Page 19 - Revista da Armada
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Para assinalar a efeméride fez-se, na Como sempre gritemos “Presente” MARCOS DA ESCOLA DE FUZILEIROS
Sala Museu do Fuzileiro, uma emissão Como sempre marchemos a par
filatélica pelos CTT – composta por Só tem Pátria quem sabe morrer 3 de Junho de 1961 – Criada a Escola de Fuzileiros, de-
dois selos comemorativos de 0,32 e 0,80 Só tem Pátria quem sabe lutar pendente do Grupo nº2 de Escolas da Armada, por inicia-
Euros da autoria de Elizabete Fonseca tiva do ALM Roboredo e Silva
– com a presença do Administrador da- Abel Melo e Sousa 1966 – Criado o Gabinete de Estudos da Guerra Sub-
quela Instituição, Dr. Pedro Coelho an- CFR REF versiva
tigo oficial da Reserva Naval. 1969 – A Escola de Fuzileiros é considerada Unidade
Independente
Aquele espaço museológico regis- 1961 – 1974 – Treino e preparação das unidades para a
tou igualmente o lançamento do livro guerra de África
«Escola de Fuzileiros – 50 Anos» (ver 1974 – A Escola de Fuzileiros passa a depender do CCF
caixa), com apresentação do CMG REF 1976 – Construído o actual muro exterior e a Parada
Alpoim Calvão. Nova
1977 – Concluído o Edifício do Comando
CONCERTO DA BANDA DA ARMADA 31 de Julho de 1979 – Inaugurado pelo Presidente da
NO BARREIRO República General Ramalho Eanes, o Monumento aos
Mortos em Combate
O programa das festas encerrou com 1980 – Concluído o Edifício do Batalhão de Instrução
um concerto da Banda da Armada na 1985 – A Escola de Fuzileiros recebe dois militares da
Casa da Cultura no Barreiro, perante Guiné-Bissau, iniciando-se um programa que irá atingir
uma plateia repleta de fardas brancas e 132 alunos dos PALOP`s
muito povo, que ilustra bem a fraterna 1986 – Inaugurada a Sala Museu do Fuzileiro
coexistência entre fuzileiros e aquela ci- 30 de Junho de 1986 – Condecorado o Estandarte da
dade. A Banda da Armada, que actuou Escola de Fuzileiros com a Medalha de Ouro de Serviços
completa, apresentou um programa Distintos
com várias obras – Kallinikov, António 1993 – Inicio dos Cursos de Aperfeiçoamento em Lide-
Gomes e Robert Smith, entre outros – e rança
a curiosidade de pela primeira vez ter 1997 – Passa a pertencer à Escola de Fuzileiros a respon-
actuado com a Fanfarra do Coman- sabilidade de ministrar a Instrução Militar Básica a todas
do do Corpo de Fuzileiros. No final, as Praças incorporadas na Marinha
em conjunto com a plateia, cantou-se 1999 – Inaugurada nova Carreira de Tiro
a Marcha da Associação de Fuzileiros, 2005 – Concentradas na Escola de Fuzileiros todas as
que aqui se deixa a estrofe final: actividades de formação de condução e mecânica auto-
móvel
10 de Novembro de 2006 – Condecorado o Estandarte
da Escola de Fuzileiros com a Ordem Militar de Avis –
Membro Honorário
3 de Junho de 2011 – Condecorado o Estandarte da
Escola de Fuzileiros com a Ordem Infante D. Henrique
– Membro Honorário
LIVRO
ESCOLA DE FUZILEIROS 50 ANOS 1961-2011
Um livro que pretende perpetuar as memórias de 50 anos a formar fuzileiros e mais recentemente de outras
classes, e ao mesmo tempo lembrar as gerações vindouras que existe um caminho de esperança no futuro,
como se pode ler do CMG REF Alpoim Calvão no final do Prefácio deste livro: «Quando tudo parece desa-
bar, quando o pessimismo e a indiferença minam a vida colectiva, é a certeza de que homens e mulheres
como estes que vêm do Povo e são Povo se encontram, Deo Gratia, em muitos locais “desta nesga de terra
debruada de mar” saberão continuar mais nove séculos de singradura».
Ficamos a saber que Vale de Zebro foi um local importante no desenvolvimento da zona: o cais de embar-
que, o moinho de maré e os fornos de biscoito do Complexo Real de Vale de Zebro. Recuando no tempo,
vemos que ValedeZebrofoi entregueàMarinhaem1835,pordecretodeD.MariaII,paraservirinicialmente
como asilo de inválidos da Marinha, até passar para os fuzileiros em 1961.
Abertas em boas fotografias e num texto simples e escorreito, a instrução durante 50 anos é apresen-
tada nas suas diversas valências, permitindo ao mesmo tempo acompanhar o crescimento das infra-
-estruturas, bem como a evolução tecnológica e táctica até aos tempos actuais. Recordam-se as áreas
exteriores de exercícios: a Arrábida com o mítico “km 5” da Base Temporária de Exercícios, o Fojo e
a subida do Pico do Formosinho. Os exercícios finais em S. Jacinto e S. Pedro de Moel. Mais tarde a
Herdade de Pinheiro da Cruz e as Instalações Navais de Tróia.
A Liderança é referência obrigatória iniciada em 1993, evoluindo até 2010 com a introdução de
estágios dirigidos a entidades públicas e privadas.
A Capela de Nossa Senhora do Mar, simples e modesta, é apresentada como a afirmação da vida espiritual, lembrando o acompanhamento religioso
do Serviço de Assistência Religiosa, que se estendeu às famílias dos militares.
Realce para a inauguração em Junho de 1986 da Sala Museu do Fuzileiro pelos VALM Roboredo e Silva e VALM Melo Cristino, e as sucessivas transformações
daquele espaço que perpetua o legado histórico dos fuzileiros.
Fuzileiros sem os seus botes de borracha não seriam os mesmos, e aqui se mostra a capacidade actual da Escola de Fuzileiros de construir este tipo de pequenas
embarcações.
Não faltou uma romagem de saudade à secção canina. Lembra-se ainda o papel importante que esta Unidade teve no relançamento a nível nacional das raças
Serra da Estrela, Castro Laboreiro e Cão de Água.
O magnífico livro remata com a ligação da Escola de Fuzileiros à sociedade civil: a partilha das instalações desportivas, os casamentos na Capela, o Museu, os
seus cães, os Cursos de Liderança, as festas de antigas Unidades de Fuzileiros e os Juramentos de Bandeira, demonstração inequívoca que esta é uma casa de
todos os portugueses.
19REVISTA DA ARMADA • JULHO 2011