Almeida. viu-se privado do cargo até   de ir ao  encomro de Duarte de  Lemos,   os capitães foram  de parecer que  seria
        à chegada do marechal do reino, D. Fer-  possivelmente com a intenção de o con-  mais vantajoso para o serviço do rei con-
        nando Coutinho.  que  s6 veio a ocorrer   vencer a jumar a  armada  dele  à sua  e   quistar Goa e destruir no ovo a armada
        em  Outubro de  1509.  Depois,  leve  de   irem  ambos ao  mar  Vermelho  destruir   que ali  se estava a gerar do que  ir para
        acompanhar  este  no  ataque  a  Calicut,   as  galés turcas que,  segundo constava.   o mar Vermelho à procura duma armada
        numa posição de suballernidade.  Morto   estavam  a  ser  construídas  em  Suez.   do  Sultão que  nem  sequer se sabia  se
        o  marechal,  du rante o  referido ataque,   Pode imaginar-se a série interminá-  existia.
        e já regressado a  Cochim.  foi  confron-  vel de conflitos  pessoais que  se teriam   E assim foi  feito.  A  17 de Fevereiro
        tado  com  o  aparecimento  duma  nau   gerado entre Afonso de  Albuquerque e   de 15 10, depois de vencerem uma resis-
        enviada por Duarte de Lemos a solicitar   Duane de Lemos se aquele plano tivesse   tência relativamente fraca da guarnição
        que. de acordo com as ordens do rei, lhe   ido  avante.  Mas  ...  -o  Homem  põe  e   turca  que o  Idalcão deixara a  defender
        mandasse  o  maior  número  possível  de   Deus dispõe!,.             a cidade,  os  Portugueses  apossaram-se
        navios da armada da fndia!  Via-se pois,   À passagem por Onor. Albuquerque   de  Goa.
        Afonso de Albuquerque, antes de ter tido   foi  informado por Timoja  que  em Goa   Afonso de Albuquerque ficou  entu-
        tempo para começar a governar, despo-  estavam sendo construídas vinte  naus e   siasmado com a conquista que fizera . Os
        jado, sucessivamente, de autoridade e de   numerosos paraus e que havia na cidade   seus  excelentes  fundeadouros.  os  seus
        annada!                            muitos turcos para os guarnecer, sendo   abundamcs recursos em mantimentos, os



             MANDovr

                   1510

















                   1.' FASE
               CD  "'-p:>nu~
               <Y  ~ p:>nu,~~
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               o Golo!. 1'8'- doo  ldald<>









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