Page 83 - Revista da Armada
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os momentos resul- munido de uma lanterna de mão, da intei-
tantes dos dois ra conformidade para um voo seguro, des-
rotores rodando a de os básicos níveis de óleo e pressão de
alta velocidade, com acumuladores a múltiplos outros aspectos
dimensões e veloci- em torno do aparelho que vai pilotar.
dades diferentes e Instalado no seu lugar, à direita, com todo o
em planos ... ortogo- pessoal desnecessário devidamente afastado, é
nais. o momento, assinalado pelas luzes de bordo,
Assim o SHOL de, devidamente autorizado pelo Ground
(Ship-Helicopter Control/Tower, lançar os motores. Primeiro a
Operating Limit) de turbina de BB, depois a de EB e a seguir o seu
cada tipo de heli- acoplamento, segundo um procedimento há
cóptero deve ser cal- muito escalpelizado na sala de multimédia.
culado também em Executados os pertinentes testes, já com os
função de cada con- rotores a rodar, está pronto para embarcar o
Os helicópteros em operações de manutenção.
vés onde esteja pre- instrutor, também equipado a preceito.
eles, na de Sonares, o transdutor, um cilin- vista a sua aterragem, entre nós as fragatas da Na Sala de Operações seguimos pela rádio
dro a lembrar o PoSat, que arriado a trezen- classe «Vasco da Gama» e o «Bérrio», e con- os contactos com o Ground Control, o pedi-
tos metros de profundidade será, em função siderando que em certas situações opera- do, à Tower, de autorização para descolar e
das variações do gradiente da temperatura cionais o navio poderá estar impossibilitado vêmo-lo, acesas as luzes de aterragem e ace-
da água que instantaneamente mede, reco- de melhor se posicionar. lerados os motores, erguer-se no ar, inclinar-
lhido até à profundidade mais adequada. Esta particularidade exigirá por si um treino -se um pouco para vante e iniciar o Hover
Devidamente posicionado numa posição adequado embora a técnica mais corrente de Taxi em direcção ao heliporto.
avançada, o helicóptero, antes de prosseguir aterragem seja a de colocar o héli por BB, Só o farol rotativo e as luzes de nave-
para a seguinte Station, de acordo com a Pat- paralelo e à velocidade do navio, este ofere- gação, no negro da noite, iluminam, na
tern adoptada, deverá, em seis breves impul- cendo a amura a barlavento, e o piloto, assim passagem, as pás e apenas podemos
sos omnidireccionais, obter uma busca pano- que se sentir «sentado» sobre a linha trans- descortinar os contornos que nos recordam
râmica Sonar, em exactos termos de direcção versal pintada no convés, «deslizará», de todos os desesperados que, num ou noutro
e distância, de qualquer eco suspeito. lado, sobre ela até à vertical do cruzamento momento mais crítico, não puderam ser
Para tal terá de permanecer estacionário com a meia-nau, descendo bruscamente até salvos pela arma de guerra mais temida na
no ar, mantendo rigorosamente vertical o contactar o convés, sujeito ao balanço e ao luta de contra-guerrilha.
transdutor mergulhado na água, aquele e arfar do navio, e de imediato proceder ao seu Verificado o correcto funcionamento dos
este sujeitos a movimentos próprios que peamento. Claro que numa pista em terra instrumentos de navegação e já confundido
interferem entre si através do cabo de sus- firme esta operação se torna elementar e em com as luzes da capital, em pano de fundo,
tentação. Será o Sistema Automático de campo aberto ainda mais simples. recebida a necessária Clearance, rapida-
Controlo de Voo (Automatic Fligt Control Uma característica específica dos heli- mente ganha altura.
