Page 296 - Revista da Armada
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O NRP “Bartolomeu Dias” no
O NRP “Bartolomeu Dias” no
Operational Sea Training (OST) - Plymouth
Operational Sea Training (OST) - Plymouth
PREPARATIVOS D. Santiago Bolibar Pimeiro. de coordenação da batalha interna e exter-
Durante a nossa permanência naquele na são postas à prova num cenário multi-
O
aprontamento de um navio para a porto, cruzámo-nos com o KNM “Helge -ameaça. Para esta primeira guerra, tivemos
execução de um OPERATIONAL Ings tad”, quarto navio da classe Nansen, a excelente oportunidade de ter participa-
SEA TRAINING (OST) - Plymouth construído localmente e em fase final de tes-
(Reino-Unido da Grã-Bretanha e da Irlan- tes para entrega à Marinha Norueguesa. do na série com o maior número de meios
envolvidos do último ano – 9 unidades de
da do Norte), pela sua complexidade e exi- Após a atracação no cais 7 da Base Na- superfície com helicópteros orgânicos, um
gência, constitui uma árdua tarefa que exige val de Devonport, no dia 18 de Junho, efec- submarino, um avião E3A (os conhecidos
planeamento, agregação de esforços, forte tuadas todas as reuniões que antecedem a AWACS), várias aeronaves atacantes (Hawks
coesão e interdependência departamental. inspecção inicial (Material and Safety Che- e Falcons) e helicópteros vindos da base
O aprontamento de um navio acabado de ck - MASC), foram concluídos os pormeno- aérea de Culdrose. Como nota de rodapé,
chegar à Esquadra, diferente na sua estrutu- res finais para que o navio estivesse ao seu refira-se a participação de dois navios Aus-
ra, desenho e filosofia de utilização, das que melhor nível. tralianos (HMAS “Sidney” e HMAS “Balla-
ao longo de quinze rat”) que se encon-
anos têm vindo a travam a frequentar
frequentar o OST - uma versão reduzi-
requereu, desde o Foto 1SAR FZ Pereira da do OST.
dia da sua entrega
á Marinha, um tra- 1ª E 2ª SEMA-
balho particular de NA DE MAR
preparação mate-
rial e de motivação Após o impac-
da Guarnição. te inicial da ava-
Nesta fase de liação começou a
preparação e por correcção dos fa-
motivos relacio- migerados “pick-
nados com o em- -up points – items
penhamento do a rever”. Através
navio, não foi pos- de uma cuidada
sível efectuar em análise e distribui-
toda a extensão, ção de todos os re-
antes da largada do latórios recebidos
navio, o tradicional pelo navio, as cor-
plano de treino de recções foram sen-
operacional. do implementadas
MASC – 1ª SEMANA TERRA de uma forma célere e eficaz. Apesar de
LARGADA algumas alterações efectuadas na organi-
“Não há segunda oportunidade para cau- zação interna do navio, para responder a
Quando no dia 16 de Junho 2009, cinco sar uma boa primeira impressão” – Esta frase necessidades detectadas durante a primei-
meses após a recepção do navio pela Ma- repetida inúmeras vezes, assenta como uma ra semana de mar, o detalhe elaborado um
rinha, largámos para Plymouth, tínhamos luva a este importante dia. Após o embar- ano antes mostrou-se adequado para fazer
consciência do desafio. No entanto, optá- que do Commander Sea Training, Comman- face à grande maioria das situações colo-
mos por encará-lo como uma oportunidade der Ian Graham, acompanhado de mais 60 cadas durante o período de treino. A nível
para crescermos sabendo quão fundamental elementos do FOST, deu-se inicio à sequên- de equipamentos recuperaram-se alguns
seria este treino para adquirir todas as va- cia de eventos planeada para esta importan- equipamentos críticos que tinham condi-
lências necessárias a um navio combatente, te série tendo sido alcançado no final um cionado o desempenho durante o MASC e
pronto a ser empregue em qualquer cená- resultado positivo, permitindo assim que o a anterior guerra de quinta-feira.
rio operacional. navio fosse considerado seguro para prosse- Na segunda semana, face à presença de
guir o treino. Durante o resto desta primeira dois navios com capacidades de defesa aé-
TRÂNSITO semana de terra foram realizadas várias pa- rea de área – HNLMS “Tromp” e FGS “Hes-
lestras por elementos do Staff e efectuadas sen”, foi notório um aumento no enfoque
Durante o trânsito para Inglaterra foi ne- algumas séries simuladas para correcção da componente AAW, com quase todos os
cessário efectuar uma paragem logística, de erros frequentes em navios que reali- meios ao dispor do OST a efectuarem “rai-
de apenas algumas horas, no porto de Fer- zam o OST. Conforme é prática actual nos ds” sucessivos à força, de forma a saturar as
rol (Espanha) para embarcar munições de planos de treino, mesmo durante a semana capacidades destas Unidades Navais. Cola-
exercício de 76mm para a Peça OTO-ME- de terra, os navios participam na chamada teralmente, esta disponibilidade invulgar de
LARA. A colaboração das autoridades es- “guerra de quinta-feira – Thursday Weekly meios aéreos revelou-se numa mais-valia
panholas e as condições favoráveis para a War”, série onde todo o treino é posto em para o navio traduzindo-se no aumento da
realização desta faina permitiram que todo prática. Durante oito horas, todos os navios qualidade do treino realizado e revelando
o planeamento fosse cumprido sem atrasos. participantes executam um cenário tipifica- a “Bartolomeu Dias” como um parceiro a
O Comandante foi recebido pelo Director do com impactes simulados, feridos e per- ter em conta na defesa da TG (task group
do Arsenal Militar de Ferrol, Vice-Almirante da de equipamentos, onde as capacidades – grupo tarefa).
6 SETEMBRO/OUTUBRO 2009 U REVISTA DA ARMADA