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REVISTA DA ARMADA | 499
Fotos Comando BF2
No que respeita à componente an- mento do exercício foi estruturado em duas fases distintas. Uma
fíbia, o exercício contou com a par- primeira parte designada por Combat Enhancement Training/
ticipação do navio Juan Carlos I, que /Force Integration Training (CET/FIT) e uma segunda parte desig-
embarcou uma unidade de assalto nada por Tactical Exercise (TACEX).
anfíbio espanhola, ao nível de escalão
batalhão. A primeira fase consistiu num programa seriado intenso e mui-
to exigente que se prolongou até ao final do dia 22 de junho.
Relativamente aos meios aéreos en- Abrangeu um treino completo em várias áreas das operações
volvidos, a sua presença foi bastante navais, de forma a garantir, no final, a necessária interoperabili-
robusta durante todo o exercício. Em dade e integração das unidades navais em força, proporcionando
termos orgânicos, estiveram embarca- assim uma adequada prontidão para um vasto espetro de tarefas
dos vários helicópteros2, aeronaves de que se viriam a realizar na fase posterior do exercício. Para que
ataque ao solo HARRIER e, ainda, ae- aquele objetivo fosse alcançado, realizaram-se diversas séries,
ronaves não tripuladas − UAV3. Como nas quais, de forma gradual e progressiva, foram exercitadas
meios não orgânicos, contou-se com a múltiplas vertentes, começando pela navegação em águas restri-
presença de caças F16 e aeronaves de tas em força naval sob ameaça assimétrica, e pelo treino de ma-
patrulha marítima P3C-Orion, pertencentes à Força Aérea Portu- rinharia para desenvolvimento das capacidades dos oficiais de
guesa (FAP). quarto à ponte durante manobras e evoluções e aproximações
para reabastecimento no mar. Como é natural, foi dada particu-
No que diz respeito ao planeamento, o exercício teve início lar ênfase ao adestramento das guarnições nas áreas clássicas da
ainda em terra, de forma a preparar as ações no mar. Antes da guerra antiaérea, antisuperfície e antissubmarina, mas, também,
largada, ocorreram dois dias de reuniões setoriais com vista à às disciplinas da guerra eletrónica, à defesa cibernética, às ope-
harmonização de procedimentos e sedimentação das regras de rações com helicópteros e ao apoio a navios sinistrados, entre
segurança. Nesta fase houve também lugar às obrigatórias ve- outras. De realçar que nesta fase do exercício houve ainda opor-
rificações de interoperabilidade de equipamentos de comunica- tunidade para treinar os procedimentos de empenhamento de
ções, sistemas de informação e às ligações de dados entre navios armas com disparo efetivo nos três ambientes. Primeiro com o
que viriam a ser posteriormente utilizados. Já no mar, o planea- disparo de torpedos, tanto por helicóptero, como por unidades
de superfície, depois com as peças de artilharia contra alvo de
Foto CAB T Carvalho superfície rebocado e, por fim, contra manga rebocada por ae-
ronave com as peças em modo antiaéreo. Esta primeira parte do
exercício terminou com uma série de trânsito em ambiente de
multiameaça que marcou a transição para a segunda fase.
10 AGOSTO 2015