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REVISTA DA ARMADA | 486

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Discurso do Ministro da
Defesa Nacional

  Minhas Senhoras e Meus Senhores,                                      A Expansão da Plataforma Continental: um tema da Marinha.
                                                                        A nova localização do Porto de Lisboa: um tema da Marinha.
  Celebramos mais um dia da Marinha.                                    A necessidade de se investir num Cluster do mar: um tema da
  Lembrou, e bem, o senhor Chefe do Estado-Maior da Armada,           Marinha.
no seu discurso, o nome de Nicolau Coelho. Não é nome que se            Os temas de atualidade, aqueles que enchem as páginas dos
ensine nas escolas. Nem tão pouco evocado nos escritos épicos dos     jornais, são temas de estudo na Marinha há mais de vinte anos.
nossos cronistas. Primeiro, capitão da armada de Vasco da Gama,       Estão nos escritos dos Almirantes desta casa e foram assuntos
depois, de Pedro Álvares Cabral e, por fim, de Afonso de Albuquer-    de debate entre as paredes desta instituição. São e continuam a
que. Sempre um primeiro grande segundo. Menos famoso, menos           ser porque, na verdade, a Marinha é, por excelência, a Escola do
lembrado. Porém com um mérito incontornável: sabia navegar.           Mar. E, a este a propósito, ocorrem-me as discussões infindáveis,
  E, por isso, neste dia, para além de Vasco da Gama e da sua epo-    mais ou menos estéreis, sobre a terminologia a utilizar para de-
peia, devemos assinalar, também, todos os bravos, leais, solidários   nominar este ramo das Forças Armadas. Diz-se Marinha? Diz-se
e competentes Nicolaus Coelhos. Eles fizeram a Marinha Portugue-      Armada? Marinha de Guerra? Não se pode dizer Armada porque
sa. Tal como, hoje, de forma mais ou menos anónima, servem o          Armada é só de guerra, não se pode dizer Marinha porque Ma-
país no mar, construindo, diariamente, a Marinha Portuguesa.          rinha, também, é civil. Este princípio de separação é válido para
  Sei que este é um dia de celebração. Um dia para recordar o pas-    quase todos os países. Menos para o nosso: Há um racional his-
sado, falar sobre o presente e perspetivar o futuro. E basta percor-  tórico e um emocional humano que o justificam. Neste país
rer as linhas dos trabalhos publicados pela Marinha Portuguesa,       de marinheiros, confunde-se, no mar, pacificamente e com or-
ao longo dos últimos anos, para reconhecer alguns temas, ainda        gulho, o que é civil com o que é militar. Os portos, os socorros a
hoje, estranhamente, atuais:                                          náufragos, os faróis, as missões de interesse público. O mar é da

                                                                      JUNHO 2014 11
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