System - AFCS) que, além de possibilitar cópteros navais é pois o sistema de engate Apagados os faróis, perder-se-á num fundo
uma momentânea pilotagem automática que permite, após a aterragem, fixá-lo nu- de estrelas, no cumprimento de uma missão
sem mãos (Hands Off), resolve os diversos ma plataforma flutuante dotada de uma que assegurará a proficiência de muitas outras.
problemas de cinemática decorrentes do adequada grade de fixação. Na noite fica a pairar a desejada aqui-
vento, das correntes e dos seus efeitos no Antes do jantar que, como o almoço, é sição dos três helicópteros em falta para
próprio cabo, de modo a assegurar a referi- servido nas Messes da Base Aérea de aco- completar a dotação prevista de modo a ga-
da verticalidade, durante a emissão e a lhimento, acompanhámos o briefing do voo rantir um cabal desempenho operacional e
sequente recepção dos ecos, permitindo da noite. O objectivo era o treino nocturno uma melhor rentabilização dos meios com
determinar com rigor a posição e o movi- de dois pilotos, um de cada vez, acompa- que a Esquadrilha foi dotada.
mento do ... submarino. nhados pelo instrutor de voo que esta-
Também este equipamento, essencial às belece o plano de actividades e manobras a Dr. Rui Manuel Ramalho Ortigão Neves
operações ASW, é aqui calibrado, na Oficina treinar e com aqueles revê procedimentos 1TEN REF
de Avionicos. Noutro material, porém, re- de emergência e pormenores de operação Notas:
corre-se ao sistema de substituição de «cartas» sobre os quais incidirá o treino. 1) No presente artigo manteve-se os termos em Inglês
de circuitos impressos que obrigam ao envio No vestiário do hangar, recolhido o equi- correntemente utilizados na EH.
2) Recentemente o Governo suspendeu a transferência
destas para os países de origem, constituindo pamento que completa a indumentária de duma encomenda de catamarans, de estaleiros
isso uma crónica dependência tecnológica e, voo (9), de que se destaca o capacete bran- nacionais para a Austrália, o que representaria, pelo
inerentemente, militar-naval do estrangeiro. co com auscultadores integrados, segue-se menos, a possibilidade de consolidar um «know-how».
O helicóptero, sendo uma aeronave de asa para o Gabinete da Linha de Manutenção 3) Por ordem decrescente de tonelagem conforme clas-
sificação mais corrente. Os futuros patrulhões, embora
móvel, possui em relação aos clássicos onde, depois de consultado o Livro da maiores mas menos dotados de sensores e armas que
aviões, os de asa fixa, ainda outras parti- Aeronave aprontada, nomeadamente infor- os patrulhas oceânicos dos anos cinquenta, ditos
cularidades. Uma delas é dispor de rodas mações como o número de horas para a «franceses», poderão receber helicópteros.
normalmente posicionadas de modo a, no próxima inspecção, limitações menores, 4) Do comando do então CMG Vieira Matias, por
chão, girar sobre si e daí a necessidade do testes a efectuar, etc., é formalmente assina- ocasião do desfile naval, ocorrido no alto mar, quando
o navio em 1983, terminada a sua comissão, destacou
Hover Taxi. da a sua aceitação. daquela Força NATO.
Se o avião necessita de pista para adqui- Daí se segue para a placa onde dois ou 5) O então CMG Nobre de Carvalho.
rir/perder velocidade de sustentação, condi- três elementos da equipa de manutenção 6) O então CALM Reis Rodrigues.
cionada a diversos parâmetros, dentre eles os ultimam trabalhos, iniciando o piloto, de 7) Actualmente a “GKN Westland”.
8) Comentário recolhido pelo CALM Isaías Gomes
ventos (mormente os dos sectores de cauda), imediato, a verificação do helicóptero no Teixeira e transmitido, por carta, ao CEMA. Ver RA nº
os hélis, prontos a descolar/aterrar em interior e no exterior segundo uma lista de 313 de SET/OUT 98.
espaços exíguos, exigem um mais exacto items que, inclusive, o levam a trepar pela 9) Em que o azul escuro tomou o lugar do ... laranja.
conhecimento do vento e dos efeitos das su- carlinga, por degraus que depois são Agradecimentos: Comandante Gomes de Sousa,
perestruturas próximas, considerando ainda recolhidos na fuselagem, a certificar-se, Comandante Santos Madeira e Engº Rodrigues Correia
REVISTA DA ARMADA • MARÇO 2001 9