Page 80 - Revista da Armada
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de quantidades anormais de produtos nem todos os meios justificam os fins, Desiludam-se pois aqueles que assumi-
químicos altamente tóxicos como: diclore- por mais nobres que estes sejam, os ram como definitiva a possibilidade de
to de etileno; ácido clorídrico; propileno; códigos de ética moral das democracias vencer guerras sem baixas, com reduzido
monómeros de cloreto de vinilo; benzeno; ocidentais inibirão ou condicionarão apoio da opinião pública interna e tirando
tolueno; xilenos; amónio; cádmio; cromo; fortemente a utilização de projécteis de partido preferencialmente das capacidades
zinco; cobre; mercúrio; e PCB. urânio empobrecido e os bombardea- do poder aéreo. A forma como a guerra foi
mentos aos complexos industriais dos travada no Kosovo não se verificou no
A inaceitabilidade do emprego das seus futuros inimigos. Assim, a próxima passado e também não será o modelo do
armas nucleares, bacteriológicas e quí- guerra será diferente. As sanções políti- futuro, porque os adversários, os objec-
micas, levou a que as doutrinas opera- cas serão necessariamente mais céleres e tivos, os sistemas de armas, a geografia e
cionais lhes atribuam um papel predomi- gravosas, e os bloqueios económicos os códigos éticos serão diferentes e condi-
nantemente dissuasor. Todavia, o bom- mais rigorosos e prolongados; as acções cionarão a manobra militar. Em estratégia
bardeamento de complexos industriais de propaganda destinadas a criar pertur- não há soluções únicas nem definitiva-
de países moderadamente desenvolvidos bações no seio das opiniões públicas do mente melhores. Tudo depende do con-
parece provocar problemas ecológicos e adversário tornar-se-ão intensas e extre- texto. Por isso, as tácticas, as dificuldades
de saúde pública igualmente perversos, mamente sofisticadas; os ataques visarão de relacionamento político-militar e os
duráveis e incontroláveis. Como estes preferencialmente as infra-estruturas de problemas ecológicos e de saúde pública
fenómenos não têm sido suficientemente comando e controlo e o aparelho polí- associados ao próximo conflito serão
estudados pelos aliados, porque os con- tico-militar, o que exigirá o emprego de completamente novos e absolutamente
flitos onde se têm envolvido no pós guer- novos sistemas de armas, uns que per- surpreendentes face aos que actualmente
ra fria ocorreram em regiões pouco turbem o campo electromagnético, ou- nos preocupam. Como sempre aconteceu,
industrializadas e fora da Europa, urge tros dotados de grande capacidade só então será possível à ciência explicar,
realizar um considerável esforço científi- destrutiva e precisão; a disponibilidade agir e transformar os fenómenos verifica-
co. Esta tarefa poderá levar anos a ser de informações actuais e rigorosas será dos, nos termos que forem considerados
concluída, como sucedeu aos estudos outro requisito decisivo; as operações aceitáveis para a Humanidade.
realizados pelos EUA para avaliar os especiais tornar-se-ão primaciais para
efeitos do “agente laranja”, desfolhante desferir os golpes que farão capitular os
utilizado entre 1965 e 1970 na guerra do inimigos, nomeadamente através da neu-
Vietname. Entretanto, em presença das tralização dos principais responsáveis António Silva Ribeiro
suspeitas antes identificadas e, como políticos e militares. CFR
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6 MARÇO 2001 • REVISTA DA ARMADA