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o longínquo dia de 15 de Janeiro de 1886, o Farol de Caci-
lhas iniciou as suas funções como Ajuda à Navegação. Im-
Nplantado no pontal de Cacilhas, este dispositivo de assina-
lamento era constituído por uma torre cilíndrica em ferro, pintada
de vermelho com 12 metros de altura por 1,70 metro de diâmetro,
dispunha de uma lanterna cilíndrica (espaço onde fica instalado o
equipamento luminoso) com 8 vidraças e cúpula esférica pintada
de verde, encimada por uma pequena esfera sobre a qual estavam
montados um catavento e um pára-raios. Foi equipado com um apa-
relho iluminante de 5ª ordem (0,375m de diâmetro), com candeeiro
de 2 torcidas. A luz era fixa, branca, alimentada a petróleo, dispo-
nibilizando um alcance luminoso de 11,5 milhas e iluminando um
sector de 342º.
A partir de 9 de Maio de 1886 ficou pronto a funcionar um sinal
sonoro estabelecido a Este do farol, abrigado numa guarita de ferro,
constituído por um sino automático de movimento de relojoaria, o
qual dava uma batida a intervalos de 5 segundos.
Entre Março de 1916 e 26 de Dezembro de 1918 o farol esteve
apagado, por imposição de âmbito operacional, resultante da 1ª
Grande Guerra.
Em 1 de Janeiro de 1905, após ter sofrido algumas alterações de
natureza técnica, o aparelho iluminante modificou a sua caracte-
rística, passando a operar por ocultações de 5 segundos espaçadas
por 55 segundos.
Em 1925 o aparelho iluminante foi substituído por outro de 4ª or-
dem (500mm diâmetro), tendo a característica do seu foco luminoso
sido alterada em 01 de Março de 1927, passando de luz de oculta-
ções, para luz de relâmpagos verdes.
Em 1931, foram anexadas duas pequenas câmaras, uma para a ins-
talação do sinal sonoro e outra para acondicionamento das garrafas
de gás. Estes compartimentos viriam a ser ampliados em 1957, re-
Foto CAB L Figueiredo tituído por uma trompa de ar comprimido, tendo o sino sido cedido
cebendo um segundo piso. No mesmo ano, o sinal sonoro foi subs-
ao Instituto de Socorros a Náufragos para ser posteriormente insta-
lado na Ericeira.
Em 1957 foi electrificado com energia da rede pública, ficando a
utilizar como fonte luminosa a incandescência eléctrica com reser-
18 SETEMBRO/OUTUBRO 2009 U REVISTA DA ARMADA