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O NRP “ÁLVARES CABRAL” NA EUROMARFOR 2002
O NRP “ÁLVARES CABRAL” NA EUROMARFOR 2002
NRP “Álvares Cabral” esteve respectivos esta-
integrada na EUROMARFOR dos-maiores, os
O desde 15 de Fevereiro de 2002 quais integraram
aquando da sua activação em Lisboa e ces- oficiais da Marinha
sou no dia 24 de Março a sua participação de Guerra Portu-
neste Grupo Tarefa Europeu data em que guesa.
se concretizou a sua transferência para as Neste exercício
autoridades nacionais. participaram 15
A EUROMARFOR (criada em 1996) escoltas, 13 navios
conta com a participação da Espanha, caça-minas e dra-
França e Itália, além de Portugal. Trata-se ga-minas, 8 patru-
de uma força naval não permanente lhas e contou ainda
comandada rotativamente por um destes com o apoio de
quatro países e pelo período de dois anos, navios de investi-
sendo activada de acordo com um ca- gação, anfíbios e “Fotex” da EUROMARFOR 2002.
lendário previamente definido ou no um submarino, ori-
âmbito do seu objecto, isto é, em missões undos de 9 países NATO e de 7 não Setembro de 2001 e, apesar de estarem
humanitárias, de manutenção de paz e de NATO. sempre presentes medidas de protecção
apoio à paz no contexto da defesa dos O cenário para este exercício de PSO na força, não abrangeu aspectos de
países parceiros da NATO e da UEO. reflectiu as lições aprendidas em recentes treino ligados às operações contra o ter-
O Grupo Tarefa da Força Naval operações nos Balcãs, em Timor-Leste e rorismo.
Europeia comandado por um oficial italia- na África Ocidental, e representam o tipo Durante este exercício a EUROMAR-
no, capitão-de-mar-e-guerra Falco Verna, de operação não-combatente (Military FOR juntamente com um grupo de 8
foi (nesta sua primeira patrulhas (da Suécia,
activação em 2002) Letónia e Polónia)
composto pelos na- conduziram opera-
vios ITS Mimbelli ções na área leste do
(navio-chefe), SPS mar Báltico e vigia-
Catalunha (Espanha), ram o cumprimento
FS Guepratte (França) dos acordos de paz
e NRP “Álvares Ca- pelas unidades na-
bral” (Portugal). vais dos países em
O objectivo desta crise. Foram alcança-
activação foi a partici- dos alguns aspectos
pação no exercício de grande interope-
STRONG RESOLVE rabilidade e flexibili-
2002 – na sua compo- dade, nomeadamente
nente de apoio à paz o caso da retirada do
(Peace Support Ope- grupo de segurança
rations – PSO) – que italiano de um navio
decorreu no mar Bál- mercante, em con-
tico entre 1 e 15 de dições difíceis, pelo
Março de 2002. Tra- helicóptero portu-
tou-se de um exercício guês (embarcado no
conjunto e combinado Navios atracados na comporta do canal de Kiel em Howtenau. NRP “Álvares Ca-
tendo sido um dos bral”), após estes te-
principais desígnios a integração com os Operations Other Than War – MOOTW) rem efectuado a sua acção de vistoria, ou
parceiros da coligação oriundos de países nos quais forças NATO ou da EURO- ainda o exemplo do transporte da equipa
da parceria para a paz, nomeadamente a MARFOR poderão ser envolvidas. Este de vistoria portuguesa pelo patrulha
Roménia, Letónia e Suécia. Os aspectos cenário foi desenvolvido antes de 11 de sueco HSWMS Pitea afim de conduzir a
das operações na- sua acção de fiscalização num navio mer-
vais ligados a esta cante abordado durante as operações de
missão de apoio à interdição marítima.
paz incluíram o Durante o transito para o Báltico e no
embargo marítimo seu regresso o NRP “Álvares Cabral” fez
e operações de mi- escala nos Portos de Zeebrugge (Bélgica),
nas. No decorrer do Kiel (Alemanha), Gdynia (Polónia) e
exercício foi efec- Vigo (Espanha), tendo participado em
tuada escolta ao exercícios de oportunidade com a mari-
navio USS Mount nha portuguesa, espanhola e a aviação
Whitney no qual naval alemã, percorreu cerca de 7000 mi-
estavam embarca- lhas e fez aproximadamente 550 horas de
dos os comandan- navegação.
tes das componen-
tes naval e aérea e Trânsito no canal de Kiel no sentido Atlântico Norte para o Báltico. (Colaboração do NRP “Álvares Cabral”)
REVISTA DA ARMADA • MAIO 2002 17