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partilhando esta prontidão com as forças marítimas europeias da uma lacuna na capacidade expedicionária da NATO. Assim, a SFN
Espanha, França, Itália e Reino Unido (SP/FR/IT/UK MARFOR). A mantém-se com a sua prontidão de 5 dias para a projeção de for-
próxima rotação da NRF em que a SFN irá assumir o papel de ças marítimas até uma distância estratégica no sentido de serem
JFMCC será em 2017. Nesta situação, o Comando é exercido pelo desencadeados a partir do mar, efeitos conjuntos e decisivos no
2º Comandante da SFN, um oficial general de 2 estrelas da Mari- mar, em terra, no ar, no espaço e no ciberespaço, com pouco ou
nha do Reino Unido. A particularidade do exercício do Comando nenhum apoio de nação hospedeira. Esta capacidade de resposta
nestes termos permite que as lições aprendidas, decorrentes das imediata é constituída por forças marítimas rapidamente edifica-
missões que neste âmbito sejam atribuídas, venham a ser desti- das e interoperáveis, incluindo logística e comunicações integra-
ladas quando é necessário exercer o Comando Conjunto da Com- das, permitindo assim uma entrada marítima forçada num am-
ponente Marítima de uma Força Tarefa Expandida (ETF JFMCC), biente potencialmente não permissivo. Desta feita, a SFN oferece
desta feita ao nível de um oficial general de 3 estrelas, o próprio ao SACEUR um instrumento aliado de resposta imediata, ágil e
Comandante da SFN. flexível para todo o espectro da crise porquanto é atualmente
o único Comando NATO com a capacidade JHQ ME plenamente
A importância da ETF JFMCC no decurso do desenvolvimento testada e certificada – e está em Portugal, o que traz lustre e
das Medidas de Garantia da NATO é demonstrada pelo facto da honra ao nosso país.
SFN ser o único Comando da NATO envolvido em todos os planos
de contingência da aliança. Em resumo, a SFN mantém várias competências-chave e é a
ponte de ligação entre a NATO e as forças navais e anfíbias ame-
O mais recente papel da SFN é o de Comando Conjunto para ricanas para as operações da aliança. Com os seus reconhecidos
Operações Marítimas Expedicionárias (JHQ ME), cuja certifica- especialistas, está também intimamente envolvido nos trabalhos
ção ocorreu no Exercício Trident Jaguar 2014 e que preenche em curso para revigorar a NRF e estabelecer o recém criado Very
Readiness High Joint Task Force (VJTF). Os acontecimentos na
Ucrânia e no Médio Oriente fizeram de 2014 um annus horribilis
e continuam, em 2015, sem soluções à vista. Ações conjuntas de
longa duração por parte da comunidade internacional, incluindo
a NATO, vão obrigar a defender as liberdades que são a base da
civilização europeia e proporcionar estabilidade à ordem mun-
dial. Para tal, a determinação e o compromisso são necessários
para restaurar um sistema baseado no Estado de direito e da
negociação pacífica. A NATO terá o seu papel político e militar
cada vez mais relevante para levar a cabo este processo e o SA-
CEUR vai precisar de todas as capacidades à sua disposição para
tranquilizar, dissuadir e defender quando necessário. Quando o
SACEUR chamar, a SFN está pronta para ser o seu 112.
Amaral Mota
CFR
Chefe da Divisão de Logística da SFN
Notas
Ver artigo na edição de Maio 2013 da Revista da Armada.
SACEUR – Supreme Allied Commander Europe
CSG – Carrier Strike Group
ARG – Amphibious Readiness Group
ESG – Expeditionary Strike Group
NFS – NATO Force Structure
JFMCC – Joint Force Maritime Component Commander
ETF – Expanded Task Force (Multiple CSG, ESG and ARG)
NRF – NATO Response Force
SP/FR/IT/UK MARFOR – Spain/France/Italy/United Kingdom Maritime Force
ETF JFMCC – Expanded Task Force Joint Force Maritime Component Commander
JHQ ME – Joint Headquarters Maritime Expeditionary
Ver artigo na edição de Novembro 2014 da Revista da Armada.
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