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A F 334 JÁ NAVEGA! !
A F 334 JÁ NAVEGA
HNLMS “Van Galen”, futuro NRP treino na escola LA da Marinha Holandesa, Findas estas importantes fases de treino
“D. Francisco de Almeida”, iniciou para familiarização com os equipamentos e certificação da guarnição holandesa e de
O em Setembro de 2008 uma revisão que dotam estes navios. testes aos diversos sistemas e equipamentos
intermédia preparatória da sua transferência A primeira navegação de militares da de bordo, o HNLMS “Van Galen” encontra-
para a Marinha Portuguesa. Durante estes guarnição portuguesa no seu futuro navio va-se em condições para receber a totalida-
fabricos, que se estenderam até Junho de decorreu durante a fase de treino de cer- de da guarnição nacional e dar início a um
2009, para além de efectuadas as interven- tificação da guarnição holandesa, desi- período de 6 semanas de treino destinado
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ções programadas nos diversos sistemas de gnado por SARC3 , no período de 24 a 28 exclusivamente à sua integração a bordo.
bordo, foram ainda instalados novos equi- de Agosto, que constituiu um conjunto de Este período de treino, designado por On-
pamentos, tais como o radar de navegação actividades de treino básico da guarnição board Training, compreende duas fases dis-
KH1007, o sistema de navegação electró- do HNLMS “Van Galen”, sob a égide da tintas: uma de 2 semanas a cais e outra de 4
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nica ECDIS em conjunto com o AIS , e ain- equipa de treino e avaliação da Marinha semanas a navegar. Assim, ao longo destas
da a infra-estrutura da rede do navio que Holandesa. 6 semanas, de 14 de Setembro a 23 de Ou-
suportará todos os Sistemas de Informação Concluído este treino, durante as duas tubro, é desenvolvido todo um conjunto de
a utilizar a bordo, tais como o SINGRAR , semanas subsequentes, o navio realizou, actividades que, com o apoio da guarnição
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ATIAO , WISE , entre outros. a navegar, os testes de recepção aos prin- e de formadores das escolas técnicas e de li-
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Paralelamente a mitação de avarias
esta intervenção da Marinha Holan-
foi levado a cabo desa, vão habilitar
o plano de forma- Foto 1SAR FZ Pereira a nossa guarnição
ção e treino da com os conheci-
guarnição, consti- mentos necessários
tuído por diversos tanto à condução,
cursos e acções em segurança, do
que envolveram navio e seus siste-
tanto os diversos mas, como a fazer
departamentos de face a situações
formação e cen- de emergência em
tros de instrução tempo de paz. Du-
da Marinha Portu- rante o período
guesa, como as es- de treino de mar,
colas técnicas e de o navio efectuou
operações da Mari- uma visita ao por-
nha Holandesa, em to de Dublin, na
Den Helder. A for- Irlanda, ostentan-
mação na Holan- do, pela primeira
da iniciou-se em vez, as placas com
Outubro de 2008, a inscrição - NRP
envolvendo numa primeira fase os militares cipais sistemas e equipamentos de bordo, “D. Francisco de Almeida”.
das áreas técnicas dos Departamentos de quer da área da plataforma, quer do sistema Ao longo deste processo a Marinha Portu-
Propulsão e Energia e de Armas e Electró- de combate, das armas e dos sensores. Nes- guesa tem sido alvo de rasgados elogios por
nica, e estendeu-se até Setembro de 2009, te período destaca-se a realização de diver- parte da Marinha Holandesa, tanto pela ati-
com a participação progressiva do restan- sas séries de tiro anti-aéreo e de superfície tude do pessoal que constituirá a guarnição
te pessoal. Esta fase da formação, especi- com a peça de artilharia de 76 mm e com desta unidade naval, que no futuro próximo
ficamente orientada para os sistemas que o sistema de defesa próxima Goal keeper, será aumentada ao “Efectivo dos Navios da
equipam esta classe de navios, contou com nas áreas de exercício holandesas ao largo Armada”, na busca dos conhecimentos ne-
uma assinalável componente prática, com de Den Helder. A execução dos testes aos cessários a uma boa operação do seu na-
recurso a réplicas dos equipamentos exis- sistemas anti-submarinos tornou necessá- vio, como pelos laços de amizade e cama-
tentes a bordo e a simuladores dos sistemas ria a deslocação do navio até à costa da radagem que conseguiu estabelecer com os
de comando e controlo existentes nas refe- Noruega, em busca de águas mais profun- seus congéneres holandeses. Esta postura,
ridas escolas, o que permitiu pôr em práti- das, de modo a permitir o lançamento de invariavelmente adoptada na nossa Mari-
ca todos os conhecimentos adquiridos na torpedos e os testes ao sonar de casco acti- nha, tem-se mostrado instrumento essencial
sala de aula tanto a nível individual, como vo e ao sonar rebocado passivo, designado para atingir os objectivos fixados às equipas
da equipa, e esclarecer dúvidas nas mais por Anaconda, que equipam esta classe de de missão, no caso vertente, o sucesso da
variadas situações. navios. Efectuaram-se também os testes à transferência dos dois navios.
A partir de meados de Agosto, deu-se iní- instalação propulsora tendo sido alcança- Z
cio à projecção da nossa guarnição para Den da a velocidade máxima - 30 nós. Durante (Colaboração da ET-MFF)
Helder, com a vinda de elementos chave das este período, o navio efectuou uma visita
áreas técnicas, a fim de participar nos testes ao porto norueguês de Bergen na qual par- Notas
1) Automatic Identification System
a cais aos equipamentos e iniciar o processo ticipou também um conjunto alargado de 2) Sistema Integrado de Gestão de prioridades de
de recepção do material de bordo. A presen- elementos da guarnição portuguesa que, Reparação e Afectação de Recursos
ça na Holanda da totalidade da guarnição da embarcados, acompanharam todas as fases 3) Aplicação para a Transferência de Informação de
futura “D. Francisco de Almeida” foi alcan- de preparação, condução e avaliação das Apoio às Operações
4) Web Information Service Environment (Portal
çada em 9 de Setembro, data da chegada do provas, e, simultaneamente, aprofundaram da Unidade)
último grupo de militares para frequência do o seu conhecimento sobre o navio. 5) Safety and Readiness Check
REVISTA DA ARMADA U NOVEMBRO 2009 7