Page 311 - Revista da Armada
P. 311
pequena quinta, então comprada pela Ma- cola Rádio-Detecção, em 1961 designada por Escolas Técnicas de Máquinas, Electrotec-
rinha e confinante a sul com a área ocupada Escola de Informações de Combate. nia, Escriturários, Informações de Comba-
desde 1925. Este novo espaço era limítrofe Será durante a década dos anos 50 e iní- te, Comunicações, Armas Submarinas e de
com a Quinta do Paraízo, considerado o local cios de 60 que se constroem novas infra-es- Sargentos.
de nascimento de Afonso de Albuquerque. truturas e se modernizam outras para cor- Os cursos do G1EA, destinados essencial-
A Escola de Mecânicos ficou a ter mais uma responder ao sempre crescente número da mente ao pessoal da Marinha, são igualmen-
missão, a de dar formação básica a todas as população escolar. Foram então edificados te ministrados a militares dos outros Ramos
praças de Marinha, situação que se manterá os imóveis da Escola de Armas Submarinas, das Forças Armadas, a elementos da Mari-
até 1975, ano em que as praças destinadas à da Escola de Electrotécnia, o de maiores di- nha de Espanha, da GNR e inclusive a civis.
classe de fuzileiros passarão a rece- Foi apreciável o número de oficiais
ber toda a sua formação na Escola da Força Aérea Portuguesa que
de Fuzileiros. frequentou o Curso de Especiali-
A II Guerra Mundial deflagra e zação em Comunicações.
com ela começam a ser utilizados Com o início da Guerra de
meios navais dotados de novos África o número de voluntários
armamentos e equipamentos e e recrutas a frequentar a Escola
adoptadas modernas práticas que de Alunos Marinheiros aumenta
serão divulgadas, principalmen- substancialmente e por isso em
te, a partir de 1945, quando do fim meados dos anos 60, serão amplia-
do conflito. A Marinha principia dos e modernizados os respectivos
verdadeiramente a tomar conhe- alojamentos e construído um notá-
cimento dessas experiências da vel parque desportivo dotado de
Guerra com a entrada, em 1949, de um amplo ginásio e uma moderna
Portugal na NATO. É então reor- piscina de 25 metros. Esta piscina
ganizado o ensino, actualizando- foi durante vários anos a única pis-
-se os programas nos vários cur- cina coberta no Concelho aberta à
sos e criadas novas especialidades, população civil, e nela inúmeros
à medida que os nossos navios se jovens vilafranquenses aprende-
vão modernizando. ram a nadar.
A área logística ganha importân- A partir de 1963 algumas das
cia e em 1952 é criada, na Escola de escolas integradas no G1EA são
Mecânicos, a Escola de Escriturá- deslocadas para o Grupo nº 2 de
rios e reestruturadas as classes e Escolas da Armada (G2EA) no Al-
sargentos e praças, o que levou à feite, não só porque a Quinta das
remodelação de cursos e à criação Torres já não comportava mais
de outros. O ano de 1953 é mar- pessoal mas também por se enten-
cante, pois se até essa data apenas der que as escolas que correspon-
existia a Escola de Escriturários e diam às especialidades ditas ope-
os vários cursos que se tinham vin- racionais deviam estar próximas,
do a actualizar e a promover desde já que cada vez era mais evidente
1934, a partir desse ano passam a a sua interligação. Assim, em 1963,
ser ministrados no âmbito de Escolas Técni- mensões, da Escola de Escriturários, que em foi transferida a Escola de Comunicações e
cas, tendo sido, por esse motivo, instituídas 1963 passará a ser denominada por Escola de em 1972 o G2EA recebeu a Escola de Armas
as Escolas de Máquinas, de Armas Subma- Abastecimento, e da Escola de Informações Submarinas.
rinas, de Electrotecnia, de Comunicações e de Combate. Entretanto, de Dezembro de 1967, com
de Sargentos. Entretanto, em 1961 é novamente reorga- a chegada da fragata “Comandante João
O radar, equipamento que se tornou im- nizado e reestruturado o ensino sendo extin- Belo”, até Dezembro de 1975, com o aumen-
prescindível nos finais da Guerra, começou ta a Escola de Mecânicos e criado o Grupo to ao “Efectivo dos Navios da Armada” da
a equipar as nossas unidades navais, o que nº1 de Escolas da Armada (G1EA), englo- corveta “Oliveira e Carmo”, a Marinha re-
motivou, em 1954, o estabelecimento da Es- bando a Escola de Alunos Marinheiros e as cebeu quatro fragatas, dez corvetas e quatro
Festival em benefício das vítimas das cheias do Tejo em 7 de Julho de O torpedeiro “Ave” a ser sobrevoado por uma esquadrilha da Aviação Naval
1937. em 1937.
REVISTA DA ARMADA U SETEMBRO/OUTUBRO 2009 21