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A “VASCO DA GAMA” NA STANAVFORLANT
A “VASCO DA GAMA” NA STANAVFORLANT
1ª PARTE
atribuição a uma força naval da NATO.
Após a chegada à Base Naval de Rota –
Espanha – o navio juntou-se à STANAVFOR-
LANT, tendo iniciado o processo de trans-
ferência com a fragata “Corte Real”, do
COMSTANAVFORLANT - o Comodoro Melo
Gomes - do seu estado-maior internacional
embarcado e das facilidades técnicas adicio-
nais necessárias para o seu exercício de
Comando & Controlo.
À meia-noite do dia 20 de Janeiro, o navio
já acomodava a bordo, para além de mais
onze militares, o equipamento de comuni-
cações e sistemas de informação, em
condições operacionais para cumprir com a
sua missão de navio-chefe da força.
A fragata “Vasco da Gama” a caminho de Rota.
Um curto período de treino nas águas do
INTRODUÇÃO 1ª PARTE Golfo de Cadiz e do Algarve marcou os pri-
15 JANEIRO / 5 ABRIL 2002 meiros dias após a largada de Rota. O progra-
Em meados de Janeiro a “Vasco da Gama” ma de exercícios contou com a participação,
zarpou da Base Naval de Lisboa em A “Vasco da Gama” largou da BNL, no dia para além da STANAVFORLANT, de diversos
direcção a Rota, a fim de integrar a Força 15 de Janeiro, para cumprir o seu período de meios navais e aéreos proporcionados pela
Naval Permanente do Atlântico (Standing integração na STANAVFORLANT a partir de Marinha Espanhola e pela Marinha e Força
Naval Force Atlantic - STANAVFORLANT) 20 de Janeiro, estendendo-se o período de atri- Aérea Portuguesa. Tal disponibilidade de
rendendo a fragata “Corte Real” nas buição até 8 de Julho do corrente ano. Para ré, meios permitiu aos navios da força efectuar
funções de navio-chefe desta Força Naval ficou cerca de um ano de intensa actividade exercícios de tiro real contra alvos de superfí-
de Reacção Imediata da NATO (Maritime que incluiu a rendição da guarnição, a exe- cie e aéreos, bem como o lançamento de tor-
Immediate Reaction Force - MIRF) sob o cução da revisão intermédia no Arsenal do pedos por navio e helicóptero contra o subma-
comando do Comodoro Melo Gomes. Alfeite em tempo record, o treino de inte- rino, para além de outros múltiplos exercícios
Durante um período de atribuição previsto gração do pessoal, do helicóptero e respectivo envolvendo todos os ambientes da luta naval.
de 6 meses, o navio respondeu às mais destacamento, a execução dos Planos de Esta janela de tempo para manutenção de
variadas solicitações operacionais, circuns- Treino de Segurança e Operacional (PTS e padrões de prontidão da força, antecedeu a
tância que lhe garantiu o estatuto de navio- PTO), efectuados no âmbito da Flotilha e, execução do Exercício Unified Odissey 2002,
-chefe alternativo, mesmo após a rendição finalmente, a concretização do Portuguese que decorreu na Ilha de Porto Santo – Arqui-
do comando internacional, reiterando a Operational Sea Training (POST), no Reino pélago da Madeira, entre 31 de Janeiro e 5 de
confiança nas suas capacidades para o Unido sob a égide do Flag Officer Sea Training Fevereiro, sob a égide do Commander-in-
exercício do Comando & Controlo de (FOST). Porém, só esta data poderia assinalar -Chief Southern Atlantic (CINCSOUTHLANT).
forças navais. para a Marinha todo o esforço até aí desen- O cenário desenvolvido para o exercício
Este período constituiu, também, um volvido, pelo navio e em prol do navio, e que incluiu a simulação de uma catástrofe natural
importante desafio operacional no quadro teve como corolário proporcionar em tempo originada pela actividade vulcânica ocorrida e
das missões atribuídas, designadamente, útil um meio operacional treinado para em curso na distante Golden Island e condi-
no âmbito de “Artigo V” do Tratado de
Washington com as participações na
Operação Active Endeavour e no Exercício
Strong Resolve 2002, e de “Não-Artigo V”,
do mesmo Tratado, o Exercício Unified
Odissey 2002 e que consistia na execução
de uma missão do tipo Crisis Response
Operation – Humanitarian Assistance &
Disaster Relief.
Associada à natureza variada das mis-
sões atribuídas realça-se, igualmente, a
ampla variedade das latitudes praticadas e
que levaram a “Vasco da Gama” a experi-
mentar tanto o “Almirante Inverno” dos
fiordes da Noruega, como o calor húmido
e as nuvens de areia no Mediterrâneo
Oriental, fazendo sentir em todos nós “a
diferença” só possível praticar pelas
Marinhas que dispõem de capacidade
oceânica. As fragatas “Vasco da Gama” e “Corte Real” de braço dado na Base Naval de Rota.
REVISTA DA ARMADA • AGOSTO 2002 5