Page 22 - Revista da Armada
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(1640-1853); cerimónia bienal do disparo das arcaicas ar- Para concluir esta breve reportagem, ainda direi que o
mas "te ppõ ~; dança tradicional (teppô ondo); raparigas I.DN» informou que esta mostra seria montada 110 Porto -
conterrâneas da famosa Wakasa, que um tanto melodrama- cidade irmâ de NagaSáqui; quando a "Sagres_ regressasse
ticamente, à maneira da Madame Butterfly de Pucini, se do Canadá, repetir-se-ia a bordo, com o navio aberto ao pu'
despenhou duma fraga no mar, enquanto aguardava o re- bllco; em meados de Dezembro seria exposta na Gulben-
gresso do seu marido "namban" e do seu filho, kian, percorrendo depois várias cidades do mterior.
Relativamente a aspectos e personalidades do actual Isto leva-me a concluir que a «Sagres» e a sua guarnição
Japâo, por dentro, destaco as seguintes imagens: em Tó- foram bons embaixadores de Portugal no Japão - como
quio -'retrato do padre (S.J,) Jaime Coelho, professor da lhes exigiU o Chefe do Estado, à partida, pelo que o seu es·
Universidade de Sophia, que apronta o primeiro Grande Di· tandarte mereceu uma condecoração, à chegada.
cionário Japonês-Português; restaurante Nazaré, do casal Eduardo Tomé trouxe-nos imagens notáveis, pelas
luso-nipónico Acácio Miguel-Mizuka Tachihara, que sei es- quais a Marinha lhe deve estar grata. Porém, como vIveu
tar quase sempre cheio de turistas japoneses que visitaram aquela guarnição esses dias eufóricos?
Portugal; o comboio Shinkasen (comboio-bala) atravessan- No atrás aludido artigo, o embaixador Martins Janelra
do a cidade dos arranha-céus: Guinza (o Chiado de TóquiO). afirmava:
artéria histórica e central da cidade: Sinjuku, o mais moder- Um velho marinheIro curtido e expeIlmencado no mar,
no bairro de TÓQuio, com prédios de 50 andares; o afadiga- conhecedor de gent es de mUItas terras, expIlmia com es-
do metropolitano; as ruas subterrãneas; passeantes com panco: "Nunca vi nada como IstOn. E um mannheirojovem,
voluntárias mordaças para não contaminar o semelhante Impressionado e comOVIdo, completava: "O povo do Japão
com suas constipações .. , e um dos melhores do mundOIl. Esta opmuio fora também
Em Ósaka - instantâneos da rua (coloridos quimonos a de S.Franclsco Xavier, expressa numa carta de Kagoshl-
de mulher, em dias festivos); aspectos tipicos de restauran- ma. de 1549.
tes, com pitorescas formas exteriores; moderno estudio da Um amigo meu, que estagia no Japão, escreveu-me di-
televisão (NHK), zendo:
Em Quioto - templos, benzos budistas e sacerdotes DepoIs da partida da IISagresn, maÍs uma. vez fui solicita.-
shintoistas, estátuas ferozes de remotos guardiões de tem- do por rapaIlgas para escrever cartas, em português, para
plos. jardins famosos. marmhelros, chegando-me ao OUVIdo que algumas houve
Em Nara - templo e estátua do Grande Buda, parques que viajaram até Singapura pa'la uma derradelfa despedi-
e veados -aspectos do milenário Japão. da ..
Em Nagasáqui - Monumento da Paz, no ponto de que- Razão, pois, teve o prof. Vedssimo Serrão quando evo·
da da segunda bomba atómica - simbolo do holocausto do cou Camões como espelho de todos nós, dIzendo aos b raSI-
militarismo nipónico. precedente maldito da Teia do terror leiros:
de nova guerra. O coração Jusiada fICOU em pedaços pejo mundo repartI-
Junte-se a tudo isto uma colecção de imagens de costu- do, na aproxImação de corpos e almas com os povos uJtra -
mes tradicionais. ainda em uso (alimentos, instrumentos marmos.
musicais. etc.) e de avançadas industrias: cerimónia do chá, Nesta apoteose da "Sagres .. atrevo-me a pedir à sua
alimentos peculiares (sukiaki, tempora, sushi) e casutera guarmção'
(bolo de Nagasáqui); os lutadores mastodônticos do VlOde contar-nos nesta ReVIsta como vos llnpressLonou
~sumoll; o shamisen e o koto que animam as festas; os in- oJapão!
findáveis estabelecimentos de máquinas de jogo (vicio do Lembrem-se que, dlflcilmente. voltarão a vIver outra
pachinco): fumas sulfurosas; e, finalmente, a atracção da oportunidade tão empolgante.
juventude pelos microcomputadores e as fábricas robotori· Viriato Tadeu,
zadas de construção de automóveis.,. cap. -(rag EMO
o QUE SE POOERÁ FAZER
PELOS NOVOS FILATELISTAS?
Se admitimos que a filatelia con- principio, meio e fim. os selos que peças filatélicas que, por posterior
duz ao enriquecimento cultural, não possuem, às vezes mal tratados. O quebra de entusiasmo, não chegam
devemos deixar de fazer alguma coi- entusiasmo leva-os a convencer os a ter. Gastam assim algumas cenle-
sa para que os coleccionadores de familiares mais capazes de os ajuda- nas de escudos, mas falta-lhes aqui-
selos, principalmenle os mais jo- rem, em termos de dinheiro, a adqui- lo que consideramos fundamental,
vens, sejam positivamente encami- rir o material que consideram essen: ou mesmo indispensâvel. para um
nhados para esla prâlica em que cial para o arranque definitivo da em- salutar empreendimento. Realmen-
acredilamos. brionária colecção. Compram então te, apesar da liberdade que entende-
Em todas as exposições e mos- a lente, a pinça, a guilhotina, o mos dever existir na escolha e cons-
tras filatélicas aparecem muitos jo- odontómetro e até mesmo um caro trução dum trabalho onde fique bem
vens manifeslando vontade de trans- classificador (pequeno armazém patente um cunho pessoal, o tipo de
formar em trabalhos filatélicos com para selos), destinado a guardar as orientação pode fazer com que se
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