Page 353 - Revista da Armada
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NOTÍCIAS


                   A MARINHA NO TEMPO DA FRAGATA “D. FERNANDO II E GLÓRIA”

           Realizou-se no passado dia
         18 de Setembro, no Padrão
         dos Descobrimentos, em
         Belém, uma palestra pro-
         movida pela Câmara Muni-
         cipal de Lisboa e pelo Grupo
         de Amigos do Museu de
         Marinha, subordinada ao te-
         ma “A Marinha no tempo da
         Fragata “D. Fernando II e
         Glória”, proferida  pelo Vice-
         -Almirante António Ferraz
         Sacchetti.
           O orador ao longo da sua  ex-
         posição descreveu, para além
         das vissicitudes da construção
         do navio, o tempo em que a fra-
         gata exerceu a sua actividade
         operacional e em que se man-
         teve no serviço efectivo dos
         navios da Armada.           Da sua exposição citamos a  canhoneira mantém-se, mas  rumos para uma sociedade sem
           Realçando alguns dos    concluir:                  agora com mísseis.        valores a que uns chamam de
         aspectos mais significativos  ... Após o tornado napoleónico,  Então, os Estados estavam  época pós-moderna, outros de era
         da vida do navio, traçou a  não se definiram ameaças, tal  interessadamente envolvidos na  do vazio, outros ainda de nova
         panorâmica do poder naval  como hoje também não se   construção da Civilização  idade média.
         de então, a sua evolução, a  definem, após o fim do confronto  Industrial, enquanto hoje se  A Marinha, então como hoje,
         vida política e económica do  nuclear expresso, vivia-se então  enfraquecem nas regionalizações  foi útil, mas não mereceu dos
         Portugal da época, as lutas  a paz Britânica, assim como hoje  para que outros construam a  políticos a atenção correspon-
         liberais, a revolução industri-  se vive o unilateralismo ameri-  Civilização da Globalização.  dente ao seu valor, como factor
         al e o nascimento do vapor.   cano; no mar, aceitava-se a  Às Companhias Majestáticas  do poder nacional.
           O orador referiu  ainda o  divisa “Britannia Ruled the  de ontem, correspondem hoje as  Hoje, como então, o cumpri-
         que em sua opinião conside-  Waves”, tal como hoje a comu-  grandes multinacionais.  mento das missões que lhe foram
         rou como a ponte entre o que  nidade internacional vai aceitan-  Então, procuravam-se novos  determinadas tem exigido dos
         se passava na comunidade  do que, dominando o mar e a  rumos para adaptar a sociedade  chefes uma grande consciência
         internacional da época e os  partir do mar, os EUA se impo-  aos novos valores consagrados  nacional e muito engenho, e tem
         actuais valores da sociedade  nham à Líbia, à Granada, ao  nas Constituições americana e  exigido de todos um notável
         moderna e a Civilização da  Panamá, ao Iraque, ao Sudão ou  francesa.          espírito de sacrifício, elevado sen-
         Globalização.             ao Afeganistão. A política da  Hoje procuram-se novos  tido do dever e muita dedicação.


                                            FISCALIZAÇÃO DA PESCA

           Na madrugada do dia 28                                                       sua inspecção, constatando-se
         de Agosto, o navio patrulha                                                    que o pesqueiro indiciava ter
         “SAVE”, da Marinha de                                                          estado recentemente a pescar
         Guerra Portuguesa, em mais                                                     e que não estava autorizado a
         de uma das suas missões de                                                     pescar na ZEE Portuguesa,
         fiscalização da ZEE Portu-                                                     encontrando-se, assim em
         guesa, efectuou o apresamen-                                                   situação ilegal (tendo o
         to de uma embarcação de pes-                                                   próprio mestre confirmado
         ca espanhola de nome “BA-                                                      ter acabado de recolher as
         LOEIRO”, numa posição acer-                                                    suas artes e que não possuía
         ca de 4 milhas a Noroeste de                                                   autorização para pescar em
         Viana do Castelo.                                                              águas portuguesas).
           Esta embarcação, ao ser sur-                                                   O Comandante do NRP
         preendida pela presença do                                                     “SAVE” ordenou o apresa-
         navio de guerra, foi apres-                                                    mento da referida embar-
         sadamente recolher uma das                                                     cação que passou pela
         suas embarcações auxiliares                                                    selagem das artes e do pesca-
         para colocação e recolha de                                                    do existente a bordo, tendo de
         artes de pesca. Foi-lhe orde-                                                  seguida sido conduzida para
         nado preparar-se para receber                                                  o porto de Viana do Castelo e
         a equipa de vistoria e                                                         entregue às autoridades marí-
         instantes depois iniciou-se a                                                  timas.
                                                                                     REVISTA DA ARMADA • NOVEMBRO 98  27
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