Page 20 - Revista da Armada
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ESCOLA NAVAL
Jornadas do Mar 2000
Jornadas do Mar 2000
Dos Mares de Cabral ao
Dos Mares de Cabral ao
Oceano da Língua Portuguesa
Oceano da Língua Portuguesa
O colóquio interdisciplinar todos os parâmetros e a Escola Naval não
com o mar como tema de base. quis deixar cair a iniciativa, pensando na
realização periódica de um acontecimento
Uma realização destinada deste tipo, que tivesse como tema de fundo
a estudantes do ensino superior, o mar – nas suas múltiplas perspectivas e
onde foi possível cruzar abordagens – e evocando qualquer
efeméride que se julgasse apropriada ao
informações e saberes. momento do próprio Colóquio. No ano
2000 comemorávamos o quinto centenário
da chegada de Cabral ao Brasil e as Jornadas
s Jornadas do Mar nascem – porque
não dizê-lo – de um conjunto de cir- do Mar 2000 teriam como subtítulo evocati-
Acunstâncias, vontades e recordações vo Dos mares de Cabral, ao Oceano da
de um passado não muito longínquo. Língua Portuguesa.
Nascem com a ideia de reunir num mesmo Como é habitual neste tipo de realizações,
fórum, estudantes do ensino superior, que o colóquio contou com uma Comissão de
apresentem trabalhos da sua área de estudo Honra e uma Comissão Científica, constituí-
e que convivam intensamente durante uns da por professores do ensino superior, convi-
quantos dias, trocando experiências, ouvin- dados pela Escola Naval e vindos de diver-
do os problemas doutras áreas científicas e sos estabelecimentos de ensino, de todo o
sentindo o mundo fora do seu curso específi- país. A esta Comissão coube a apreciação e
co, da sua faculdade, do seu espaço de tra- Prof. Doutor Luís Adão da Fonseca. aceitação dos trabalhos que se propuseram
balho. Que terá um estudante de inicialmente, bem como o seu ordenamento
Matemática a dizer a um aluno de História? redondas temáticas, realizações culturais de e classificação, para efeitos de atribuição dos
Que poderá um cadete da Escola Naval toda ordem e – naturalmente – as diversões prémios que estavam previstos no regula-
dizer a quem estuda linguística?... Todos eles que os estudantes nunca dispensam e que mento. A organização prática esteve a cargo
poderão dizer muita coisa, que ultrapassa a servem para cimentar as relações de de uma Comissão Executiva, presidida pelo
natural convivência da juventude, entrando amizade. O acontecimento tinha sido Contra-Almirante Leiria Pinto e de um
pelo campo da compreensão dos saberes abraçado com grande entusiasmo por parte Secretariado, dirigido pelo Capitão-
uns dos outros e gerando aquilo que se fala da Marinha, de diversos ministérios e do -de-Fragata FZ José António Ruivo. Esti-
em todas as Universidades, mas que é tão próprio Presidente da República que não veram presentes estudantes vindos de 28
difícil de obter na vida corrente da investi- quis deixar de vir presidir à sua sessão de Faculdades e outros Estabelecimentos de
gação científica: poderão aprender e enten- encerramento. O balanço era positivo em Ensino Superior, que apresentaram 49 comu-
der o que é a interdisciplinaridade. Mas,
como disse, esta ideia teve um princípio que
se perde no princípio dos anos sessenta,
quando teve lugar um colóquio semelhante,
por ocasião das comemorações do quinto
centenário da morte do Infante D. Henrique.
O Dr. Ortigão Neves – então cadete da
Escola Naval – e o Professor Dias Farinha –
que então prestava serviço na Academia
Militar, como oficial miliciano – relem-
braram o acontecimento e a ideia ressurgiu
por proposta do primeiro, à Escola Naval,
em 1997. No ano seguinte comemorava-se
o centenário da chegada de Vasco da Gama
à Índia e o colóquio realizado em 1998
decorreu sob o signo de "Vasco da Gama, os
Oceanos e o Futuro". Foi um sucesso.
Apareceram estudantes de toda a parte do
país que apresentaram as suas comuni-
cações e viveram cinco dias de intenso tra- O Presidente da República preside à cerimónia de encerramento do Colóquio e Abertura Solene do ano lecti-
balho, a que não faltaram quatro mesas vo 2000/2001.
18 JANEIRO 2001 • REVISTA DA ARMADA