Page 350 - Revista da Armada
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Laboratório de Análises
Laboratório de Análises
Farmaco-Toxicológicas da Marinha
Farmaco-Toxicológicas da Marinha
Actividades do Ano 2000
Actividades do Ano 2000
INTRODUÇÃO Em 1 de Junho de
1976 é o próprio
A Marinha Portuguesa tem vindo a Estado Maior da
desenvolver desde 1976 um programa Armada que analisa
motivador de estilos de vida saudáveis – esta problemática e
PROJECTO VENCER – baseado no estabelece um con-
respeito pela dignidade humana e dos dire- junto de procedi-
itos individuais e colectivos. Tem, este pro- mentos que culmi-
jecto, como finalidade criar um ambiente naram com a inau-
de solidariedade e de apoio que permita o guração em 8 de Ju-
desenvolvimento de opções individuais lho de 1980 do
correctas e geradoras de uma carreira Laboratório de Aná-
profissional assente em valores éticos e lises Fármaco-Toxi-
sociais que colectivamente procurem criar cológicas da Mari-
locais de trabalho livres de drogas indu- nha (LAFTM). Este
toras de comportamentos que possam afec- Laboratório, ora na
tar a segurança das pessoas e bens e a depêndencia do
saúde dos consumidores. Na realidade o Director do Serviço
consumo abusivo de álcool e drogas induz de Pessoal, inicia a
nos utilizadores estados psicofisiológicos sua actividade numa área até então inédita objectivo final obter a moderação do con-
incompatíveis com o elevado nível de em Portugal, o controlo analítico-laborato- sumo de álcool e a abstinência total do con-
operacionalidade que é exigido aos mi- rial do uso/abuso de drogas psicoactivas sumo de drogas ilícitas, mobilizando diver-
litares no cumprimento da sua missão de em meio laboral militar. A reflexão sobre a sificados recursos materiais, humanos e
Defesa Nacional. Este assunto começou a atitude a tomar face ao elevado número e organizacionais. Ele compreende um vasto
merecer acrescida atenção da Marinha logo natureza dos resultados obtidos durante os conjunto de acções, incluindo essencial-
no início dos anos setenta, período em que primeiros anos de actividade (cerca de mente a Prevenção Primária; Secundária
houve um substancial aumento do número 22,0% de consumidores), constitui o núcleo (tratamento); Terciária (prevenção da recaí-
de utilizadores de drogas em Portugal. A dinamizador de um programa organiza- da e reinserção social) e a referencia-
maior incidência deste incremento, mercê cional de prevenção ao consumo abusivo ção/identificação de consumidores.
A referenciação de consumidores é feita
essencialmente com base nas análises
toxicológicas realizadas no LAFTM. Estas
análises têm carácter prospectivo e são exe-
cutadas sobre amostragens semanais
provenientes de militares seleccionados de
uma forma randómica computorizada,
estatisticamente representativa da com-
posição qualitativa e quantitativa das várias
Unidades/Organismos/Serviços da Mari-
nha, tendo por universo a totalidade dos
militares (oficiais, sargentos e praças).
A aleatoriedade da escolha dos indivíduos
a testar, potencia o pretendido efeito dis-
suasor do consumo já que transforma e faz
sentir cada um dos militares como poten-
cial dador em permanência. Este forte efeito
dissuasor desenvolvido pela intervenção
laboratorial do LAFTM, constitui uma
importante forma de Prevenção Primária.
O laboratório intervém ainda a nível da
Prevenção Secundária, apoiando a fase de
tratamento través de testes analíticos dis-
suasores do consumo.
Após a alta hospitalar é ainda o LAFTM
que proporciona a monitorização analítica
da tipicidade do fenómeno, verificou-se na de substâncias psicoactivas que tem vindo a necessária à comprovação do estado de
população jovem, justamente o escalão ser desde então desenvolvido pela Marinha. abstinência total de tóxicos exigida à pre-
etário que constitui a maior parte dos Na actualidade o LAFTM continua parte venção da recaída e reinserção social do toxi-
recursos humanos das Forças Armadas. fulcral deste programa que tem como codependente.
24 NOVEMBRO 2001 • REVISTA DA ARMADA