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REVISTA DA ARMADA | 482
“If it can’t be simulated it
doesn’t exist in the real world”
Em 27 de Julho de 2012, com a conclusão de um longo e complexo programa de integra-
ção do cockpit do Lynx Mk95, de relocalização e modernização do simulador de voo, a
Marinha Portuguesa integrou o consórcio do Simulador de Voo de Lynx, o NATO Lynx Full
Mission Flight Trainer (NLFMFT), instalado na Base aeronaval de Nordholz, na Alemanha.
O simulador de voo do helicópte-
ro Lynx, NATO Lynx Full Mission Flight
Trainer (NLFMFT), foi concebido nos
– finais da década de 80, pela empre-
sa canadiana CAE INC, atualmente um
dos maiores fabricantes de simulado-
res do mundo.
Os países membros do consórcio
proprietário e gestor do simulador de
então, a Holanda, Alemanha, Dina-
marca e Noruega, conceberam, numa
perspetiva de “pool and sharing”, o
objetivo de partilha dos custos de
construção, manutenção e operação
de um simulador “Full Motion - Full
Mission” de elevada complexidade
e qualidade, que permitisse o treino
das suas tripulações em todo o espec-
tro de missões dos seus helicópteros
Lynx, e que se proporcionasse como
um centro de excelência e de partilha
de conhecimentos e de experiências
na operação do Lynx.
JLSTE - Joint Lynx Simulator Training Establishment • recriação das condições de voo durante a investigação de inci-
dentes e acidentes;
Simulador de Voo – Benefícios • a reprodução de condições adequadas para avaliação e valida-
ção de novas técnicas e procedimentos de voo;
U m simulador de voo como o NLFMFT proporciona aos utiliza- • a libertação do instrutor de grande parte das suas capacida-
dores os mais variados benefícios: des do voo para a monitorização das atitudes e comportamen-
• a simulação da operação da aeronave em diversas condições tos do aluno;
externas, eliminando os riscos de perda ou danos materiais e • a elevada fiabilidade da tecnologia de simulação e das bases
humanos associados à execução de manobras perigosas, treino de dados atuais, que proporciona uma elevada taxa de disponi-
de emergências e avarias de sistemas vitais da aeronave, voo bilidade do simulador;
em condições atmosféricas e oceanográficas marginais, voo por • a criação de automatismos nas tripulações, potenciando a efi-
instrumentos, e voo noturno; ciência e a eficácia na operação das aeronaves, mitigando riscos
• a disponibilidade para a formação e treino sem a dependência e, assim, aumentando a segurança em voo.
de fatores externos como condições ambientais e meteorológi-
cas adversas, permitindo mesmo adequá-los ao treino preten- Antecedentes
dido;
• a acessibilidade, na medida em que permite o enquadramen- Reconhecendo todas estas vantagens, as potencialidades e se-
to do voo que melhor sirva o objetivo do treino, subtraindo os melhanças na operação com o Lynx Mk95, a Marinha começou a
momentos inúteis do voo (trânsitos, tráfego aéreo, etc.) e per- utilizar o NLFMFT em 1994 para a conversão dos seus pilotos e
mitindo ainda a prática repetida de manobras e fases críticas de operadores de sonar. O simulador encontrava-se então localiza-
voo; do na base aeronaval de De Kooy, na Holanda, onde permaneceu
• a gravação de imagens, procedimentos e comportamentos que até o início de 2012.
permitem, a posteriori, a sua reprodução para análise e correção
de erros;
• a relação custo/eficácia baixa, reduzindo substantivamen-
te a fatura na formação e treino quando comparado com o
custo da operação real da aeronave1 ;
12 FEVEREIRO 2014