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O Strong Resolve 2002 (Artigo V) teve uma
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                                                                               Commander Joint Forces North e, no que
                                                                               respeita à componente naval da força (a Task
                                                                               Force 430), pelo Commander Naval Forces
                                                                               Southern Norway (COMNAVSONOR). Esta
                                                                               componente contou com a participação de
                                                                               meia centena de unidades navais distribuídas
                                                                               por 10 Grupos Tarefa, incluindo 6 escoltas
                                                                               oceânicos, 6 submarinos (sendo 1 nuclear de
                                                                               ataque), 5 navios patrulha oceânicos, 12 navio
                                                                               de guerra de minas e 9 FPB, para além de
                                                                               diversos navios de apoio.
                                                                                 A “Vasco da Gama”, para além de assu-
                                                                               mir as funções de navio-chefe da Task
         A STANAVFORLANT dirige-se para Golden Island.                         Group 430.01, ao que correspondia a
                                                                               STANAVFORLANT como MIRF Oceânica da
         cionada pela falta de capacidade dos meios de  permanência;           NATO presente na área de crise. Neste perío-
         apoio para fazer face à catástrofe, tornando-se  • 1 X Secção de Apoio a Operações de Voo –  do, o navio recebeu e manteve embarcado o
         necessária e indispensável a resposta à crise  durante o período diurno – rendição de pes-  Submarine Element Coordinator (SEC), caben-
         por parte da NATO. Assim, foi cometida à  soal efectuada a bordo;     do-lhe a importante tarefa de coordenar a
         STANAVFORLANT a missão de fornecer  - Do Pelotão de Apoio Logístico:  gestão das águas atribuídas aos submarinos da
         primeiros socorros e apoio humanitário à po-  • 1 x Secção de Recenseamento – em perma-  força e que incluíram o submarino nuclear de
         pulação da ilha, refugiada numa povoação  nência;                     ataque HMS “Talent”. Para o efeito, o navio
         afectada, projectando uma Força de Apoio a  • 1 x Secção de Transporte Aquático – durante  recebeu a bordo uma equipa de 3 oficiais da
         Sinistros em Terra (FAST) desenvolvida a  o período diurno;
         partir desta MIRF, ao abrigo das Non Article V  • 1 x Secção de Abastecimento – em
         Crises Response Operations – Humanitarian  permanência.
         Assistance / Disaster Relief, até à chegada das  - Do Pelotão de Recuperação:
         Follow–on-Forces. (i.e. autoridades do Estado,  •  1 x Secção de Combate a
         organizações internacionais ou não gover-  Incêndios – em prontidão a bordo;
         namentais e outra ajuda internacional).  • 1 x Secção de Recuperação Mecâ-
           O objectivo do Unified Odyssey 2002 foi  nica/Eléctrica e Electrónica – em
         testar a doutrina e os procedimentos da NATO  prontidão a bordo.
         para a execução deste tipo de “novas missões”.  O navio desempenhou, ainda, as
           Foi, igualmente, exercitado o reforço das  funções de Navio Alternativo para
         capacidades da força com a integração do  Recepção de Feridos. Esta tarefa foi
         LPD SPS Galicia, tendo embarcado uma força  desempenhada pela Secção de
         anfíbia combinada de fuzileiros espanhóis e  Saúde de bordo e teve como princi-
         portugueses, para além de meios aquáticos e  pal objectivo reforçar as equipas
         aéreos de apoio. Durante o período do exercí-  médicas da Unidade de Emergência
         cio o Galicia desempenhou temporariamente  Médica de 1º Escalão a projectar
         as funções de navio-chefe para a condução  pelo SPS Galicia.    Desembarque de pessoal em terra.
         das operações em terra, tendo embarcado o  Este exercício permitiu à “Vasco
         COMSTANAVFORLANT e parte do seu esta-  da Gama” exercitar a sustentação de
         do-maior internacional.            elementos da sua UAST, bem como testar  Para efeitos de execução táctica, o exercício
           Genericamente, a força manteve projecta-  alguns procedimentos e equipamento de  Unified Odyssey 2002 incluiu as seguintes fases:
         da, em permanência no terreno, uma FAST  apoio em terra, designadamente tenda de  1ª Reconhecimento
         constituída por subunidades dos navios da  campanha e gerador portátil.  Projecção da STANAVFORLANT na zona de inter-
         força e que totalizavam aproximadamente 100  Após a execução deste exercício, a força  venção definida através da inserção de secções de
         militares durante um período de cerca de 100  rumou para Lisboa onde permaneceu entre 7  reconhecimento.
         horas e com o objectivo de mitigar os efeitos  e 13 de Fevereiro.      2ª Movimento Inicial para Terra
         do desastre natural sobre a população, nomea-  Após um trânsito de 9 dias, caracterizado  1ª vaga da operação – Secções sanitárias, células
         damente, salvar vidas, prestar apoio médico  pelas condições meteorológicas adversas,  de planeamento logístico, Oficial de Operações da
         imediato, fornecer alimentos e proporcionar  entre Lisboa e Trondheim, tendo incluído uma  CRO, Secções de Comunicações Navio-Terra-
         abrigo às vítimas.                 breve paragem na baia de Tor, no Sul da  -Navio e Oficial de Ligação CIMIC.
           Durante este período, a “Vasco da Gama”  Inglaterra, de 17 para 18 de Fevereiro, e uma  3ª Estabelecimento em Terra
         manteve no terreno os seguintes elementos  estadia no porto de Trondheim, entre 22 de  Estabelecimento do Posto de Comando em terra,
         da sua Unidade de Apoio a Sinistros em  Fevereiro e 1 de Março, para preparação e  Centro de Apoio Humanitário, Helicopter Landing
         Terra (UAST):                      reunião de forças, o navio participou no Exer-  Site e do Ponto de Apoio Logístico.
           - Do Posto de Comando Táctico:   cício Strong Resolve 2002, na sua parte corres-  4ª Operação em Terra
         • 1 x Oficial Coordenador da UAST para inte-  pondente à intervenção no âmbito do Artigo V  Estabelecimento da base de operações em terra,
         grar um “Shore HQ” (i.e. Posto de Comando  e que teve lugar na região central da Noruega,  estabilização da situação local, ligações CIMIC,
         Táctico em Terra) – em permanência;  tendo decorrido entre 1 e 14 de Março.  recolha e tratamento de informações para as FOF e
         • 1 x Secção de Segurança/Reconhecimento –  Especificamente, o exercício tinha por  melhoria das facilidades disponíveis em terra.
         empenhamento máximo de 12 hrs ou  secção  objectivo testar a mobilidade estratégica da  5ª Conclusão
         (patrulha) em permanência;         NATO em resposta a uma situação de crise e  É iniciada com a transferência formal da operação
           - Do Pelotão de Salvamento Ligeiro:  conflito (Artigo V), na vizinhança da sua fron-  para as FOF.
         • 1 x Secção de Salvamento Ligeiro – em  teira norte, durante o Inverno.

         6 AGOSTO 2002 • REVISTA DA ARMADA
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