Page 160 - Revista da Armada
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          CUlTO                                      bailundo

                                                                                TERRAS
                                                     (9       (9 .              00  FIM
          CUANDO
                                                                                00  MUNOO


          A  presença                            prmcesa
                                                   . forte
                                                  amelia
          da  Marinha
          de  hoje

           Quase  sempre  se  pensa  em  His-
           tória como qualquer coisa envolta                                             rivungO(fe~:          ~
           pela  neblina  do  passado,  qual-                                                                  ~
           quer  coisa  que  «aconteceu »  com                                                   ''i;::;1::;;;;",
           relevo  digno  de  figurar  em  livros                                                  IUia~::.  ~
           de  serventia  pouco  mais  evidente                        , ··;;;::::::;:7-:~$.1ttCt;X<2>: ~
           que  para  realçar  as  qualidades
           de  memória  dos  meninos  que
           fixam  muito  bem  as  datas,  os
           nomes  das  batalhas  e  a  sequên-  e  gentes que as ajudaram  a fazer,   ao  ecletismo  técnico  de  constru-
           c ia  dos  reis.  E  imaginamos a  His-  citámos  os  nomes  de  Paiva  Cou-  ção  de  embarcações  adequadas
           tória  como  nebu loso  mundo  po-  ceiro , de  Silva  Nunes, da  Brigada   aos  condicionalismos  da  navega-
           voado  de  antepassados  ilustres,   de  Estudos  do  Cubango.  Três   ção , como  de  pequenas  casas  de
           legiões  de  seres  extraordinários   épocas  da  História  em  que  se   apoio,  mas  de  pedra  e  cal ,  nas
           capa'zes  de  feitos  fabulosos.  Ora,   procurou  abrir  caminho  por  terri-  mais  isoladas  paragens,  a  Ma-
           a verdade é qüe a História é qual-  tórios  difíceis  e  inóspitos  à  pre-  rinha  deixou . uma  presença :  a
           quer  coisa  q.ue  se  constrói  dia   sença  duma  civilização  que  tinha   presençá amiga do homem branco
           a  dia,  por  cada  pessoa,  e  em   na  bandeira das quinas  a  expres-  em  terras  onde  era  ainda  raro
           cada  lugar.  Todos  nós  estamos   são  simbólica  de  presença,  da   ver-se.
           fazendo  a  História  do  nosso    promessa  de  justiça,  de  paz,  de   Depois,  foi  a  Marinha  de  Guerra.
           tempo.                             progresso  e  de  unidade.  Mas  não   Obrigações  de . defesa  e  protec-
           Sem  dúvida  que  a  necessidade   passámos  para  leste  do  rio     ção  de  populações  levaram  até
           de  condensar  o  essencial  subli-  Cubango.  Ating imos  terras . de   ao  Cuito  e  Cuando  embarcações
           mando  o  facto  comum  para  fazer   Dírico  e  de  Mucusso ,  mas  agar-  armadas  e  pessoal  fuzileiro.  É
           a  separação  entre  o  trivial  e  o   rados  sempre  ao  rio  ocidental.   curiosa  a  configuração  destes
          . mais  importante,  depois  a  selec-  Ora,  hoje,  na  História  que  esta-  dois  rios,  mais  acentuada  no  se-
           ção ou  limpeza de que a perspec-  mos fazendo hoje, os  rios de leste   gundo  que  no  primeiro,  mas  am-
           tiva  do  tempo  automàticamente   foram  percorridos,  ocupados  nas   bos  cheios  dos  mais  caprichosos
           se  encarrega,  acabam  por  apa-  suas  margens,  devassados  nos    meandros, alguns formando curva
           gar  nomes  de  figurantes  secun-  seus  meandros,  medidos  os  seus   tão  perfeita que a mesma margem
           dários,  de  acontecimentos  meno-  caudais,  sinalizados nos seus aci-  quase  se  tangencia  ao  comple-
           res, amalgamando  tudo  numa  pá-  dentes.  E  a  Marinha  continuou   tar  os  360  graus  de  rotação;  vis-
           gina  que  alguém  escreve  para   presente.  Foi  ainda obra de  mari-  tos  do  ar  são  como  cobras  retor-
           memorandum de vindouros. É essa    nheiros  muito  (senão  quase  tudo)   cidas  em,  convulsões  de  morte,
           a página da História em que todos   o  que  se  fez  nos  dois  grandes   alguns  pedaços  mesmo  já  sec-
           entramos,  mas  onde  só  alguns   rios  do  Sueste  angolano :  o  Cuito   cionados  e  inertes.  A  profusão
           figuram.                           e  o  Cuando.                      de  curvas  no  Cu ando  é  tão  mul-
           Em  dois breves apontamentos so-   Para  além  das  obras  de  estudo'  tiplicada  entre  o  caniço  e  os  pa-
           bre  as  Terras  do  Fim  do  Mundo   e  de  fomento  que  se  estendiam   piros  enchendo  a  verdadeira  lar-

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