Page 10 - Revista da Armada
P. 10

500

REVISTA DA ARMADA | 500

do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de An-          relações bilaterais com as Forças Armadas da República da Guiné-
gola, General Nunda, do recentemente empossado Comandante           -Bissau (RGB), apoiando simultaneamente a visita da Presidente
da MGA, Almirante Francisco José, de diversos oficiais generais e   da Assembleia da República, Dra. Assunção Esteves, e de uma de-
superiores das Forças Armadas de Angola, de órgãos de comuni-       legação representativa de Deputados do Parlamento Português.
cação social, portugueses e angolanos, e de representantes das      Em Bissau, a guarnição do navio não ficou indiferente à forma
empresas nacionais da comitiva da idD.                              calorosa e amistosa como foi recebida, pelas autoridades locais,
                                                                    pela população local e pela diáspora. Sinal inequívoco da satisfa-
DIA DE PORTUGAL EM S.TOMÉ                                           ção de receber um navio da Marinha Portuguesa em Bissau, ficou
                                                                    bem patente nas importantes visitas que foram recebidas a bordo,
  Após uma semana com “agenda preenchida” e de grande ativi-        onde se destaca a presença dos mais altos dignitários do Governo
dade com a marinha amiga de Angola, o Figueira da Foz largou de     e das Forças Armadas da Guiné-Bissau: o Presidente da Repúbli-
Luanda no dia 5 de junho, rumando para São Tomé novamente.          ca da Guiné-Bissau, Dr. José Mário Vaz, o Primeiro-ministro, Eng.º
No dia 8 de junho, após uma curta paragem por algumas horas         Domingos Simões Pereira, a Ministra da Defesa, Dra. Cadi Seidi,
no fundeadouro do ilhéu das Rolas2, junto ao local onde se ergue    o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, TGEN Bia-
o marco do Equador que assinala, como o próprio nome indica, a      guê Na N’Tam, bem como os chefes dos três Ramos das Forças
linha de passagem do paralelo do Equador por aquele pequeno         Armadas da RGB. No âmbito da cooperação técnico-militar, foram
e paradisíaco ilhéu, o navio chegou no mesmo dia à baía de Ana      transportadas a bordo duas embarcações, respetivos motores e
Chaves. De regresso a S. Tomé, uma representação de militares       equipamentos, que foram doados à Marinha da RGB, em nome da
do navio participaram na comemoração do Dia de Portugal rea-        Direção-geral de Política de Defesa Nacional.
lizada na embaixada de Portugal, que juntou personalidades da
sociedade São Tomense e, naturalmente, da nossa diáspora.           ÚLTIMA ESCALA: PRAIA, CABO VERDE

EXERCÍCIO COM FRAGATA FRANCESA                                        Após a curta mas intensa visita a Bissau, o navio rumou para Cabo
                                                                    Verde, para o porto da Praia, na ilha de Santiago, último ponto de
  Já a navegar em rota batida em direção a Bissau, foi efetuado     paragem neste périplo pela costa ocidental de África. Durante a
a sul da Libéria um exercício de oportunidade no mar (PASSEX),      permanência na cidade da Praia foram desenvolvidas uma diversi-
com uma frégate de surveillance da marinha francesa, Comman-        dade de ações de treino conjunto entre os fuzileiros portugueses,
dant L’Herminier (F791), tendo sido executados diversos exercí-     embarcados a bordo do Figueira da Foz, e os fuzileiros navais de
cios conjuntos de tiro antiaéreo, contra alvo lançado a partir do   Cabo Verde, salientando-se a realização de atividades no domínio
navio francês, manobras de aproximação para reabastecimento e       específico do socorrismo de combate e do treino de perícias de
exercícios de abordagem executados pelas equipas de segurança       tiro. O navio apoiou ainda a visita do MDN, Dr. José Pedro Aguiar-
de ambos os navios. No final do dia, o balanço foi muito positivo,  -Branco, que com o seu homólogo, o Ministro dos Assuntos Par-
pela oportunidade única de interação com uma marinha aliada         lamentares e da Defesa de Cabo Verde, Dr. Rui Mendes Semedo,
em operação no Golfo da Guiné, o que permitiu treinar e manter      assinaram a bordo o programa quadro de cooperação técnico-mi-
os padrões de prontidão do navio.                                   litar luso-cabo-verdiano 2015-2017 e o auto de entrega de meios
                                                                    de desembarque destinados às Forças Armadas de Cabo Verde. No
REGRESSO DA MARINHA A BISSAU                                        final da cerimónia, o MDN doou dois botes de assalto, equipados
                                                                    com respetivos motores fora de borda e palamenta, com o objetivo
  Foi ainda durante a madrugada do dia 18 de junho que o Fi-        de reforçar os meios de desembarque já existentes, contribuindo,
gueira da Foz iniciou a demanda da entrada nas águas turvas do      assim, para o incremento da capacidade operacional dos fuzileiros
rio Geba, uma viagem ribeirinha que durou perto de sete horas e     navais de Cabo Verde.
meia até chegar ao porto interior de Bissau. Ao final da manhã o
Figueira da Foz atracou no cais velho, onde permaneceu durante        De regresso à Base Naval, sobrou a recompensa da gratificante
dois dias, com o objetivo de estreitar os laços de cooperação e as  troca de experiências com outras marinhas e guardas costeiras
                                                                    da CPLP, e de ter participado em atividades de apoio à política
                                                                    externa do Estado, mas principalmente pela satisfação de missão
                                                                    cumprida. Perdurará na memória dos militares da guarnição do
                                                                    NRP Figueira da Foz, uma vez mais, o orgulho de ter contribuí-
                                                                    do para servir Portugal através do mar, desta vez num Atlântico
                                                                    remoto, mais a sul do que o habitual e para além do Equador,
                                                                    que permitiu simultaneamente validar o conceito de operação e
                                                                    a versatilidade da capacidade de ação dos navios patrulha oce-
                                                                    ânicos da classe Viana do Castelo, quando empenhados fora da
                                                                    sua área comum de atuação.

                                                                                           Colaboração do COMANDO DO NRP FIGUEIRA DA FOZ

                                                                       Notas
                                                                       1 Centro de ensino superior dos futuros oficiais da MGA.
                                                                       2 Ilhéu que também já foi conhecido por ilhéu Gago Coutinho, como se constata
                                                                       pelo topónimo inscrito na carta náutica de S. Tomé, edição de 1966, do Instituto
                                                                       Hidrográfico.

10 SETEMBRO/OUTUBRO 2015
   5   6   7   8   9   10   11   12   13   14   15