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Destacamento de Acções Especiais
          Destacamento de Acções Especiais

            Exercício Combinado Portugal/Estados Unidos




         FTX - OPERAÇÃO SUNRISE             ESTRUTURA DO EXERCÍCIO             TREINO CRUZADO
              missão foi recebida pelo Estado-Maior  O Ponto de Apoio Naval em Tróia foi o  Neste JCET e durante a fase de treino cruza-
              da FOB(1) a bordo do navio Polivalente  palco escolhido para juntar mais de 70 mi-  do, realizaram-se várias séries onde se poderá
         A“Tróia” (fictício) em D-4, mediante uma  litares que participaram neste exercício com-  destacar o mergulho com oxigénio, o tiro de
         Mitask(2) que ordenava a destruição de um  binado, com o propósito das Waterborne  combate, treino com helicópteros, navegação
         centro de comunicações localizado na “Da  Special Operations. Delegado no Comando  para além da linha do horizonte e salto em pá-
         Cruz” Island. Estas instalações eram proprieda-  do Corpo de Fuzileiros e sob direcção do  ra-quedas. No caso particular do pára-que-
         de de um cartel de droga que controlava o tráfi-  CFR FZ Ferreira Campos, este exercício teve  dismo, há a salientar a realização (pela primei-
         co de haxixe proveniente do Norte de África  a participação do Destacamento de Acções  ra vez no DAE) de um salto em pára-quedas
         com destino à Europa; neste centro, toda a  Especiais, do Destacamento de Mergulha-  para a água - no Estuário do Rio Sado, precedi-
         informação era processada e transmitida às  dores Sapadores nº2 e do Det1/2ndBtl/19th  do de um lançamento de cargas. Para além
         várias embarcações controladas pela organi-  SOF (ABN – US).          deste “passo” realizado (e há muito ambicio-
         zação e que efectuavam ilegalmente o trans-                                           nado), foi também rele-
         porte dessa mercadoria.                                                               vante e pioneiro a cons-
           Em D-3, uma Equipa de Reconhecimento                                                trução e preparação de
         (SR Team) constituída por elementos do                                                dois botes próprios (LIB)
         DAE(3) e do Det 1 - 19th SFG (ABN)(4) foram                                           para posterior lançamen-
         inseridos na Área do Objectivo por um Heli-                                           to em pára-quedas, série
         cóptero Puma SA330 da Força Aérea Portu-                                              esta que ocorreu no dia
         guesa; a cerca de 20 NM da Ilha, a equipa                                             anterior ao salto, na Base
         realizou um Helocast(5) com lançamento de                                             Aérea nº6 do Montijo.
         todo o material e equipamento necessários à
         missão. Após a execução do salto e do bote                                            ENCERRAMENTO
         pneumático LIB(6), a equipa infiltrou-se até à                                         O exercício terminou
         Ilha; aproximou-se sigilosamente do objecti-                                          a 30 de Julho de 2001
         vo e durante dois dias manteve o local sob                                            com a realização de um
         vigilância, obteve informações essenciais  Contact Drills (Exercícios de Contacto).   almoço de encerra-
         sobre o dispositivo de segurança, rotina e                                            mento, presidido pelo
         movimentos de pessoal, fazendo chegar à  Em apoio às várias séries realizadas, há  Comandante do Corpo de Fuzileiros CMG FZ
         FOB através de rádios militares, um vasto  ainda a registar a colaboração prestimosa dos  Cunha Brazão.
         conjunto de imagens e comunicados des-  NRP “Afonso Cerqueira”, NRP “Orion”,  Estiveram ainda presentes, para além de
         critivos da situação.              Esquadra 751 da FAP e de uma aeronave  todos os militares participantes no exercício, o
           Em D-1, o restante Grupo Operativo (que  C130 da National Guard (US).   Director do Estabelecimento Prisional de
         se encontrava em planeamento e ensaios a  O exercício integrou-se no programa de  Pinheiro da Cruz e os Adidos (Naval e Exército)
         bordo), foi também inserido de helicóptero  intercâmbio militar entre os EUA/Portugal e  o  dos Estados Unidos em Lisboa.
         para a Ilha; após contacto com a equipa de  seu propósito visou a execução de missões
         reconhecimento em terra, o Grupo ultimou  combinadas no âmbito das Operações Espe-  PERSPECTIVAS FUTURAS
         alguns pormenores de execução e ao amanhe-  ciais, utilizando o mar como vector natural  A realização de exercícios conjuntos e
         cer do dia D, efectuou a destruição do objec-  de lançamento.         combinados com forças congéneres são, por
         tivo com sucesso. Imediatamente após os  Para além dos benefícios conhecidos e re-  norma, extremamente proveitosos, quer na
         rebentamentos, o grupo retirou para a LZ  sultantes deste tipo de treinos com forças  avaliação e sistematização das técnicas e tác-
         “Dragão” para onde foi reembarcado.  congéneres, o intercâmbio (este em particu-  ticas utilizadas pelas diversas unidades quer
                                                     lar) procurou a uniformização  ainda no estudo e desenvolvimento de
                                                     de algumas técnicas e procedi-  questões operacionais de âmbito logístico.
                                                     mentos tácticos, normalmente  Anualmente  e em média, o DAE participa
                                                     aplicados em Operações Espe-  em 2 ou 3 exercícios com forças estrangeiras
                                                     ciais Navais.             no âmbito das acções especiais e quase todas
                                                      O exercício foi conduzido no  em território nacional. A continuidade deste
                                                     período de 17 a 30 de Julho e  tipo de intercâmbios, quer a nível nacional
                                                     constou basicamente de duas  quer internacional, permitirá seguramente
                                                     fases distintas: Treino Cruzado  um crescimento operacional do DAE de uma
                                                     (18 a 24JUL) e FTX (25 a 29JUL).  forma consistente e organizada.
                                                     Enquanto que na primeira fase o     (Colaboração do Comando do D.A.E.)
                                                     interesse reverteu na aproxi-
                                                     mação dos elementos operativos  Notas
         Lançamento de botes em pára-quedas.
                                                     e no conhecimento mútuo dos  (1) Forward Operational Base – Base Operacional
           Este texto de ficção, permite transmitir ao  meios e técnicas utilizadas pelas diversas  Avançada
         leitor o cenário criado para o FTX deste exer-  unidades, a segunda procurou aplicar a tácti-  (2) Mission Task – Ordem de Missão
         cício combinado de Forças Especiais que  ca das OE incluindo o planeamento e a con-  (3) Destacamento de Acções Especiais
                                                                               (4) Unidade de Operações Especiais Pára-quedistas US
         decorreu na Península de Tróia no passado  dução de várias missões, incluídas na Ope-  (5) Salto para a água a partir de helicóptero
         mês de Julho.                      ração SUNRISE.                     (6) Light Inflatable Boat
         26 NOVEMBRO 2001 • REVISTA DA ARMADA
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