Page 164 - Revista da Armada
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O Almirante Vieira Matias
O Almirante Vieira Matias
deixa a Chefia da Marinha
deixa a Chefia da Marinha
Cerimónia de despedida realizada na Escola Naval
o passado dia 1 de condições presentes, iria
Abril, o Almirante assumir o comando interino
NNuno Gonçalo Vieira da Marinha até à nomeação
Matias cessou as suas funções de novo CEMA. Na ocasião,
de Chefe do Estado-Maior da referiu as circunstâncias em
Armada, passados que foram que assumia as funções, e
os cinco anos previstos pela salientou a dignidade e com-
lei, no desempenho do mais petência com que o Almirante
alto cargo da Marinha Portu- Matias cumpriu o seu manda-
guesa. E, depois de quase 44 to, acrescentando: “É precisa-
anos de uma carreira riquíssi- mente devido a isso que todos
ma, não quis deixar o serviço os que aqui se deslocaram,
activo sem que a sua despedi- [...] não o fizeram apenas para
da fosse assinalada por uma cumprir mais um ritual das
realização condigna, onde rotinas do cerimonial militar.
teria ocasião de se dirigir a Fizeram-no para lhe teste-
todos os marinheiros, com munhar pessoalmente que
sentido próprio do coman- tiveram um orgulho muito
dante que olha a sua guarni- Chegada do Almirante CEMA à Escola Naval. especial em servir Portugal na
ção, no final de uma missão
espinhosa, cumprida com brilho e dedicação. foram as honras
A cerimónia teve lugar no dia 26 de Março, militares à chega-
na Escola Naval, assumindo um carácter sim- da, o Almirante
bólico que fecha um ciclo de vida e transmite CEMA embarcou
aos vindouros uma mensagem de esperança. numa viatura li-
A escola onde deu os primeiros passos na geira passando
Marinha testemunha a sua despedida, mas, revista à formatu-
passados que foram os anos, ali mesmo ra e cumprimen-
nascem já as novas gerações de oficiais que tando, de segui-
garantirão o retomar de todas as missões pre- da, as tribunas de
sentes e futuras. sargentos, pessoal
As Forças em Parada foram comandadas civil e oficiais da
pelo Cap. de Frag. Cortes Picciochi e consti- Marinha num
tuídas por Banda da Armada, estandarte da gesto de despedi-
Escola Naval, bloco de guiões das Unidades da a todo o pes-
de Marinha, uma companhia de cadetes da soal.
Escola Naval, uma companhia mista do Seguiu-se uma O Almirante CEMA inicia a revista às Forças em Parada.
Grupo 1 e Grupo 2 de Escolas da Armada, alocução feita
uma companhia do Corpo de Fuzileiros e pelo Vice-Chefe do Estado-Maior da Armada, Marinha que V. Exa. comandou”. Neste
outra das Unidades Navais. Prestadas que Vice-Almirante Mota e Silva, que, nas período de cinco anos – acrescentou o Vice-
-CEMA – houve um significativa melhoria da
capacidade operacional da Marinha (navios,
fuzileiros, mergulhadores e órgãos do sistema
da autoridade marítima) que foi visível no
cumprimento de missões de grande respon-
sabilidade, onde sobressaem as participações
na EUROMARFOR e STANAVFORLANT, nas
numerosas missões humanitárias e de paz
(nunca a Marinha tinha tido empenhamento
semelhante) e na acção de Entre-os-Rios (que
bem espelha o bom entrosamento entre a
componente militar do Sistema de Forças, o
sistema de autoridade marítima e o Instituto
Hidrográfico). E não deixou de referir que
tudo isto aconteceu num clima de enorme
aperto financeiro, com os orçamentos a
descerem abaixo de todos os limites, até à
O Almirante Vieira Matias cumprimenta a assistência. rotura da capacidade de manutenção da
18 MAIO 2002 • REVISTA DA ARMADA