Page 22 - Revista da Armada
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REVISTA DA ARMADA | 483

COMISSÃO CULTURAL DA MARINHA

MUSEU DE MARINHA | 150 ANOS

As tecnologias de informação
e comunicação NO apoio à cultura

Cumpre fechar aqui um ciclo de artigos pu-      Informação disponibilizada através de QR-Code.  referindo estas empresas que produzem o
    blicados na Revista da Armada alusivo às                                                    que «de mais moderno existe no mercado».
comemorações dos 150 anos do Museu de             Chegados aqui, se olharmos para os 500        Temos de voltar sempre ao princípio, ao que
Marinha, respeitando este artigo à empre-       anos anteriores e pensarmos na forma como       são os fundamentos, quais as bases, e a par-
gabilidade das Tecnologias de Informação        o pensamento tem sido influenciado nestes       tir daí construir a estrutura e nunca adquirir
e Comunicação (TIC) enquanto ferramentas        últimos 5 séculos mais facilmente percebe-      uma estrutura que não cabe nos alicerces,
essenciais para uma efetiva transmissão cul-    mos a razão de alguns discursos atuais serem    o que implica passos pequenos, mas preci-
tural, que se deseja o mais alargada possível.  bastante apelativos nomeadamente quando         sos, passos sedimentados, que respondam
                                                introduzem os classificadores «moderno»,        ao hoje e que se projetem no futuro, mas
   Na charneira entre o fim da Idade Média      «inovador», reminiscências de um pensa-         que nunca obscureçam este.
e o início da introdução das novas ideias re-   mento positivista ao estilo de Auguste Com-
nascentistas emerge todo um pensamento          te, uma tentativa de transmissão do ideal de      Bom exemplo desta linha de atuação tem
crítico cientifico inovador tanto para a época  «progresso».                                    sido o investimento feito em tecnologias de
como para os próprios conteúdos surgindo                                                        videovigilância que reforçaram muito o dis-
novas ciências que até aí a escolástica, ago-     As referidas tecnologias assentam per-        positivo de segurança adstrito ao Museu de
ra começando a entrar no seu ocaso, as não      feitamente nesta transmissão de uma ideia       Marinha e toda a sua área envolvente dos Je-
reconhecia, desde a botânica até à zoologia.    de algo que se opõe ao «antigo», à tradi-       rónimos que incorpora também o Planetário
                                                ção, uma dualidade por oposição, magis-         Calouste Gulbenkian, a Biblioteca Central de
   De facto, a escolástica, que teve talvez     tralmente apresentada por Jacques Le Goff       Marinha e a Comissão Cultural de Marinha.
o seu maior contributo com São Tomás de         na sua obra «História e Memória2», e assim
Aquino, na sua «Summa Theológica», cons-        são apresentadas por todas as empresas que        As últimas alterações introduzidas, com a
tituiu-se como base dogmática que influen-      desenvolvem os mais variados conteúdos e        substituição de equipamentos mais antigos
ciou durante mais de 400 anos o modelo de       soluções desde aplicações para telemóveis,      e a introdução de uma maior área de abran-
pensamento crítico existente nas Universi-      projeções em 3D, aplicações em suportes in-     gência da vigilância, veio assim facilitar a
dades Medievais.                                terativos, toda uma panóplia de produtos,

   Passados os alvores das luzes, só no sécu-
lo XVII se consolidaram os museus mais ou
menos como hoje os conhecemos, herdei-
ros ainda de uma tradição de colecionismo
de coisas raras ou desconhecidas para pos-
terior exposição. A generalidade dos autores
defende que se trata de uma tradição essen-
cialmente do período clássico grego mas al-
guns deles consideram a sua origem mais an-
tiga, sendo relativa ao período áureo egípcio.
Hoje, o papel dos museus evoluiu e transmi-
te-nos uma interação muito maior permitin-
do chegar a um elevado número de públi-
cos, independentemente das suas necessi-
dades, quer sejam uma investigação acadé-
mica, uma visita de um grupo escolar, uma
visita de um grupo turístico, uma simples vi-
sita lúdica, entre outros.

   Nesta linha de pensamento, «O Museu de
Marinha tem por missão a conservação e ex-
posição dos objetos de valor histórico, artís-
tico e documental da Marinha, ou confiados
à sua guarda, que constituam documentos
do passado marítimo dos portugueses e dos
serviços por si prestados à civilização e ao
progresso da humanidade1.»

   Na continuação do cumprimento da nossa
missão utilizamos as ferramentas que melhor
nos ajudam a cumprir essa mesma missão.

   Um bom exemplo disso são as referidas
TIC que nos permitem chegar melhor a um
mais vasto e variado público.

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