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REVISTA DA ARMADA | 482
A MARINHA EM OPERAÇÃO
A 1000 KM DO MAR…
Uma das torres guarnecida com Fuzileiros Na segurança ao North Gate, guarne- O Entry Check Point
ciam os Pre Entry Check Points e Entry
No dia 27 de outubro, a Marinha com- Check Point no Gate e nas 4 torres adja- 25 escalonamentos de força e 7 de fogo
pletou com sucesso uma missão de centes, controlando os acessos por norte indireto. Em todos eles, a atuação pau-
16 meses, paradoxalmente distanciada do a KAIA. Esta tarefa de extraordinário risco tou-se por elevados padrões de disciplina,
mar cerca de 1000 km. Esta é, por defeito, para os militares e debaixo de condições sem hesitações, demonstrando o eleva-
a distância a que Cabul se encontra da cos- climáticas extremas, carecia de um eleva- díssimo grau de preparação dos militares.
ta paquistanesa do mar Arábico. do grau de coordenação entre o Centro de
Operações, os oficiais de ligação e o Co- O reconhecimento deste desempenho
Com o invulgar privilégio de poder rea- mando da Companhia na validação dos e a vontade que a nossa missão se pro-
lizar operações no mar, no ar e em terra, elementos em viaturas ou apeados que longasse foi repetidamente sugerido pelo
a Marinha portuguesa está presente no pretendiam entrar na Base. Brigadeiro General COMKAIA de nacionali-
Teatro de Operações do Afeganistão desde dade francesa, inclusivamente por ocasião
2008 e foi desta vez chamada a desempe- A marca deixada pela da visita do Ministro da Defesa Nacional
nhar uma nova missão na International Se- Marinha ao Teatro de Operações.
curity Assistance Force (ISAF), enviando na-
turalmente os seus Infantes – os Fuzileiros. No permanente clima de instabilidade Os Soldados da Armada ou Marinheiros
que se vive no Afeganistão, a atenção e o do Fuzil, enquanto elementos deste Force
Essa nova missão levou Portugal a con- alto sentido profissional dos nossos mili- Protection Group, escreveram mais uma
tribuir com uma Força de 74 militares tares nas funções de defesa de uma Base página gloriosa da sua História. Estes va-
para o Force Protection Group (FP GP) no da NATO estiveram à vista de todas as na- lentes guerreiros deram o seu melhor dia-
Kabul International Airport (KAIA) Norte, ções que residem em KAIA. riamente para que outros “reinos” se pos-
dos quais 35 eram Fuzileiros. sam edificar e, sem qualquer hesitação,
As ideias resultantes da observação de enfrentaram diariamente os verdadeiros
O Force Protection novas táticas por parte da insurgência le- “perigos e guerras esforçados” que Ca-
Group vou o Staff de Comando Português a im- mões cita nos Lusíadas.
plementar novos procedimentos de en-
A missão do FP GP era garantir a segu- trada na Base que foram adotados por A 7.000 km de casa e a 1.000 do mar,
rança do KAIA North Airport of Debarka- outras Bases. Os Fuzileiros, na linha da os Fuzileiros souberam dizer “presentes!”.
tion (APOD) para permitir a condução de frente, foram os primeiros a testar estas
operações aéreas a partir de terra, seguras ideias. Estamos prontos para a próxima.
e com eficiência, de acordo com as orien-
tações promulgadas pelo Comandante de O pelotão de Fuzileiros estabeleceu Colaboração do
KAIA (COMKAIA) e em coordenação próxi- novos parâmetros de desempenho ao COMANDO DO CORPO DE FUZILEIROS
ma com o Regional Command (RC) Capital e mostrar simples alterações que permi-
as Afghan National Security Forces (ANSF). tiam a Quick Reactive Force estar dispo-
nível, de forma consistente, em apenas
A proteção dos 4.900 residentes perma- 50 segundos.
nentes em KAIA, bem como as centenas de
trânsitos diários, eram a principal missão Só entre janeiro e outubro de 2013,
desta Força. entre diversos incidentes, registaram-se
O FP GP era constituído por 388 milita-
res e civis de 15 nacionalidades.
FEVEREIRO 2014 7