Page 63 - Revista da Armada
P. 63
“PROCION”, “SIRIUS”, “VEGA” e a pró- Mas enfim... é preciso ver-se que se “ÁTRIA” e utilizada na fiscalização do
pria “ARCTURUS”, construídas todas trata dos Estados Unidos com toda a sua Rio Minho, posto o que passou a ser a
cinco no Arsenal do Alfeite. 3 colossal máquina industrial. UAM “TAÍNHA”, tendo ficado adstrita
De facto afigura-se-nos muito estranho Além das dezasseis LFP já mencionadas à Esquadrilha de Submarinos; a “SABRE”
que possam ser considerados como perten- a Armada Portuguesa possuiu mais vinte produto da transformação do navio de ro-
cendo à mesma classe oito navios tendo o e cinco unidades com aquela classificação, das “CHIRE” da empresa Sena Sugar Es-
4
deslocamento máximo de 27,6 toneladas e a saber: quatro da classe “ANTARES” tates. Ficou armada com duas Oerlikons
o calado máximo de 1,24 metros e outros construídas de resina de poliester reforça- de 20 mm instaladas uma em caça e uma
cinco com o deslocamento máximo de 40 da com fibra de vidro; seis da classe “JÚ- em retirada; por último a “RIO MINHO”
toneladas e o calado de 1,81 metros. PITER”, duas da classe “DOM ALEIXO” e construída de aço, em 1991, armada com
Todas as dezasseis LFP’s uma metralhadora HK – 21
atrás citadas estavam arma- de 7,62 mm, que continua ao
das com uma metralhadora serviço tal como as cinco “AR-
Oerlikon de 20 mm MK II GOS”, as quatro “CENTAURO”
montada em caça. e a “ÁGUIA” e a “CISNE” úni-
A algumas unidades foi adi- cas sobreviventes das seis da
cionado um lança foguetes de classe “ALBATROZ”.
37 mm comportando trinta e As LFP são grandes peque-
duas munições e instalado na nos navios tendo, a maioria
parte superior do reparo da delas, participado na Guerra
Oerlikon, nomeadamente na do Ultramar onde tiveram uma
“BELLATRIX”, “CANOPUS”, actuação brilhante tendo-se ba-
“DENEB”, “ALJEZUR”, tido com grande galhardia.
“ARCTURUS”, “ALDEBA- Z
RAN” e “PROCION”. Parte José Ferreira dos Santos
das LFP´s receberam protec- A LFP “ALVOR” gémea da “ALBUFEIRA” e da “ALJEZUR”. Capitão da Marinha Mercante
ção, constituída por chapa ba- Membro Efectivo da
lística, na ponte, na casa dos Academia de Marinha
motores e no cofre de muni-
ções prontas, nomeadamente Notas
1 Em 1973 o NRP “ALBUFEIRA”
a “ARCTURUS”, a “ALDEBA- passou a ser U.A.M., tendo sido re-
RAN” e a “PROCION”. baptizado “TIBAR” e atribuído ao
Certas publicações afir- Comando da Defesa Marítima de
mam que a classe “BELLA- Timor. A metralhadora Oerlikon foi
TRIX”, pretensamente cons- desembarcada e a lancha deixou de
ser cinzenta passando a ser pintada
tituída por treze LFP, teria de branco.
sido a classe de navios mais 2 Bayerische Schiffbaugesellschaft
numerosa que jamais existira mbH, em Erlenbach / Main.
3 Quanto às oito LFP construídas
na Armada Nacional.
