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REVISTA DA ARMADA | 491

NRP viana do castelo

missão nafo 2014

No passado dia 1 de agosto, pelas 10h00,      A NAFO, enquanto organização interna-      so de preparação do navio e da guarnição
     o NRP Viana do Castelo largou da Base  cional para a promoção da conservação e      para as horas que se seguiriam, manten-
Naval de Lisboa com destino aos Gran-       exploração equilibrada dos recursos pis-     do-se um acompanhamento atento e per-
des Bancos de Pesca da Terra Nova, Cana-    cícolas do Atlântico Noroeste, foi funda-    manente ao evoluir da situação. Na ma-
dá, com 49 militares, 13 cadetes do Curso   da em 1979 e contempla atualmente 12         nhã do dia 8 o navio enfrentou aquele que
“CALM Almeida Henriques”, um coorde-        partes contratantes dispersas pela Amé-      acabou por se revelar o momento mais
nador da Agência Europeia de Controlo de    rica do Norte, Europa, Ásia e Caraíbas. A    crítico da missão, a passagem do furação
Pescas (EFCA) e 3 inspetores, um dos quais  sua área de convenção abrange uma parte      Bertha pela nossa posição durante 8 (in-
de origem Lituana, dando início àquela      significativa do Oceano Atlântico, incluin-  termináveis) horas. Foram horas difíceis
que seria a sua primeira grande viagem e o  do as zonas económicas exclusivas dos Es-    em que todos sentiram confiança nas de-
maior desafio desde a sua chegada à Mari-   tados Unidos da América, Canadá, Grone-      cisões tomadas e nas qualidades do pró-
nha, em dezembro de 2010.                   lândia e St. Pierre e Miquelon. Pese embo-   prio navio, comprovando-se a sua robus-
                                            ra a área convencionada contemple aque-      tez e a capacidade de resposta perante
   Integrada no Plano de Ação Conjunta      las Zonas Económicas Exclusivas, a NAFO      uma situação tão gravosa como esta.
(JDP – Joint Deployment Plan), sob coor-    apenas gere a área para além das 200 mi-
denação da EFCA, e em conjunto com a        lhas que delimitam os mares territoriais.      Passado que foi este primeiro grande
Direção-Geral de Recursos Naturais, Segu-                                                desafio, o dia 9 acabou por marcar o início
rança e Serviços Marítimos, esta missão       O trânsito foi efetuado com passagem       da nossa atividade na área com a realiza-
de fiscalização no âmbito da União Euro-    pelos grupos central e ocidental do Ar-      ção da primeira inspeção ao navio espa-
peia consistia em proporcionar à equipa     quipélago dos Açores, tendo a entrada na     nhol Rio Caxil, um arrastão de média di-
de inspetores embarcados os meios para      área NAFO ocorrido no início da tarde do     mensão a operar na subárea 3L, ao qual
o desempenho da sua missão de vigilân-      dia 6. Após ter sido estabelecido o primei-  se sucederam outras quatro embarcações
cia e inspeção, na área das pescas NAFO     ro contacto com as autoridades locais, foi   até final desta primeira fase de quinze
(North Atlantic Fishing Organization), no   obtida informação que se encontrava em       dias de navegação.
período de 1 a 30 de agosto de 2014 e,      aproximação o furacão Bertha, o segundo
simultaneamente, efetuar a viagem de        da época, com origem nas águas quentes         Na manhã do dia 15 atracámos em
instrução dos cadetes do 3º ano do Curso    do Golfo do México.                          St. John´s. À nossa espera encontrava-
“CALM Almeida Henriques”, a fim de dar                                                   se Jean Pierre Andrieux, Vice-cônsul
cumprimento aos requisitos de formação        Perante a perspetiva de agravamento        Honorário de Espanha, e uma agenda
técnico-naval da Escola Naval.              das condições meteorológicas, definiram-     repleta de atividades, iniciadas ainda
                                            se prioridades e deu-se início ao proces-    nessa manhã com uma cerimónia no

6 DEZEMBRO 2014
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