Page 273 - Revista da Armada
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EQUIPAMENTOS UTILIZADOS
MAGNETÓMETRO
Para a determinação de anomalias magnéticas utilizou-se um magnetómetro de protões por efeito
Overhauser, com uma resolução de 0.01nT. Neste tipo de magnetómetro a medição do campo magnético é
feita através da polarização de um fluido rico em protões e em radicais livres existente no sensor, esta ma-
gnetização é deflectida, e o sinal assim obtido é medido e convertido em unidades de campo magnético. A
comparação dos vários valores obtidos em intervalos de tempo constantes permite detectar objectos ferro-
magnéticos desde que se destaquem dos valores circundantes.
CORRENTÓMETRO ACÚSTICO POR EFEITO DOPPLER
Para a medição de correntes foi utilizado um correntómetro ADCP RDI (Acoustic Doppler Current Profiler) a 600kHz. É um equipamento
dotado de 4 transdutores numa configuração convexa, capaz de emitir 4 feixes acústicos, cada qual fazendo um angulo de 20° com a vertical, e
ainda sensores de temperatura, pressão, direcção e balanço.
O seu funcionamento baseia-se na emissão de impulsos acústicos e recepção dos respectivos ecos reflectidos por pequenas partículas ou
plancton em suspensão na água. A energia reflectida para o ADCP sofre por efeito de Doppler um desvio em frequência proporcional à
velocidade relativa entre as partículas e o equipamento, desvio esse que será calculado e processado de forma a obter os componentes dos ve-
ctores intensidade e direcção da corrente. Os valores obtidos são resultantes da média dos resultados do processamento de vários impulsos
acústicos de forma a reduzir a incerteza estatística. Estes equipamentos têm ainda a faculdade de fazerem as suas leituras não apenas num
ponto da coluna de água mas sim em vários, por divisão desta em células de profundidade, obtendo-se assim um perfil de correntes.
SONAR LATERAL
Para a obtenção de uma sonografia do fundo do rio foi usado um peixe de sonar lateral analógico
KLEIN a 100kHz e um peixe de sonar lateral analógico KLEIN, de dupla frequência, a 100/500kHz.
Este sistema permite a obtenção de uma imagem acústica através da emissão de impulsos de sonar,
de curta duração, 0.1ms a 100kHz e 0.02ms a 500kHz, e muito estreitos no plano horizontal, 1° a 100kHz
e 0.2° a 500kHz. Um impulso é emitido perpendicularmente à direcção de reboque do peixe, é reflectido
pelo fundo do rio e retorna aos transdutores, provocando uma pequena mudança na forma dos cristais
que é convertida em sinais eléctricos. Obtêm-se assim uma imagem de uma fatia muito fina do fundo,
um novo disparo dá origem à obtenção de uma nova fatia e assim sucessivamente.
O sinal é amplificado e digitalizado por um sistema de aquisição e processamento digital de sinal ISIS SONAR. Este sistema permite a uti-
lização de diferentes ferramentas para corrigir a atenuação do sinal devida à propagação na coluna de água, e para a visualização da imagem.
Pode-se ainda fazer a análise de alvos em tempo real, com processamento de imagem e medição das dimensões do objecto. Finalmente, são
implantados os vários registos georeferenciados, removendo-se o registo da coluna de água e corrigindo-se a geometria, obtendo-se um
mosaico das diferentes fiadas.
SONDADOR MULTIFEIXE
Tradicionalmente, os métodos utilizados em sondagens em zonas críticas para a navegação como portos e barras, baseavam-se em son-
dadores de feixe simples. Nos últimos anos os sondadores multifeixe de alta frequência tornaram-se num método alternativo de elevada
eficácia. A evolução destes sistemas tornou-os suficientemente compactos e portáveis permitindo a sua utilização em pequenas embar-
cações de uma forma expedita mantendo níveis de exactidão requeridos para levantamentos hidrográficos. As imagens acústicas obtidas
por estes sistemas permitem a detecção de estruturas submersas.
Este tipo de sondadores efectua a medição de profundidades ao longo de faixas. A largura da faixa sondada coberta por este equipamen-
to é também função da abertura angular do feixe transmitido no sentido transversal à proa da embarcação. Podendo em alguns casos atin-
gir 12 vezes a profundidade média. Apesar da elevada cobertura alcançada pelo sistema, a faixa útil utilizada em levantamentos hidrográ-
ficos, é inferior não devendo ultrapassar os 120°, na perpendicular do transdutor 60° para cada bordo, o que permite uma faixa de insonifi-
cação de aproximadamente 3,5 a profundidade média.
O sistema sondador multifeixe inclui obrigatoriamente um sensor de movimentos de elevada exactidão com determinação da ondu-
lação, dos balanços transversais e longitudinais, é também obrigatória a existência de um sensor para determinação da proa. Actualmente
os sensores de medição da proa baseia-se em duas antenas GPS orientadas longitudinalmente ou transversalmente na embarcação de son-
dagem.
O registo da profundidade destes sondadores é unicamente digital.
Concomitantemente à informação de batimétria é possível a aquisição de dados de reflectividade que após adequado processamento
permitem gerar uma imagem acústica do fundo. A informação mais relevante desta imagem é a possibilidade de identificação de dife-
rentes tipos de sedimentos e de estruturas.
ROV SUPER PHANTOM 2
Este veículo enquadra-se na categoria dos ROVs de observação. É uma plataforma versátil,
de grande manobrabilidade, onde podem ser instalados diversos sensores. Possui 2
motores verticais (45°) e 2 horizontais, com rotação reversível, uma garra para manipulação
e recolha de pequenos objectos, 2 holofotes para iluminação, um “responder” para posi-
cionamento com USBL, uma bússola digital, um sensor de pressão para indicação da pro-
fundidade, controlo de “auto-depth” e “auto-heading”. Tem ainda instaladas uma câmara
fotográfica, uma câmara de vídeo a cores e uma câmara a preto e branco de alta definição
para operação em condições de luminosidade reduzidas, bem como um sonar de alta re-
solução que permite a obtenção de uma imagem acústica do fundo num raio de 100 metros
para detecção e identificação de alvos e para auxílio à navegação.
REVISTA DA ARMADA • AGOSTO 2001 19