Como, julgamos ter prova- no Arsenal do Alfeite, (As três “AL-
VOR” e as cinco “ARCTURUS”), são
do que, afinal, se deveriam muito semelhantes e portanto muito
LFP “PROCION” gémea da “ARCTURUS”. Note-se a semelhança com as unidades
tratar de duas classes diferen- difíceis de distinguir. Pela observação
da classe “ALVOR”.
tes uma constituída por oito e de fotografias a única diferença que
5
outra por cinco unidades, a classe mais seis da classe, “ALBATROZ” todas cator- conseguimos encontrar é, em ambos os bordos, o
distanciamento entre as duas vigias mais de ré, do
numerosa, no que se refere a N.R.P.’s ze construídas de aço. Também em todas costado, que é menor, (cerca de metade), nas “AL-
continua a ser a das dez Lanchas de Fis- as dezoito unidades destas quatro classes VOR” do que nas “ARCTURUS”.
calização Grandes da classe “ARGOS”, agora referidas o armamento era constitu- 4 Duas unidades da classe “ANTARES”, cons-
construídas de aço, mais tarde igualada ído por uma metralhadora Oerlikon de 20 truídas de resina de poliester, na Grã-Bretanha,
em número pela classe “CACINE” de mm montada em caça. que se chamavam “SIRIUS” e “VEGA” e se perde-
ram aquando da invasão indiana da Índia Portu-
navios-patrulha quatro dos quais, actu- Para finalizar falta citar sete unidades guesa não devem ser confundidas com a “SIRIUS”
almente, ainda fazem parte do Efectivo desirmanadas que também foram classi- e a “VEGA”, construídas de aço, no Arsenal do
dos Navios da Armada. ficadas LFP e que passamos a inumerar: Alfeite, e que eram gémeas da “ARCTURUS”, da
A propósito de falar em classes de na- a lancha-canhoneira de rodas “TETE” “ALDEBARAN” e da “PROCION”.
5
Neste número de seis está incluída a “CON-
vios numerosas ocorre-nos que, durante de 1920 e a lancha de fiscalização fluvial DOR”, ex-P1166, que passou a UAM e foi atribuí-
a Segunda Guerra Mundial, os Estados “RIO MINHO” construída de madei- da à Defesa Marítima da Madeira. Por outro lado
Unidos fizeram construir uma classe de ra, em 1956, que no dia 9 de Outubro de a “ALBATROZ” e a “AÇOR” foram transferidas
29 cruzadores iguais – a classe “CLEVE- 1959 foram ambas reclassificadas Lan- para a Marinha de Timor-Leste tendo recebido os
LAND” – com 10.000 toneladas de des- chas de Fiscalização Pequenas; a “CAS- nomes de “OÉ- CUSSE” e “ATAÚRO”.
6
Além da “CASTOR” também operaram no
6
locamento standard, 186 metros de com- TOR” concebida especialmente para o lago Niassa a “REGULUS” da classe “ANTARES”
primento de fora a fora, podendo atingir lago Niassa. Construída em 1963 também e a “MARTE”, “MERCÚRIO”, “SATURNO” e
a velocidade de 33 nós e artilhados com estava armada com uma metralhadora “URANO” todas quatro da classe “JÚPITER”. Os
doze peças de 152 mm e mais doze de Oerlikon de 20 mm, em caça; a pequena seus transportes, por terra, desde o litoral até ao
lago, constituíram seis pequenas epopeias.
127 mm além de numerosas Bofors de “ALGOL” armada apenas com duas me- Em 5 de Agosto de 1968 o NRP “CASTOR”
40 mm e Oerlikons de 20 mm. tralhadoras MG42 de 7,62 mm; e a mais transitou para a Marinha do Malawi tendo sido
E aquela classe só não atingiu o núme- pequena de todas mas também a mais rebaptizado “JOHN CHILOMBWE” e em 21 de
ro de 37 cruzadores porque oito unida- veloz, (capaz de atingir 32 nós), que de- Março de 1970 foi a vez do NRP “REGULUS” que
passou a chamar-se “CHIBISA”. Foram constituir
des, durante a construção, foram trans- pois de ter sido chamada “CORSÁRIO” o embrião da Marinha do Malawi numa operação
formados em porta-aviões ligeiros de (de 1972 a 1983), foi aumentada ao efec- rodeada do maior secretismo liderada por oficiais
esquadra. tivo dos navios da Armada como a LFP da Armada Portuguesa.
REVISTA DA ARMADA U FEVEREIRO 2007 25