Page 259 - Revista da Armada
P. 259

A “VASCO DA GAMA” NA STANAVFORLANT
          A “VASCO DA GAMA” NA STANAVFORLANT


                                                      1ª PARTE


                                                                               atribuição a uma força naval da NATO.
                                                                                 Após a chegada à Base Naval de Rota –
                                                                               Espanha – o navio juntou-se à STANAVFOR-
                                                                               LANT, tendo iniciado o processo de trans-
                                                                               ferência com a fragata “Corte Real”, do
                                                                               COMSTANAVFORLANT - o Comodoro Melo
                                                                               Gomes - do seu estado-maior internacional
                                                                               embarcado e das facilidades técnicas adicio-
                                                                               nais necessárias para o seu exercício de
                                                                               Comando & Controlo.
                                                                                 À meia-noite do dia 20 de Janeiro, o navio
                                                                               já acomodava a bordo, para além de mais
                                                                               onze militares, o equipamento de comuni-
                                                                               cações e sistemas de informação, em
                                                                               condições operacionais para cumprir com a
                                                                               sua missão de navio-chefe da força.
         A fragata “Vasco da Gama” a caminho de Rota.
                                                                                 Um curto período de treino nas águas do
         INTRODUÇÃO                         1ª PARTE                           Golfo de Cadiz e do Algarve marcou os pri-
                                            15 JANEIRO / 5 ABRIL 2002          meiros dias após a largada de Rota. O progra-
           Em meados de Janeiro a “Vasco da Gama”                              ma de exercícios contou com a participação,
         zarpou da Base Naval de Lisboa em    A “Vasco da Gama” largou da BNL, no dia  para além da STANAVFORLANT, de diversos
         direcção a Rota, a fim de integrar a Força  15 de Janeiro, para cumprir o seu período de  meios navais e aéreos proporcionados pela
         Naval Permanente do Atlântico (Standing  integração na STANAVFORLANT a partir de  Marinha Espanhola e pela Marinha e Força
         Naval Force Atlantic -  STANAVFORLANT)  20 de Janeiro, estendendo-se o período de atri-  Aérea Portuguesa. Tal disponibilidade de
         rendendo a fragata “Corte Real” nas  buição até 8 de Julho do corrente ano. Para ré,  meios permitiu aos navios da força efectuar
         funções de navio-chefe desta Força Naval  ficou cerca de um ano de intensa actividade  exercícios de tiro real contra alvos de superfí-
         de Reacção Imediata da NATO (Maritime  que incluiu a rendição da guarnição, a exe-  cie e aéreos, bem como o lançamento de tor-
         Immediate Reaction Force - MIRF) sob o  cução da revisão intermédia no Arsenal do  pedos por navio e helicóptero contra o subma-
         comando do Comodoro Melo Gomes.    Alfeite em tempo record, o treino de inte-  rino, para além de outros múltiplos exercícios
         Durante um período de atribuição previsto  gração do pessoal, do helicóptero e respectivo  envolvendo todos os ambientes da luta naval.
         de 6 meses, o navio respondeu às mais  destacamento, a execução dos Planos de  Esta janela de tempo para manutenção de
         variadas solicitações operacionais, circuns-  Treino de Segurança e Operacional (PTS e  padrões de prontidão da força, antecedeu a
         tância que lhe garantiu o estatuto de navio-  PTO), efectuados no âmbito da Flotilha e,  execução do Exercício Unified Odissey 2002,
         -chefe alternativo, mesmo após a rendição  finalmente, a concretização do Portuguese  que decorreu na Ilha de Porto Santo – Arqui-
         do comando internacional, reiterando a  Operational Sea Training (POST), no Reino  pélago da Madeira, entre 31 de Janeiro e 5 de
         confiança nas suas capacidades para o  Unido sob a égide do Flag Officer Sea Training  Fevereiro, sob a égide do Commander-in-
         exercício do Comando & Controlo de  (FOST). Porém, só esta data poderia assinalar  -Chief Southern Atlantic (CINCSOUTHLANT).
         forças navais.                     para a Marinha todo o esforço até aí desen-  O cenário desenvolvido para o exercício
           Este período constituiu, também, um  volvido, pelo navio e em prol do navio, e que  incluiu a simulação de uma catástrofe natural
         importante desafio operacional no quadro  teve como corolário proporcionar em tempo  originada pela actividade vulcânica ocorrida e
         das missões atribuídas, designadamente,  útil um meio operacional treinado para  em curso na distante Golden Island e condi-
         no âmbito de “Artigo V” do Tratado de
         Washington com as participações na
         Operação Active Endeavour e no Exercício
         Strong Resolve 2002, e de “Não-Artigo V”,
         do mesmo Tratado, o Exercício Unified
         Odissey 2002 e que consistia na execução
         de uma missão do tipo Crisis Response
         Operation – Humanitarian Assistance &
         Disaster Relief.
           Associada à natureza variada das mis-
         sões atribuídas realça-se, igualmente, a
         ampla variedade das latitudes praticadas e
         que levaram a “Vasco da Gama” a experi-
         mentar tanto o “Almirante Inverno” dos
         fiordes da Noruega, como o calor húmido
         e as nuvens de areia no Mediterrâneo
         Oriental, fazendo sentir em todos nós “a
         diferença” só possível praticar pelas
         Marinhas que dispõem de capacidade
         oceânica.                          As fragatas “Vasco da Gama” e “Corte Real” de braço dado na Base Naval de Rota.

                                                                                       REVISTA DA ARMADA • AGOSTO 2002  5
   254   255   256   257   258   259   260   261   262   263   264